Considerada a maior mostra de cinema indie do Brasil, ‘Mostra do Filme Livre’ chega à 15ª edição

Com 205 filmes selecionados, começa no dia 9 de março a 15ª edição da Mostra do Filme Livre, no Centro Cultural Banco do Brasil do Rio de Janeiro. Até o dia 4 de abril, o público poderá assistir gratuitamente a obras de todos os gêneros, formatos e durações nesta que é a maior mostra de filmes independentes do Brasil. Estão na programação 35 longa-metragens, diversos debates e quatro oficinas de vídeo. A abertura no dia 9 de   março nos cinemas I e II, além das cabines do CCBB Rio e terá transmissão ao vivo pela internet através do site http://mostradofilmelivre.com. Toda a programação e as sinopses dos filmes também estão disponíveis  no site da MFL.

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Este ano, 1.342 filmes foram inscritos de todo o país, sendo 90% deles realizados de forma independente. Para a maioria deles, a MFL é a única oportunidade que os realizadores encontram de exibirem suas obras. A Mostra ainda será realizada em mais três capitais: São Paulo (de 16 de março a 7 de abril); Brasília (de 13 de abril a 2 de maio) e Belo Horizonte (de 25 de maio a 13 de junho). Também vai acontecer pela primeira vez em Niterói, em maio, no Cine Arte UFF.

“De curtas infantis (alguns feitos por crianças) a longas erotizados, sem esquecer os documentários e filmes não narrativos, abstratos e/ou videoartes que passam em loop por seis horas nas Cabines Livres, tem de quase tudo na MFL. E olha que apenas quinze por cento dos inscritos foram selecionados. São duzentos filmes que mostram a versatilidade, a poesia e potência do cinema possível brasileiro”, afirma Guilherme Whitaker, um dos curadores da Mostra, ao lado de Gabriel Sanna, Chico Serra, Diego Franco, Ricardo Mansur e Pedro Dantas.

A MFL distribuiu os filmes em sessões diferenciadas. Um dos destaques é a inédita Panaméricas Latinas, já que pela primeira vez a mostra recebeu e selecionou filmes livres de outros países da América do Sul.

Um deles, o Chile, terá inclusive uma sessão específica, a Especial Chile em Cine. As demais sessões são estas: Longas Livres – os 6 longas mais significativos na opinião da curadoria; Panoramas Livres – os 20 curtas e médias que mais instigaram a curadoria, de onde saem a maioria dos premiados de cada edição;Mundo Livre – filmes que, assim como aqueles dos Panoramas Livres, saltaram aos olhos da curadoria pela ousadia e originalidade, feitos por brasileiros fora do Brasil em condições distintas, onde o estranhamento frente ao espaço filmado interfere diretamente na linguagem.Territórios – filmes que partem de questões locais muito específicas, mas que têm em comum a busca por um tempo inerente a cada espaço filmado;Biografemas – conjunto de filmes que traçam um diálogo com obras de artistas em diferentes tempos e linguagens;Destaque Cristiano Burlan – filmes com a marca da liberdade e da energia do cineasta paulista, com debate; Destaque Louise Botkay – filmes usando telefone celular, vídeo, película super-8, 16 e 35 milímetros, muitas vezes revelados “à mão”, com debate;Destaque Pedro Dantas – com obras da filmografia poética e documental deste paulistano radicado no Chile, com debate;Destaque Autores Livres – curtas e longas de realizadores ímpares, com produções totalmente livres e instigantes, alguns já premiados e/ou homenageados na MFL;Pílulas – com 19 filmes de até três minutos;Outro Olhar – com filmes que a curadoria identificou uma qualidade de invenção e esforço no sentido de experimentar a linguagem audiovisual;Cabine Livre – espaço para a exibição, em loop, de filmes mais abstratos e não narrativos, que passam por  6 horas seguidas em cabines individuais e/ou em salas adaptadas para este fim – a forma da cabine depende de cada CCBB);Mostrinha Livre – curtas diferenciados para crianças;Trash ou Cinema de Gênero? – filmes e debates sobre o preconceito que existe em se fazer cinema de gênero no Brasil, que muitas vezes é associado – pejorativamente – ao termo “trash”;Caminhos – sessão com filmes feitos em oficinas e/ou escolas de cinema, eCoisas Nossas – filmes feitos pelos curadores e/ou produtores da MFL.

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Sonoras – filmes sobre a  música brasileira, com toda a sua multiplicidade, incluindo as que tem  status de “porta–voz das periferias”, como hip-hop, rap, funk etc.

Em cada cidade sede (exceto Brasília) também serão realizadas sessões especiais com exibição de produções locais. No Rio,  além do Curta Rio (duas sessões com 10 curtas feitos no estado), haverá a sessão Cultura Canábica Brasil, com quatro curtas seguidos de debate sobre a descriminalização da maconha.Depois de ser apresentada nos CCBBs, a MFL percorrerá o circuito de Cineclubes Livres, que em 2015 teve 2.700 espectadores em mais de 60 cidades. A MFL é a maior e a mais abrangente mostra de cinema brasileiro, por conta da extensa variedade de produções que exibe e do tempo que fica em cartaz, 5 meses.A MFL é produzida pela WSET (que também realiza no Brasil as mostras completas dos cineastas David Cronenberg e Michael Haneke, entre outros eventos audiovisuais) com patrocínio do Banco do Brasil através da Lei de Incentivo (Minc).Números da MFL 2016Pela primeira vez em 15 anos, São Paulo teve mais filmes inscritos do que o Rio de Janeiro (55 contra 49). A relação de filmes inscritos e selecionados por estado é a seguinte: SP – 371/49; RJ – 333/55; MG – 98/26; RS – 77/11; CE – 61/12; BA – 51/4; PE – 50/10; PR – 43/8; PB – 32/5;GO – 32/2; ES – 29/5; DF – 22/1; AL – 20/1; RN – 19/1; SC – 19/5; AM – 16/2;PA – 15/0; MA – 9/1; MT – 7/0; RO – 5/0; PI –  3/0; AC – 3/1; RR – 2/0; SE – 2/0; MS – 2/0. Proporcionalmente, o estado com melhor índice foi Minas Gerais, com 26% dos filmes inscritos selecionados. A obra mais antiga é de 1980, sendo que 1.132 dos filmes inscritos foram feitos em 2014 e 2015. Apenas 223 filmes, 17% do total de inscritos, foram feitos com apoio estatal; 422 foram feitos em escolas de cinema, e 973 filmes são inéditos no Rio de Janeiro.Este ano, apenas 36 filmes selecionados tiveram apoio estatal direto, e 33 foram feitos em escolas de cinema. O custo de produção dos filmes selecionados somados foi de R$ 3.372.330,00, média de R$ 17.000,00 por filme. “Muitos não preenchem este item na inscrição, então com certeza tais dados são menores do que a realidade”, ressalta Whitaker.Premiação MFLA curadoria da Mostra do Filme Livre assiste e discute todos os filmes inscritos, a fim de fazer a seleção e a programação do evento. Ela define também quais as obras que se destacaram para serem premiadas com o troféu Filme Livre!. Os realizadores contemplados são convidados a virem na mostra carioca para receberem o troféu e conversarem com o público após a exibição de seus filmes. Os premiados deste ano (2 longas, 2 médias e 6 curtas) serão divulgados na noite de abertura da MFL no Rio.

SERVIÇO

Serviço:Mostra do Filme LivreLocal: Centro Cultural Banco do Brasil
Rua Primeiro de Março, 66 – Centro  – 20010-000 / Rio de Janeiro (RJ)(21) 3808-2007
ccbbrio@bb.com.br Funcionamento: de quarta a segunda, das 9h às 21h.
Datas: De 9 de março a 4 de abril de 2016
Horários: consultar programação no site http://mostradofilmelivre.com/16/ Entrada Gratuita, senhas distribuídas 1 hora antes
Lotações: 98 lugares (Cinema I), 50 lugares (Cinema II) e 6 cabines Horários da Bilheteria: Das 9h as 21h. (tel.: 3808-2052) Classificação: consultar programação por sessão
Acesso para pessoas com deficiência: Sim Patrocínio: Banco do Brasil Realização: CCBB

*As informações são de responsabilidade de seus organizadores e estão sujeitas a alterações sem aviso prévio.

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