MIS abre Efêmero Eterno, última exposição programa Nova Fotografia 2015

No dia 23 de outubro, sexta-feira, o MIS, instituição da Secretaria da Cultura do Estado de São Paulo, inaugura a última exposição do programa Nova Fotografia 2015. Efêmero Eterno, do paulista Cláudio Cruz, traz imagens que evidenciam atmosferas enigmáticas e simbólicas que tendem a se camuflar no cotidiano.

O trabalho de Cruz surgiu de sua obsessão em fotografar a sensível linha entre real e irreal, onde a temática se torna secundária graças à procura por vestígios que criem uma experiência única para cada observador. “Acredito que, por estar sempre observando o caos com os olhos curiosos, lapidei uma intuição nada convencional… Sou atraído por essa estranha dimensão, que interrompe o trajeto e entorpece os outros sentidos”, diz.

De acordo com o fotógrafo, frente à atualidade, em que estamos habituados a enxurradas fotográficas – tudo é mostrado de forma explícita, para rápido consumo-, é uma postura quase anti-fotográfica ir em busca de sensações e luzes “erradas”, que aguardam silenciosamente que alguém as note. Esses elementos servem como matéria prima para o ensaio, que dá vida a uma narrativa desmembrada que provoca, incomoda e solicita mais tempo do que estamos acostumados a doar. Assim, a fotografia não entrega prontamente a que veio, gerando no espectador um questionamento sobre seus próprios paradigmas.

Sobre o artista

Cláudio Cruz nasceu em São Paulo, em 1985; formou-se em desenho industrial, pela Universidade Mackenzie, em 2009. Descobriu sua paixão por fotografia em 2010, após participar do curso “Procedência e Propriedade”, com o professor Charles Watson.
Estudou com grandes fotógrafos como João Bittar, Cláudio Feijó, Walter Firmo, Tiago Santana e o coletivo Cia de Foto.
 Foi assistente do fotógrafo Araquém Alcântara, um dos precursores da fotografia ecológica no Brasil, com quem viajou pelo país. Atualmente trabalha como diretor de documentários e desenvolve projetos fotográficos autorais.