“Mondo Machete” é o primeiro teatro musical sobre uma cantora ainda viva e – como é a única capaz de manobrar o bambolê e ao mesmo tempo cantar “My favorite things”, sem deixar que a cintura perca o rebolado no primeiro e a garganta não desista da afinação no segundo – o musical só podia ser apresentado por ela própria.
O espetáculo é patrocinado pelo Consórcio Linha 4 Sul (CL4S), responsável pela implantação da Linha 4 do Metrô entre Ipanema e Gávea, na certeza de que é possível contribuir para o desenvolvimento urbano da cidade e também para o desenvolvimento cultural de quem vive no Rio.
Na grande árvore genealógica da música brasileira, Silvia Machete é o galho moderno que outrora sustentou as folhagens de Carmen Miranda, Emilinha Borba, Maria Alcina, Miriam Batucada e Rita Lee, divas dedicadas à mais deliciosa gandaia das artes – a diversão do ilustre auditório.
Ela é a filha da Chiquita Bacana, tropicalista com toda razão. O pai é desconhecido, mas, entre uma marchinha e outra, Lamartine Babo ou o General da Banda assumiriam a paternidade numa boa.
Machete canta muito bem, compõe com bom gosto e transita sem preconceito por todos os gêneros, da rumba ao rock, da balada ao samba. No repertório do musical tanto tem Rodgers e Hammerstein como Assis Valente, tudo na certeza da sabedoria que está grafitada em purpurina no copo do seu liquidificador filosófico: “O que vier eu traço”. Acima de tudo, a arte da molecagem.
Há cantoras brasileiras que recebem uma pomba gira quando estão no palco. Nada contra. Silvia Machete prefere apresentar-se com uma carnavalesca pomba de isopor pousada na cabeça.
“Mondo Machete”, um musical com um pouco de circo e outro tanto de off-Broadway, comemora os 20 anos dela, a “subverSilvia”, nos palcos e também nos bastidores, onde realizou façanhas só agora reveladas. Foi espiã em Cuba, namorou Elvis, virou escrava sexual de traficante, passou uns tempos em Alcatraz e foi vista nas ruas de maio de 1968 em Paris. Pintou e bordou, passou pra trás e foi passada, fez acrobacias na cara das personalidades mais gostosas do planeta, e outros babados que os repórteres do site Ego nem imaginavam, mas que agora, alertados por ela própria, vão dar o que mais excita Machete: manchete.
Para continuar pedindo ajuda ao mundo das rimas, na MPB Machete está menos para Elizete, a Divina Enluarada, do que para chacrete, vedete, periguete e todas as absurdetes que não ficam exigindo a gravidade do respeito. Ela mete bronca, mete os peitos, não se faz de séria. Dança hula-hula, faz acrobacias, tira onda de sexy em cima de uma bola de exercícios de pilates. A mulher é fogo na roupa, para usar o título de uma chanchada, um gênero que ela reescreve com performance de última geração.
Definitivamente, não quer salvar o samba de raiz nem afinar de novo o chorinho no mesmo tom do velho cavaquinho. Quer pulgas mil na geral e o neon piscando a letra de Rita Lee, uma das músicas que canta no musical: “Sucesso, aqui vou eu”.
Em 1962, o filme “Mondo cane” ficou famoso por documentar o escândalo da perversão. “Mondo Machete” é o escândalo de diversão!
Num cenário de cantoras compenetradas, dedicadas todas as noites a inscrever seus nomes na histórias das casas de telecoteco da Lapa, Silvia agora está de maiô em grande teatro. Sabe que é grave a crise, que já se tentou de tudo para resolvê-la, mas não o bambolê. É a sua proposta. Manda um beijo estalado para todas as senhoras que alegremente saltam de suas vans. Vem a público repetir, como faz há 20 sacudidos anos, e agora em formato de musical, que a alegria é a prova dos nove.
A realização do projeto é uma parceria da Bambolê Productions e Treco Produções Artísticas, com recursos incentivados pela Lei Rouanet de incentivo à cultura do Ministério da Cultura e com o patrocínio da Prefeitura da Cidade do Rio de Janeiro, da Secretaria Municipal Cultura e do Consórcio Linha 4 Sul, através do Programa de Fomento à Cultura Carioca.
SINOPSE:
Num cenário de cantoras compenetradas, dedicadas todas as noites a inscrever seus nomes na histórias das casas de telecoteco da Lapa, Silvia agora está de maiô em grande teatro. Sabe que é grave a crise, que já se tentou de tudo para resolvê-la, mas não o bambolê. É a sua proposta. Manda um beijo estalado para todas as senhoras que alegremente saltam de suas vans. Vem a público repetir, como faz há 20 sacudidos anos, e agora em formato de musical, que a alegria é a prova dos nove.
Estreia 3 de outubro.
CURTA TEMPORADA: de quinta a domingo até 1 de novembro.
Horários: Quinta a sábado as 21h30, domingo as 20h00
Teatro dos 4, Shopping da Gávea
Endereço: Rua Marquês de São Vicente 52, Gávea
Ingressos inteiros: Quintas R$60, Sextas R$70, Sábados e Domingos R$80
Tel. (21)2239.1095 / (21)2274.9895
Funcionamento da bilheteria: Segunda e Terça: das 14:00 às 20:00 | Quarta à Domingo: das 14 horas até o início da última sessão do dia.
Vendas online: www.ingresso.com
Classificação indicativa 12 anos
Aproximadamente 90 minutos
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