Um dos principais nomes das artes visuais no Brasil, com reconhecimento internacional, o carioca Daniel Senise apresenta a exposição QUASE AQUI, que vai ocupar todas as galerias do Oi Futuro no Flamengo a partir de 27 de agosto. A curadoria é de Alberto Saraiva e Flavia Corpas, e o patrocínio da Oi, do Governo do Rio de Janeiro, da Secretaria de Estado de Cultura e da Lei Estadual de Incentivo à Cultura do Rio de Janeiro, com apoio cultural do Oi Futuro. O público poderá visitar a mostra de 28 de agosto a 23 de outubro, com entrada franca.
“A mostra de Senise já pode ser considerada um destaque na programação especial Oi Futuro Flamengo 10 anos. O artista desenvolveu, dentro do clima site-specific, obras que dialogam diretamente com a arquitetura do centro cultural, inclusive revelando ângulos normalmente não vistos”, adianta Roberto Guimarães, gestor de Cultura do Oi Futuro.
OCUPAÇÃO DE TODO O OI FUTURO COM PINTURAS, UMA INSTALAÇÃO E DOIS SITE SPECIFICS
Ao longo de quase três décadas, Senise vem produzindo obras em diversos suportes – pintura, fotografia, gravura, maquetes, intervenções, impressões e projetos desenvolvidos em plataformas computacionais – mantendo um discurso em torno da linguagem da pintura e da investigação do espaço, seja ele físico ou virtual. No Oi Futuro, o artista expande essa discussão com intervenções na estrutura arquitetônica do centro cultural em pinturas, uma instalação na galeria 3 e dois site specifics.
“Daniel Senise vem desenvolvendo uma reflexão profunda sobre a criação da imagem e o universo pictórico. Nesta exposição, o artista expõe novos desdobramentos de seus estudos sobre a luz e o espaço, aproximando-se de outros grandes artistas que compõem a história da arte”, afirma o curador Alberto Saraiva. “Senise é um pintor, e tudo parte da relação dele com a pintura, mesmo que isso ganhe outros suportes e linguagens”, diz Flávia Corpas. É ainda a primeira vez que Senise ganha uma individual no Oi Futuro, há dez anos um dos principais centros culturais do Rio de Janeiro.
O nome da exposição, Quase Aqui, faz referência tanto ao conjunto de trabalhos exibidos na Galeria 1 (uma série que começou a ser criada em 2011) quanto ao próprio fazer artístico de Daniel. São quatro mesas de trabalho usadas em seu ateliê durante um tempo, onde posteriormente ele realiza uma intervenção. “Anulo o centro da ‘tela’, fazendo uma superfície neutra, e o contorno é que traz informação, devaneio, vida”, explica Senise. “É um comentário sobre a pintura; e não deixa de ser uma resposta para a pergunta onde está a pintura? A resposta pode ser: quase aqui”.
O título da mostra ainda se estende ao conceito das outras instalações. “O espaço do Oi Futuro sugere esse movimento de confluências de linguagens e de superação das superfícies, que já vem do século 20: a pintura sai de sua área contida e ocupa o espaço”, diz o artista visual. Nesse sentido, lembra um dos primeiros trabalhos de Daniel (na mostra Como vai você, Geração 80? – Parque Lage/1984, que revelou ainda artistas como Angelo Venosa e Beatriz Milhazes, entre outros). Ali, Senise apresentou Sansão, uma grande pintura da figura bíblica que, encaixada entre duas colunas do casarão da Escola de Artes Visuais, ganhava caráter de instalação.
A EXPOSIÇÃO E SEUS QUATRO AMBIENTES
A exposição se desdobra pelas três galerias do centro cultural além de uma intervenção no primeiro nível.
Na entrada, na Biblio-Tec, o trabalho sem título, é um painel de 3 metros x 12 metros. Uma composição feita com fita isolante sobre o envidraçado dos fundos, filtrando parte da luz externa.
Na primeira galeria estarão exibidas quatro obras da série Quase Aqui. São antigas mesas de trabalho do próprio artista nas quais ele faz uma única intervenção: restaura um retângulo branco no centro e o pinta com tinta a óleo. Ao redor do branco, permanecem visíveis as marcas de trabalho e do tempo, as ranhuras do tampo de madeira, “as marcas do próprio fazer do artista”, conta Flavia. “Tudo compõe a obra”.
A segunda galeria, no quarto nível, traz a instalação Caminhante, em referência a Caminhante sobre o mar de névoa (Der Wanderer über dem Nebelmeer), uma das mais conhecidas pinturas do artista alemão Caspar David Friedrich, um dos principais nomes do romantismo no século XIX. Nessa instalação, toda a sala é desconstruída: as paredes que delimitam a própria sala de exposição são retiradas e o visitante contempla as paredes e janelas originais que estavam ocultas pelo gesso acartonado no prédio, que já abrigou a Estação Telefônica Beira-Mar, inaugurada em 1918. Através dessas janelas, entra na sala a luz projetada do lado de fora – uma luz matinal intensa, como a do quadro que nomeia a obra.
Já a terceira galeria, no quinto nível, apresenta Mundial, videoinstalação imersiva e participativa que recebe até cinco pessoas por vez. Ao entrar, os visitantes avistam uma fotografia em pequeno tamanho na parede do fundo. É possível ver a imagem – mas, para identificar melhor, faz-se necessário chegar mais perto. A imagem é de um espaço da infância e juventude do artista que, por casualidade, ficou 30 anos inalterado depois de sua saída. O nome dessa obra se refere à rádio que tocava uma programação jovem nos anos 70.
Além da exposição, o projeto prevê a publicação de um livro, em parceria com a Cosac Naify, sobre a obra de Senise como um todo. O lançamento está previsto para o primeiro semestre de 2016.
Abertura: 27 de agosto, às 19h30
Visitação: de 28 de agosto a 23 de outubro
Curadoria: Alberto Saraiva e Flavia Corpas
Oi Futuro no Flamengo
Endereço: Rua 2 de Dezembro, 63 – Flamengo
Informações: 31 (21) 3131-3060
Horário de Funcionamento
De terça a domingo de 11h às 20h – Entrada franca
*As informações são de responsabilidade de seus organizadores e estão sujeitas a alterações sem aviso prévio.