Paço das Artes abre mostra da 1ª residência artística com Dudu Tsuda

O Paço das Artes inaugura no dia 21 de fevereiro o projeto Medo e Confiança, de Dudu Tsuda, selecionado para a primeira edição da residência artística da instituição. A entrada é gratuita.

O edital de residência para artistas e Grupo de Estudos Curatoriais (GREC) –criado em 2014– tem como objetivo fomentar a produção e a pesquisa sobre a arte contemporânea em suas diferentes linguagens, e é destinado a artistas e curadores já inseridos no sistema das artes. “É com grande satisfação que recebemos o resultado de três meses de pesquisa e trabalho de Dudu Tsuda no Paço das Artes”, diz Priscila Arantes, diretora técnica e curadora do Paço das Artes.

Segundo Tsuda, Medo e Confiança é uma intervenção urbana participativa com aparelhos portáteis, que propõe uma reflexão sobre a violência urbana paulistana.

O espectador é convidado a interagir com a obra ao instalar um aplicativo para aparelhos móveis (iPhone e/ou Android). A ferramenta funciona como um geolocalizador, que acumula amostras de som, informações e dados de localização, enviados pelos participantes. Além disso, outros artistas convidados por Dudu Tsuda irão contribuir para o projeto e integrarão a exposição, com relatos pessoais e trabalhos relacionados à cidade de São Paulo.

O artista conta que foi durante a residência Tokyo Wonder Site (2014), no Japão, que surgiu a ideia inicial: um mergulho artístico e emocional na relação entre medo e confiança, a partir das inquietações do artista acerca do acidente nuclear em Fukushima e suas implicações sócio-ambientais.

Ao transpor esta reflexão para a residência artística no Paço das Artes, Tsuda buscou identificar que tipo de questão tem a mesma complexidade e profundidade que a radiação no Japão. Assim, identificou a violência urbana como uma problemática interessante para trabalhar a relação de confiança e medo. “Realizar este projeto em São Paulo significa não somente dar continuidade a este mergulho, mas também lidar com os nossos próprios fantasmas”, diz.