O MCI (Mês da Cultura Independente), evento promovido pela Secretaria Municipal de Cultura de São Paulo, chega a sua oitava edição em setembro. A programação, composta por diferentes manifestações culturais, tem como objetivo valorizar e promover as novas experiências culturais, a criatividade e a inovação. As atividades começam dia 06 de setembro, sábado, e se estendem até o final do mês, por toda a cidade de São Paulo.
Criado originalmente no Centro Cultural da Juventude (CCJ), o festival se espalhou por vários espaços da cidade ao longo dos anos, entre bibliotecas públicas, teatros, galerias, cinemas, instituições culturais, além de terminais de ônibus e praças e parques públicos, promovendo uma intensa programação com eventos direcionados à música, cinema, dança, literatura e artes visuais.
“O MCI é um dos momentos especiais da nossa programação anual porque traz um panorama das artes, com convidados nacionais e internacionais, sempre abrangendo a diversidade de estilos e linguagens”, ressalta Karen Cunha, diretora de eventos da Secretaria Municipal de Cultura e curadora do MCI desde a primeira edição.
Entre as mais de 40 atrações musicais desta edição, destaca-se a apresentação do nigeriano Sean Kuti, filho do Fela Kuti, tocando com a banda Egypt 80; o americano GZA/The Genius, membro-fundador do lendário grupo de hip hop Wu-Tang Clan; a ícone do movimento punk, Lydia Lunch (EUA), uma das maiores representantes da cena underground de Nova York (EUA) dos anos 1970; o guitarrista dinamarquês Jakob Bro abrindo o show doVapors of Morphine, power trio formado por Dana Colley e Jerome Deupree, sobreviventes do Morphine, e Jeremy Lyons; o cantor jamaicano U-brown, com os sound systems brasileiros Quilombo Hi-Fi & África Mãe Leão; a rapper franco-chilena Ana Tijoux encerrando o Beatminds (Chile), série de “live beatmaking battles” criada para promover o trabalho de produtores locais de cada cidade, mostrando ao grande público o que realizam anonimamente em seus estúdios.
Dos shows nacionais, destacam-se as apresentações do músico Arrigo Barnabé, em espetáculo que homenageia o compositor Lupicínio Rodrigues; Edi Rock que faz o show do seu disco “Contra nós ninguém será”, abrindo o show do GZA (Wu-Tang Clan); da cantora Céu com o show “Catch a Fire”, interpretando todas as canções do célebre LP do Bob Marley; Emicida, com o show “O glorioso retorno de quem nunca esteve aqui”; KL Jay com o show “Rotação 33”, no qual mixa canções que são referência no rap brasileiro; e o guitarrista Fernando Catatau em seu projeto solo instrumental voltado ao rock, “Fernando Catatau e o Instrumental”.
O Parque Ibirapuera, que passou a funcionar durante 24 horas nos finais de semana desde setembro do ano passado, sedia a primeira edição do Sarau da Madrugada. O evento realizará nas madrugadas de sábado para domingo, ao longo de todo o mês, entre 0h e 5h, apresentações de saraus e batalhas poéticas, através da participação de diversos coletivos. Entre os artistas e coletivos da programação estão Sarau da Cooperifa, ZAP e Slan da Guilhermina + Emblues Band, Elo da Corrente + Jam Dança Improvisação e Sarau do Binho + Circo Incandescente.
O Cinema Bit – Mostra Internacional de Cinema Digital acontece pela segunda vez na programação do MCI, exibindo um panorama de uma nova geração de cineastas de várias nacionalidades que produzem filmes com baixo orçamento, utilizando novas opções de financiamento, como o crowdfunding (financiamento coletivo), novas estratégias de exibição e distribuição, quebrando as regras do antigo sistema das indústrias e propondo alternativas para a transição para uma nova realidade da produção cinematográfica. As exibições acontecem no Centro Cultural São Paulo e na Galeria Olido.Entre os filmes estarão três do diretor e escritor Nathan Silver, todos produzidos via Kickstarter, site de financiamento coletivo dos EUA, e premiados em festivais como AFI e SXSW. Nathan ainda estará presente no CCSP, no dia 19 de setembro, para uma conversa sobre produção independente.
O Cinetério deste ano é especial: Clássicos do Horror Brasileiro. Dedicado aos filmes clássicos de terror de diretores brasileiros, o Cinetério apresenta, durante a madrugada do dia 13 de setembro, no Cemitério da Consolação, os longas “Ninfas diabólicas” (1974), de John Doo, estrelado por duas das maiores musas do cinema da Boca do Lixo, Aldine Müller e Patrícia Scalvi; “Excitação” (1977), de Jean Garrett, filme que transita pela ficção científica e pelo thriller psicológico; e “As sete vampiras” (1986), “chanchada hitchcockiana” dirigida pelo mestre do terror, o cineasta Ivan Cardoso. No dia 27 de setembro, a partir das 23h, tem Maratona Zé do Caixão, na Cinemateca, com exibição de 3 filmes do diretor.
A programação também abre espaço para a primeira edição do CoCidade, iniciativa da Secretaria de Cultura do Município de São Paulo em parceria com pessoas, projetos, empresas e espaços que pretendem, por meio de uma programação de 10 dias, em quatro diferentes espaços, como Praça das Artes e Centro Cultural São Paulo, expor amplamente os caminhos e possibilidades do financiamento coletivo para o desenvolvimento cultural da cidade, discutindo projetos construídos de forma colaborativa. O CoCidade tem também como objetivo mapear e construir um banco de dados de iniciativas colaborativas brasileiras, para facilitar articulações entre produtores, transformadores, projetos, espaços e interessados no assunto. Shows, oficinas, feiras, exposições, intervenções, debates, palestras e um mostra de cinema compõem a programação do Cocidade.
Na literatura o 3º Econtro de Literatura Divergente acontece na Biblioteca Pública Alceu Amoroso de Lima, na Zona Oeste. A programação contempla escritores que se desviam dos princípios regentes dos cânones da produção, divulgação e distribuição de textos e obras literárias na atualidade brasileira, como Marcelino Freire e Nelson Maca. Além das mesas de discussão, haverá oficinas, feira de livros e saraus.
Neste ano o teatro segue representado pela exibição gratuita de duas peças do Grupo Oficina Uzyna Uzona. Escritos e dirigidos por Zé Celso Martinez Corrêa e Marcelo Drummond, o grupo apresenta, no Teatro Oficina, dois musicais, “Cacilda!!! A Rainha Decapitada” e “Walmor y Cacilda 64 – Robogolpe”, que acompanham, em momentos distintos, a trajetória da atriz Cacilda Becker.
Confira programação completa em www.culturaindependente.org.