Lançamento do selo ZecaPagodiscos, de Zeca Pagodinho, com produção de Henrique Cazes, que também assina os arranjos, e José Milton,Sergio Samba Sampaio, este CD do paraibano, mas carioca de coração, Chico Salles revela uma faceta da vasta obra do capixaba Sérgio Sampaio, mostrando sua paixão antiga pelos sambas-canções e suas letras bem humoradas, inteligentes e ainda atuais.
O álbum contou com convidados luxuosos: Zeca Baleiro, que lançou o projeto O Balaio de Sampaio, em 1998, dividiu os vocais com Chico no samba História do Boêmio, de Raimundo Fagner em Cada Lugar na Sua Coisa, e o legítimo sambista Zeca Pagodinho em Polícia, bandido, cachorro, dentista, todas de autoria de Sampaio.
Agora, Chico Salles faz seu primeiro show de lançamento do disco no RJ, no Imperator, no dia 06 de setembro, sábado, com participações especiais de Moacyr Luz eRenato Piau, ambos amigos de Sérgio Sampaio. O show será uma grande celebração ao compositor/cantor com depoimentos curtos de outros amigos projetados num telão como Fagner, Zeca Pagodinho, Edmar Oliveira e Zeca Baleiro.
O projeto contribui para recolocar o nome de Sergio – que integra a galeria de “malditos” da MPB, junto com Jards Macalé, Jorge Mautner, Itamar Assumpção, Torquato Neto, e Arrigo Barnabé – na ordem do dia. O capixaba tem sido “redescoberto” num culto novíssimo e nada saudosista em torno do artista que passou pela música brasileira preso ao rabo de um cometa. “A ideia deste CD surgiu depois ouvir novamente, tempos depois, os LPS do Sergio Sampaio”, conta Chico Salles. “Reler Sergio Sampaio é se atualizar com a picardia e irreverência brasileira. Nada é mais contemporâneo na nossa música popular”.
Chico estará acompanhado de alguns dos melhores músicos cariocas: Nizo Jeremias (acordeom), Alessandro Cardoso (cavaquinho), Tiago Prata (violão de 7 cordas) e Beto Cazes e Durval Pereira (percussão). No roteiro, além das músicas do CD, como Odete, O que Pintar, Pintou, História do Boêmio e Cada Lugar na Sua Coisa, terá ainda músicas do seu repertório forrozeiro. Renato Piau participa interpretando Meu Pobre Blue e Moacyr Luz com Nem Assim, as duas de Sampaio, e outros sambas de sua autoria. O final junta o grande sucesso do Sérgio, “Eu quero é botar meu bloco na rua” com um cordel escrito pelo Chico que resume a trajetória do homenageado.
Mais sobre Chico Salles
Chico Salles já lançou cinco discos, todos na ceara do forró, mas com pitadas de sambas: Confissões (2000), Nordestino Carioca (2002), Forrozando(2005), pelo qual foi indicado como melhor disco e melhor cantor na categoria regional ao Prêmio TIM de Música, hoje Prêmio da Música Brasileira,Tá no Sangue e no Suor (2007) e O Bicho Pega (2010).
Paraibano de Souza chegou ao Rio de Janeiro nos anos 70. Forrozeiro, cantador e cordelista, membro da Academia Brasileira de Literatura de Cordel desde maio de 2007, onde ocupa a cadeira nº. 10, que originalmente pertencia a Catulo da Paixão Cearense, sempre circulou com desenvoltura pela cidade, incorporando a ginga do samba carioca à força da música das suas origens sertanejas. Nos anos 80, conheceu os redutos do samba carioca através de seu amigo trapalhão Mussum – com quem travou parcerias musicais e fundou o bloco Elas e Eles em 1985. Outras parcerias que surgiram naquela época – e perduram até hoje – foram com Noca da Portela, Roberto Serrão e Beto Moura.
Hoje, Chico Salles já tem uma carreira consolidada, circula entre as melhores rodas de samba e forró do Rio de Janeiro e participa de vários projetos. Além disso, ganhou concursos de melhor samba enredo em vários blocos da cidade, nos anos 90, como Simpatia é Quase Amor, Barbas, Elas e Elas, Banda da Barra e Vem Cá me Dá.
Com esta vivência, Chico mostra em Sérgio Samba Sampaio todo o seu cacife para tirar do baú músicas do compositor pouco conhecidas do público, que tem como referência na memória apenas seu hit Eu Quero É Botar Meu Bloco na Rua, de 1972, que ganhou o Festival Internacional da Canção ao ser apresentada no Maracanãzinho, naquele ano.
Henrique Cazes ressalta o quanto Sampaio sabia fazer samba com qualidade e originalidade. “Muitos dos sambas do disco não foram gravados originalmente como sambas clássicos e agora ficaram mais valorizados com esse tipo de instrumentação (violões, cavaquinho, acordeom, muita percussão) e arranjo. Sérgio fazia samba como uma forma de transgressão, já que a ‘máquina’, a gravadora, o mercado, esperava que ele fosse pop. Ele fala disso na letra do Velho Bandido. Ele transgredia dentro da própria transgressão”, completa o músico e arranjador.
“Gravar Sérgio Sampaio hoje é de enorme importância”, opina José Milton, um dos grandes produtores da história da MPB, “pois ele foi fundamental pra música brasileira; deixou vários discos bons. Era um compositor talentoso, um poeta cru, explícito na veia”.
Data: 06 de setembro, sábado
Horário: 21hs
Local: Imperator – Centro Cultural João Nogueira
Endereço: Rua Dias da Cruz, 170 – Méier
Informações: 2597-3897 (das 9h às 12h/13h às 18h) – www.imperator.art.br
Classificação: 16 anos
Preços: R$ 40 (inteira) e R$ 20 (meia)
Ingressos: Plateia sentada -vendas: ingresso.com e bilheteria da casa
Horário da bilheteria: terças e quartas, das 13h às 20h; quintas e sextas, das 13h às 21h30; sábados, das 10h às 21h30; e domingos, das 10h às 19h30.
Formas de pagamento: dinheiro e cartões Dinners, Master (débito e crédito), Visa (débito e crédito) e Vale Cultura.
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