O Sonora Brasil – Formação e de Ouvintes Musicais é um projeto temático que tem como objetivo desenvolver programações identificadas com o desenvolvimento histórico da música no Brasil. Nos dias 5, 6, 8 e 9 de agosto, a unidade do Sesc Piracicaba receberá o tema Tambores e Batuques, que integra o circuito 2013/2014, com manifestações da tradição oral presentes em comunidades quilombolas, que têm o tambor como um elemento fundamental e, em alguns casos, sagrado. O Sonora Brasil é realizado em parceria com o Departamento Nacional do Sesc.
O projeto está em sua 16ª edição e busca despertar no público um olhar crítico sobre a produção e sobre os mecanismos de difusão da música no país, incentivando novas práticas e novos hábitos de apreciação musical, por meio de apresentações de caráter essencialmente acústico, que valorizam a pureza do som e a qualidade das obras e de seus intérpretes.
O tema Tambores e Batuques destaca as manifestações de tradição oral oriundas da influência negra encontradas em comunidades quilombolas, que se enquadram no caso das que precisam de maior atenção para que não se percam. São práticas musicais que contam com a participação, em sua maioria, de pessoas mais velhas que, desde a infância se dedicam à valorização da cultura assimilada a partir da relação com as gerações passadas. Cada uma delas reafirma a presença do negro escravo em regiões distantes e reflete a força da musica na construção de suas identidades.
No ano de 2013, Tambores e Batuques circulou pelos estados das regiões Centro-Oeste, Norte e Nordeste. Neste ano, os grupos trocam de circuito e passam pelo Sul e Sudeste, totalizando, então, a passagem por cerca de 130 cidades, a maioria distante dos centros urbanos, para possibilitar às populações o contato com a qualidade e a diversidade da música brasileira e contribui para o conjunto de ações desenvolvidas pelo Sesc visando a formação de plateia. Os instrumentos apresentados são todos fabricados artesanalmente, de acordo com as tradições de sua comunidade e repertório de cânticos que aludem a fatos da vida social.
Confira a programação
Alabê Ôni
O grupo gaúcho é formado por quatro músicos pesquisadores que se dedicam à recuperação da história do tambor de sopapo — o Grande Tambor, e traz repertório de maçambiques, quicumbis, alujás e candombes, manifestações da cultura negra gaúcha ligadas à tradição religiosa e profana.
Dia 5, terça, 20h.
Teatro. Grátis. 12 anos. Retirada de ingresso com 1 hora de antecedência.
Raízes do Bolão
Música e dança típicas do Amapá, o marabaixo é muito valorizado pela população do estado e reconhecido em sua identidade local. O grupo Raízes do Bolão vive no quilombo do Curiaú, área rural da cidade de Macapá. Utiliza os tambores de marabaixo fabricados pelo Mestre Pedro, e também apresenta os batuques (bandaias) tocados em tambores cavados em tronco de árvore e em pandeirões que remetem a influências da cultura moura.
Dia 6, quarta, 20h.
Teatro. Grátis. 12 anos. Retirada de ingresso com 1 hora de antecedência.
Samba de Cacete da Vacaria
O grupo paraense é formado por pessoas que mantém relações familiares e de vizinhança, e que participam regularmente de atividades sociais onde se pratica o samba de cacete. Seus integrantes, em sua maioria, são moradores da zona rural da cidade de Cametá e vivem da produção agrícola. O grupo é formado por tamboureiros e cantadeiras/sambadeiras e seus cânticos são acompanhados por dois tambouros e mais um percussionista que toca os cacetes. Tem a liderança do Mestre Benedito Moía.
Dia 8, sexta, 20h.
Teatro. Grátis. 12 anos. Retirada de ingresso com 1 hora de antecedência.
Raízes do Samba de Tocos
Representando a tradição do samba rural da Bahia o grupo foi organizado há sete anos a partir de laços familiares e amizades entre vizinhos. Liderados pelo Mestre Satu, o grupo é formado por camponeses que vivem na região da antiga fazenda de Tocos, município de Antônio Cardoso, no interior da Bahia, a 30 km de Feira de Santana. Tocadores e cantadeiras/sambadeiras cantam acompanhados com tambores de oca de pau, pandeiros, triângulo e viola.
Dia 9, sábado, 20h.
Teatro. Grátis. 12 anos. Retirada de ingresso com 1 hora de antecedência.