A Itinerância do 18º Festival de Arte Contemporânea Sesc_Videobrasil chega a Campinas (SP) no final de julho com uma programação especial. A mostra, que apresenta dez obras premiadas e quatro menções honrosas dessa edição (que aconteceu entre novembro de 2013 e janeiro de 2014, no Sesc Pompeia, em São Paulo – SP), vai contar com a participação de três artistas vencedores em sua abertura, no dia 29 de julho, às 19h, no Sesc Campinas. A entrada é gratuita.
Basir Mahmood (Paquistão) e Bakary Diallo (Mali), vencedores de prêmios de residência, participam de uma conversa aberta ao público com o tema Construção de Identidade: Memória e Fantasia, ao lado de Júlia Rebouças, uma das curadoras da mostra competitiva. Já o brasileiro Luiz de Abreu apresenta, às 20h, a performance O Samba do Crioulo Doido, obra vencedora do Grande Prêmio do Festival. A itinerância fica em cartaz no Galpão Multiuso do Sesc Campinas até o dia 5 de outubro com a realização de atividades de Programas Públicos, ações educativas e disponibilização de plataformas digitais no espaço expositivo, que entre outros conteúdos possibilitam o acesso ao acervo de cerca de 1.300 obras reunidas ao longo de três décadas de Festival. Antes, a itinerância do Festival passou pelo Sesc São Carlos.
Artistas
Basir Mahmood e Bakary Diallo foram premiados com residência artística no Instituto Sacatar, na Ilha de Itaparica (Bahia), com os vídeos My Father e Tomo, respectivamente. Ambos estarão no país no período da Itinerância do Festival. Na abertura em Campinas, o mineiro Luiz de Abreu vai reencenar a performance que conquistou o Grande Prêmio em meio às 106 obras expostas na mostra competitiva do Festival, e que circula na Itinerância com um registro em vídeo. Em O Samba do Crioulo Doido, a discriminação racial e sua incidência no corpo negro são o centro da ação performática.
Já a curadora Júlia Rebouças, que contextualiza a Itinerância dentro do projeto do Festival, faz a mediação do encontro com os artistas Bakary Diallo (Mali) e Basir Mahmood (Paquistão) sobre o tema Construção de identidade: Memória e Fantasia. Eles conversam com o público sobre suas produções, abordando os limites da ficção e da influência das memórias pessoais e de questões afetivas na construção de narrativas históricas não hegemônicas.
Na obra de Bakary, Tomo, o significado literal da palavra bambara – um território que a guerra deixou deserto e devastado – inspira a história. Através dos olhos de uma personagem perturbada, que parece lutar para respirar, vemos um vilarejo abandonado que foi tomado pelas almas daqueles que um dia ali viveram. No vídeo de Basir, um velho senhor tenta, em vão, passar uma linha pelo buraco de uma agulha. A escolha deliberada de um buraco pequeno torna o ato ainda mais intenso. My Father (Meu Pai) é uma expressão da relação do artista com seu pai, 45 anos mais velho que ele.
Além dos trabalhos de Luiz de Abreu, Bakary Diallo e Basir Mahmood, outras onze obras, entre vídeos e videoinstalações, fazem parte da exposição da Itinerância em Campinas. Sete vencedores de prêmios de residência: Funfun, de Ayrson Heráclito (Brasil); Domésticas, de Gabriel Mascaro (Brasil); Journey to a Land Otherwise Known, de Laura Huertas Millan (Colômbia); We Are One, de LucFosther Diop (Camarões); The Sun Glows Over the Mountains, de Nurit Sharett (Israel); Pipe Dreams, de Ali Cherri (Líbano) e Sergio e Simone, de Virgínia de Medeiros (Brasil). As quatro menções honrosas são: Rabeca, de Caetano Dias (Brasil); Brisas, de Enrique Ramirez (Chile); 9493, de Marcellvs L. (Brasil); e Motherland, de Sherman Ong (Malásia).
Também estarão à disposição do público no Galpão Multiuso quatro terminais de computadores para acesso a conteúdos digitais. Neles, será possível consultar a Videoteca VB, com cerca de 1.300 obras do Acervo Videobrasil, e assistir aos vídeos do Canal VB, seção audiovisual do site do Videobrasil, em que são exibidos os programas da série Videobrasil na TV; registros de encontros de Programas Públicos do 18º Festival; entrevistas e depoimentos de artistas, curadores e convidados; além de making of e registros das performances que aconteceram nas dezoito edições do Festival.
Nos terminais será possível acessar ainda a PLATAFORMA:VB, ferramenta online para pesquisa e experimentação em arte que explora e expande as relações entre os conteúdos gerados pelas ações do Videobrasil. Na plataforma, depoimentos e relatos dão voz aos artistas, possibilitando um maior entendimento sobre o processo de elaboração dos seus trabalhos e referências, inclusive, com acesso a fotos e vídeos que eles mesmos selecionaram pela importância em suas pesquisas criativas.
Além da conversa com os artistas e curadora, na abertura do evento, duas outras atividades dos Programas Públicos serão realizadas durante a Itinerância em Campinas. Após o sucesso da estratégia de ativação das mostras do 18º Festival, realizadas em São Paulo e São Carlos, a artista Carolina Mendonça e o curador, arquiteto e urbanista Paulo Miyada são novamente convidados a proporcionar a ativação aos conteúdos da exposição, gerando leituras sobrepostas à curadoria do Festival. Em seus trabalhos, eles sugerem novos textos e interpretações, gerando novos produtos – no caso, uma performance e um curta-metragem. Em comum, as propostas de Paulo e Carolina provocam encontros e reflexões sobre a relação do público com a mostra e com as obras, com participação de residentes de Campinas, selecionados a partir de convocatórias públicas, com inscrições que serão divulgadas em breve.
Abertura: 29 de julho de 2014. Terça, a partir das 19h.
Conversa com o público, com a curadora Júlia Rebouças e os artistas premiados Bakary Diallo (Mali) e Basir Mahmood (Paquistão) | 19h, Teatro
Apresentação da performance O Samba do Crioulo Doido, de Luiz de Abreu | 20h, Teatro
Visitação: até 5 de outubro de 2014 (terças a sextas, das 08h30 às 21h30; sábados, domingos e feriados, das 9h30 às 18h).
Galpão Multiuso do Sesc Campinas.
GRÁTIS
Visita de grupos: de 30/07 a 15/08 e de 1º a 3/10
Agendamento pelo email: agendamento@campinas.sescsp.org.br
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