Após passar por São Paulo e Rio de Janeiro, chega à capital mineira a mostra Estúdio Fotográfico Chico Albuquerque, que reúne retratos, fotografias publicitárias, registros industriais e urbanos feitos por Francisco Albuquerque entre os anos de 1940 e 1950, muitas das obras ainda desconhecidas do grande público. A exposição traz ainda um vídeo sobre o processo de restauração dos negativos e uma apresentação com fotografias digitalizadas, ampliando o acesso ao numeroso acervo do fotógrafo.
As obras que chegam ao Centro de Arte Contemporânea e Fotografia, aproximadamente 150, traçam um panorama dos principais trabalhos feitos por Chico Albuquerque em seu estúdio, em quase trinta anos. Essas fotos são um apanhado das mais de 70.000 imagens fotográficas que o MIS/SP cedeu através de convênio para o IMS – Instituto Moreira Salles.
No acervo, retratos fotográficos de importantes personalidades como Juscelino Kubitscheck, Vitor Brecheret, Hilda Hist, Luiz Gonzaga e Roberto Burle Marx. Além disso, a exposição traz fotografias utilizadas em propagandas publicitárias e fotos de bastidores do estúdio do fotógrafo.
Em seus quase 70 anos de carreira, Chico Albuquerque se destacou inicialmente como retratista e se tornou pioneiro na fotografia publicitária nas décadas de 1940 e 50. Foi ele o autor das primeiras fotos promocionais feitas no país, para a Johnson e Johnson em São Paulo, quando a indústria e a comunicação visual se estabeleciam no país. Sua atuação foi determinante também para a disseminação e discussão sobre a fotografia, sendo um dos mais atuantes membros do Foto Cine Clube Bandeirantes, de São Paulo.
Segundo Fernanda Machado, Presidente da Fundação Clóvis Salgado, ao difundir o acervo de Chico Albuquerque, a FCS cumpre uma de suas diretrizes, que é contribuir para o resgate da história da fotografia brasileira. “Além disso, essa exposição reforça a importância da mídia fotográfica para a FCS, que promove mostras com diversos recortes e abordagens, buscando provocar além da fruição, reflexões e experiências formativas, promovendo de forma contínua a fotografia e as discussões sobre suas especificidades”.
Infância em Fortaleza e Influência de Orson Welles – Nascido em Fortaleza, filho de um cinegrafista amador, Chico Albuquerque começou a carreira aos 15 anos fazendo retratos de pessoas nos estúdios da família.
Aos 25 anos, Chico Albuquerque trabalhou como fotografo de cena na filmagem do documentário It’s all true, do cineasta Orson Welles, no Ceará. A experiência influenciou toda a carreira do fotografo, que descobriu a necessidade de composição de cena.
Em 1947, já em São Paulo, o artista cria seu estúdio. O foco original era o retrato e, para isso, Chico escolheu o bairro dos jardins, com clientela de alto poder aquisitivo, que iria impulsionar os seus negócios. Mas, mesmo ao fazer retratos, a fotografia de Chico Albuquerque era diferente, é o que destaca Sergio Burgi, curador da mostra: “Por meio de enquadramentos fechados e pela ênfase na expressão dos olhares, os retratos sugerem o estado psicológico dos modelos ou mostram flagrantes de emoções. O aspecto teatral dos registros é realçado pelo tipo de iluminação geralmente lateral, com sombras marcadas e contraluzes”.
Em São Paulo Chico Albuquerque promoveu a discussão sobre a fotografia através da participação no Foto Cine Clube Bandeirantes, circulando intensamente pelo meio artístico-cultural e influenciando a produção do período.
Data: 4 de julho a 28 de agosto. Abertura dia 03 de Agosto às 19h
Local: Centro de Arte Contemporânea e Fotografia
Endereço: Av. Afonso Pena, 737 – Centro
Entrada Gratuita
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