Chega aos cinemas brasileiros o longa Muppets 2: Procurados e Amados, adaptação que traz novamente nossos amados personagens criados por Jim Henson – entre eles Caco, Miss Piggy, Gonzo e toda à turma – que embarcam em mais uma aventura. Saem Jason Segel e Amy Adams, que estiveram no primeiro longa, e entram Ricky Gervais, Ty Burrell e Tina Fey nesta sequência, que se distancia bastante do longa de 2011, mas que traz uma atmosfera bastante interessante de espionagem e conspiração, além de presentear todo público com um elenco cheio de participações especiais e algumas boas piadas que ajudam ditar o ritmo dessa produção.
Dificilmente você conhecerá outro grupo de fantoches ao redor do globo que consigam, ao longa de sua história, cativar, animar e acima de tudo entreter crianças e adultos de tantas gerações. O grande mérito para se sustentar a tanto tempo, apesar de alguns declines ao longo de sua trajetória, os Muppets contam com o carisma insuperável de todos seus personagens. Entre eles estão: o amigo de todos Kermit, o Sapo (Caco), a porquinha muito talentosa Miss Piggy e ainda o engraçado Gonzo, sustentam um grupo recheado de personagens super engraçados criados em uma época aonde não se existia fácil acesso a tecnologia e a outras culturas. Talvez por isso eles foram temas de diversos trabalhos em séries de televisão e filmes, sempre usando e abusando do humor com sátiras bem pensadas e claro, contando com participações especiais de figuras conhecidas do grande público.
Sabemos que hoje, as crianças nascem cercadas de informações e cada vez mais com acesso fácil a diversas tecnologias, que acabam deixando de lado formas clássicas de entretenimento como o próprio teatro de fantoches e diversas brincadeiras que antigamente eram populares. É cercado nesse universo cheio de tecnologia, que o longa lançado em 2011, doze anos após o último filme dos fantoches, teve em suas mãos um grande desafio para produção, trazer os Muppets de volta ao cenário, de uma forma que não perdesse sua essência e seu carisma que cativou o mundo. Exatamente por esses motivos, resgatar personagens que praticamente não se enquadram mais nos tempos atuais e trazer uma nova roupagem para que as crianças dessa nova geração ainda criem um carisma pelos personagens, não foi tarefa fácil. Com esse desafio em mãos a Disney, sabiamente consegue ressurgir diante de um mar de produções que se encostam em diversos efeitos especiais que o mundo moderno nos proporciona, e consegue apresentar de forma simples um longa que não foge dos anteriores, porém tenta trazer um roteiro mais moderno, se utilizando de espionagens e em certo momento ação na medida do possível, apesar de não conseguir desenvolver muito a fundo as histórias, tendo em vista a tentativa de facilitar para o público infantil, o que pode tornar para os adultos um pouco previsível e obvio.
Dessa vez a turma toda Kermit, Miss Piggy, Animal e toda a trupe conversam com um novo empresário, Dominic Badguy (Ricky Gervais), que pretende levá-los em uma turnê mundial. Kermit hesita, mas os Muppets são ambiciosos e aceitam a proposta. No entanto, eles caem numa armadilha, quando o perigoso sapo Constantine sequestra Kermit e consegue se infiltrar nos Muppets, passando a ser o líder do grupo. Enquanto o pobre Kermit tenta escapar de uma prisão de segurança máxima na Sibéria, controlada a mão de ferro por Nadya (Tina Fey), o resto dos Muppets passa a conviver com o intruso dentro do grupo. Mas um investigador francês da Interpol (Ty Burrell) está de olho nos Muppets, já que uma porção de roubos de obras de arte estão acontecendo próximos às apresentações de Piggy, Gonzo e cia.
O roteiro apesar de trazer uma história bastante atual, peca em seu desenvolvimento bastante simples e raso, com soluções que não dão credito para a trama. Criar uma narrativa de espionagem e ação não é tarefa fácil como muitos pesam, ainda mais se tratando de ser limitar a produção devido os seus personagens, os roteiristas Nicholas Stoller ( mesmo de “Os Muppets”) e James Bobin conseguem apresentar uma abordagem bastante convincente e animada em quase toda projeção – mas que mostra um certo desgaste por ser um filme muito longo.
Se aproveitando de um roteiro mais bem trabalhado, com idas e vindas, James Bobin consegue ditar um ritmo bastante interessante na direção, trazendo uma dinâmica mais rápida para a narrativa, o longa consegue de certa forma se enquadrar no gênero infantil, trazendo tudo aquilo que estamos acostumados a ver nos dias atuais em questão de narrativa e roteiro, apesar de se utilizar de bonecos e não a tecnologia atual. Nesse novo longa, vemos um Muppets com a cara dos antigos, tendo mais partes musicais o que o longa anterior não explorou muito.
Muppets 2: Procurados e Amados, irá encantar os olhos daqueles que são apaixonados pelos bonecos, trazendo toda a magia, que o anterior havia deixado de lado, como as belas letras musicais, misturada com uma comédia no ponto, encantando desde os adultos que viveram sua infância assistindo até as crianças que estão descobrindo esses personagens que fazem sucesso a anos.