Além de ser reconhecido pelo seu trabalho de pesquisa na área de zoologia, Paulo Vanzolini deixou um legado na música com uma obra que retrata o amor e o cotidiano. No ano em que completaria 90 anos de idade, a cantora paulistana Virgínia Rosa presta homenagem ao compositor no show Virgínia Rosa Canta Paulo Vanzolini com apresentações de 2 a 6 de abril, de quarta a domingo, sempre às 19h15, na Caixa Cultural São Paulo. O show tem direção musical do pianista Ogair Junior, que divide o palco com o contrabaixista Robertinho Carvalho e o baterista Ramon Montagner. Os ingressos são gratuitos e limitados a um por pessoa, podendo ser retirados a partir das 12 horas no dia do espetáculo. O show tem o patrocínio da Caixa Econômica Federal.
Virgínia Rosa promete não deixar de fora os clássicos Ronda, Volta Por Cima, Praça Clóvis, Valsa Sem Fim, Pedacinhos do Céu, Cuitelinho, Quando Eu For, Eu Vou Sem Pena, Condição de Vida, Toada de Luís, Volta de Pressa. A intérprete terá a companhia dos convidados especiais Filipe Catto (02/04), Dani Black (03/04), Ruby (04/04), Célia (05/04) e Verônica Ferriani (06/04) – artistas de diferentes estilos que dialogam com o trabalho de Vanzolini.
A cantora falou da dimensão das músicas do autor. “Suas composições funcionam como uma crônica de São Paulo dos anos 50, são sambas e valsas que lidam principalmente com a vida noturna e suas figuras como prostitutas, mulheres mal amadas. Ele foi um grande observador e registrou esse lado histórico, assim como Adoniram Barbosa, não é a toa que eles eram amigos.”
As histórias do compositor e da cantora se misturam e se complementam. Virgínia sempre foi uma das intérpretes preferidas de Vanzolini para dar voz ao seu repertório. No final dos anos 80, ela gravou canções do autor para o disco Inéditas de Paulo Vanzolini, um material raro, que foi distribuído como brinde de uma empresa paulista. A partir desse momento, a dupla criou um relacionamento musical que se desenvolveu de forma orgânica.
“Nesta época, era vocalista da banda Mexe Com Tudo e tive a oportunidade de gravar Valsa Sem Fim, Sorrisos, Inveja e Chorava No Meio da Rua. Já conhecia algumas músicas de Paulo Vanzolini, mas comecei a me aproximar mais do universo artístico desse compositor. Cheguei a participar até alguns de seus shows e receber elogios pela minha interpretação”, conta Virgínia Rosa.
Em 2008, na coleção de CDs Acerto de Contas, que reúne grande parte da obra de Paulo Vanzolini, Virgínia Rosa interpreta 4 canções: Chorava no Meio da Rua, Valsa Sem Fim, Inveja e Sorrisos. Ela também deu sua voz para as músicas do autor no projeto Palavra de Paulista, que homenageava compositores paulistas das mais variadas vertentes da MPB, por meio da voz de cantoras ligadas a São Paulo. Recentemente, a cantora e o Trio Quintina relembraram o compositor em show comemorativo na cidade de Curitiba.
“Paulo Vanzolini mostrou um jeito diferente de fazer samba, uma maneira peculiar. Tinha um ritmo quebrado, fugia dos padrões. Todas essas características garantiram que sua obra tivesse uma estética única, além de dialogar bem com os dias atuais”, enfatiza a cantora.
Virgínia Rosa ficou conhecida por interpretar composições de diversos estilos, além de Paulo Vanzolini; Clara Nunes, Chico Buarque, Geraldo Filme, Itamar Assumpção já tiveram suas obras pela voz da cantora. O contato com a multiplicidade de gêneros musicais começou logo na infância.
“Em casa, ouvia música sertaneja, Elizeth Cardoso, Secos & Molhados e até Beatles. Com a banda Mexe com Tudo, fiz turnês pela Europa e trabalhávamos com vários estilos, o que acabou influenciando até o nome do grupo. Também já passei pelo jazz e soul music. Todas essas experiências me levaram a diversidade musical e aumentou meus horizontes sem qualquer preconceito”, diz.
Em carreira solo, Virgínia Rosa mostrou todo seu lado versátil de intérprete. Lançou quatro álbuns. Batuque, 1999, com canções de Itamar Assumpção, Lenine, Luis Gonzaga, Chico Science. O segundo álbum conta com composições de Thomas Roth, Herbert Viana, Gilberto Gil. Em Samba a Dois (2006), cantou Cartola, Candeia, Marcelo Camelo. No disco Baita Negão, ela faz uma homenagem ao sambista Monsueto (1924 – 1973).
Temporada: 2 a 6 de abril de 2014 (quarta-feira a domingo)
Horário: 19h15
Local: CAIXA Cultural São Paulo
Endereço: Praça da Sé, 111 – Centro – São Paulo
Capacidade: 80 lugares
Informações: (11) 3321-4400
Entrada Franca: os ingressos deverão ser retirados na bilheteria no dia da apresentação, a partir do meio-dia. Distribuição limitada a um ingresso por pessoa.
Recomendação Etária: Livre
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