Joan Baez pela primeira vez no Brasil em apresentação no Teatro Bradesco Rio

Joan Baez, a mais célebre voz feminina do folk americano, responsável por apresentar ao grande público um então desconhecido compositor de nome Bob Dylan, chega ao Rio de Janeiro para primeira apresentação na cidade, dentro da turnê promovida pela Opus Promoções.

O show faz parte da turnê An Evening With Joan Baez, que começou em 2008 pelos Estados Unidos e Europa, e, além do Brasil, segue para o Chile, Uruguai e Argentina. As comemorações de seus 50 anos de carreira incluem também o lançamento do CD Day After Tomorrow, também de 2008, produzido pelo cantor e compositor Steve Earle, e do documentário Joan Baez: How Swet The Sound, da série PBS American Masters.  O álbum, indicado ao Grammy Hall Of Stars, marcou a volta de Joan ao Top 200 da Billboard, alcançando na semana de lançamento a posição de número 128.

As apresentações têm início em Porto Alegre, em 19 de março, passando pelo Rio de Janeiro no dia 21, sexta-feira, no Teatro Bradesco, às 21h30. De lá, ela segue para São Paulo, onde faz show dias 23 e 24 também no Teatro Bradesco e finaliza a turnê em Recife no dia 28 de março, no Teatro RioMar. Será a primeira vez a se apresentar no Brasil, já que guarda um significativo episódio no País: em 1981, quando já estava em São Paulo para iniciar uma turnê, foi proibida pelo Governo Militar de realizar os shows marcados por ser um dos mais importantes nomes das “canções de protesto”. Não deixou o cunho político de lado, aproveitando a viagem para almoçar com o então presidente do Partido dos Trabalhadores, Luiz Inácio da Silva.

Com mais de 30 discos gravados, Joan continua fiel à sonoridade acústica (além de compositora e intérprete, toca violão, piano e ukulelê), sendo acompanhada nas apresentações por Gabriel Harris (seu filho com o jornalista e ativista político David Harris) e o multi-instrumentista Dirk Powell. Habitualmente abre os shows da turnê com In My Time of Need e Rexroth’s Daughter, ambas de sua autoria, para depois cantar o hino Deportees, de Woody Guthrie. Também estão no repertório It’s All Over Now, Baby Blue, de Bob Dylan – seu namorado entre 1962 e 1965 – e The Night They Drove Old Dixie Down, de Rob Robbie Robertson, da The Band.

Aos 72 anos, além da agenda intensa de shows ao redor do mundo desde 2008 – quando se completaram 50 anos de sua residência no famoso Club 47 em 1958, em Cambridge e sua estreia no ano seguinte no Newport Folk Festival, que a revelaram – mantém a jovialidade no que diz respeito à sua reconhecida luta direitos humanos, em que, entre outros muitos feitos, marchou na linha de frente dos movimentos pelos direitos civis com Martin Luther King, inspirou Vaclav Havel em sua primeira luta pela República Checa, cantou na primeira turnê do movimento Amnesty International e, mais recentemente, esteve ao lado de Nelson Mandela quando o mundo comemorou seus 90 anos no Hyde Park, em Londres. Joan ainda foi responsável por destacar o Free Speech Movement; uma das personalidades resistentes à Guerra do Vietnã e que, 40 anos depois, cumprimentou as Dixie Chicks pela coragem de protestar contra a Guerra do Iraque. Os últimos anos marcaram a criação de um prêmio que leva o seu nome: “Joan Baez pelo Destaque e Serviço Inspirador na Luta Global pelos Direitos Humanos” (Joan Baez Award for Outstanding Inspirational Service in the Global Fight for Human Rights), do movimento Amnesty International. Entre as muitas honrarias concedidas a ela, outra delas é a Lifetime Achievement Award, a maior honra que a Academia de Gravação (Recording Academy) pode conceder.