A mostra A borda o risco o mundo: experimento #2, de Mayana Reidin, explora de forma iconográfica, significados literais e sentidos metafóricos das palavras que dão título a exposição. “A borda é aquilo que delimita o dentro e o fora, tanto de um desenho quanto de um abismo; o risco é ao mesmo tempo a marca do traço, quanto o perigo iminente do colapso; o mundo é a densidade existencial e também a matéria para todos os trabalhos. Essas interseções, entre o significado literal e o sentido metafórico das palavras, é que são exploradas neste experimento”, explica Mayana.
A exposição é uma das oito selecionadas pelo Edital de Artes Visuais para Ocupação das Galerias da Fundação Clóvis Salgado, uma iniciativa que visa estimular a nova produção nas artes visuais em âmbito nacional. “O complexo cultural Palácio das Artes recebe mais de um milhão de visitantes por ano. O edital também tem este objetivo, de potencializar a visibilidade dos artistas contemplados, muitas vezes iniciante, aumentando assim as possibilidades de circulação e divulgação das obras no Brasil.”, explica Fernanda Machado, Presidente da Fundação Clóvis Salgado.
Em A borda o risco o mundo: experimento #2 , Mayana Redin, expõe as séries: Geografia de encontros (2010/2011), A Ruína (2013), Lunar (2013) e Órbita (2014), compostas por desenhos, instalações, vídeos e objetos, que revelam os processos de criação da artista. As séries tem como fio condutor o desenho, que funciona como “borda”, ou seja, aquilo que circunda e delimita uma ideia ou interpretação de mundo.
Segundo a artista, outro elemento de unidade entre as séries é a ideia de cosmologia. “Nesta exposição, a cosmologia está implícita na ideia de um desenho conceitual, que cria representações do mundo de maneira particular, ficcional e algumas narrativas a partir de lógicas fabulares. Mas ao mesmo tempo, a cosmologia aparece iconograficamente em trabalhos como Lunar, Órbita e em um trabalho inédito chamado “Cosmografias”, sobre edifícios de Belo Horizonte que possuem nomes de corpos celestes”, conta.
Em Geografia de encontros, Mayana utiliza a representação cartográfica de lugares existentes em uma sobreposição que contribui para recontextualiza-los. Entre as imagens, está a proposta de um continente inexistente, formado por diversos países sem mar.
Na série A Ruína , de 2013, a artista utiliza cartões postais, de paisagens naturais e construídas, para promover deslocamento das imagens, seja sua conversão ou sua sobreposição, por exemplo. O trabalho utiliza sucessivas repetições que degradam seus objetos de depredação.
Em dois outros momentos da exposição, a artista trabalha as relações entre o lugar comum e o lugar cósmico, usando o vídeo como ferramenta de desenho. São os trabalhos Lunar e Órbita. Lunar, retrata a representação gráfica das fases da Lua as recria em cima de uma toalha de papel, como se o tempo da trajetória de um astro pudesse estar contido em um ato de espera.
Na Fundação Clóvis Salgado, pela primeira vez, a artista expõe o trabalho nomeado de Cosmografias, sobre os edifícios da cidade de Belo Horizonte. A borda o risco o mundo: experimento #2 é a segunda exposição individual de Mayana que já expôs na Galeria de Arte do Ibeu, no Rio de Janeiro.
Data: De 21 de fevereiro a 13 de abril de 2014
Horário: 10h às 21h
Local: Galeria Arlinda Corrêa Lima
Endereço: Av. Afonso Pena, 1537, Centro
Preço: Acesso gratuito
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