Durante o mês de fevereiro, o Centro Cultural Banco do Brasil Rio mostrará a série musical Futebol no País da Música, baseada no livro homônimo do jornalista gaúcho Beto Xavier, lançado em 2009. O livro é uma extensa pesquisa que mostra as interações entre essas duas verdadeiras paixões nacionais: o futebol e a música. Serão seis shows na Tenda do CCBB na Praça dos Correios nos dias 7, 8, 14,15 e 21 e 22 de fevereiro, sextas e sábados, começando com Sobrinha e Carlinhos Vergueiro, depois Kleiton e Kledir e banda Bate Bola e encerrando comTeresa Cristina e Rogê.
O projeto tem direção artística de Túlio Feliciano e direção musical de Paulão 7 Cordas. Na abertura dos shows, um “bate bola musical” com os sambistas Rodrigo Carvalho (cantor, compositor, fundador e ex- vocalista do Galocantô, agora preparando seu primeiro CD) e Marcelinho Moreira (cria das rodas de samba e músico de vários bambas do samba, hoje com carreira solo) que receberão as atrações nos fins-de-semana com muita música e futebol que, juntos ou sozinhos, interpretarão clássicos quemostram a conexão entre essas duas paixões brasileiras.
Antes do primeiro show no dia 07, sexta, haverá um debate às 21hs com Beto Xavier (autor do livro), Junior (ex-jogador do Flamengo e da Seleção Brasileira) e Luiz Antonio Simas (historiador, especializado em história da música brasileira), onde não faltarão histórias saborosas sobre o futebol e seus momentos inspiradores na música popular brasileira.
O Brasil é conhecido como o país do futebol e do samba. Se o futebol fosse um esporte quietinho, sem cantoria, sem estádios, hinos e a até aquela trilha que embala os melhores momentos da torcida, provavelmente seria algo muito chato. E o que seria da MPB sem a inspiração dos mágicos dribles dos nossos craques? A ligação entre futebol e música é tão bela e entrosada quanto Pelé e Garrincha. Ou Tom Jobim e Vinicius de Moraes.
Faz pouco mais de um século que o futebol se popularizou e, assim, se aproximou do que já estava havia muito tempo no domínio do povo – a música popular brasileira de origens africana e açoriana, e que logo passou a ter influências européias. O futebol tornou-se uma obra coletiva de encanto, arte e inigualável entretenimento. Chegou onde a música já estava com chorinhos, lundus, canções e sambas, e um se tornou dependente do outro em muitos sentidos.
Nesta série Futebol no País da Música vamos encontrar boas histórias sobre clássicos da música popular que falam de futebol. A MPB boleira vai dar de goleada na tenda externa do CCBB carioca, mostrando canções que expressam a alegria e a dor de um bom jogo.
Das dezenas, talvez centenas de músicas sobre futebol, bons exemplos são: o samba Deixa Falar (Nelson Petersen, 1938), sucesso na voz de Carmen Miranda; o choro 1×0, de Benedito Lacerda e Pixinguinha, composto tempos após o gol do Friedenreich que decidiu o Sul-Americano de seleções em 1919; a marcha Touradas em Madri, de Alberto Ribeiro e João de Barro, o Braguinha, feita para o Carnaval de 1938 e que foi cantada por todo o Maracanã na Copa de 1950, quando o Brasil goleou a Espanha por 6×1. E mais: o Frevo do Bi, sucesso de Jackson Pandeiro, feito em 1962, quando a Seleção foi bicampeã do mundo; o baião Siri Jogando Bola, de Luiz Gonzaga e Zé Dantas; osamba-rock Massagem, de Alexandre e Bedeu, gravado pelos Originais do Samba, no disco Clima Total, de 1979; a instrumental Soccer Ball, gravada por Toninho Horta, no disco Serenade, de 1997 e também o rock artilheiro Jonny Pirou, versão de Léo Jaime e Tavinho Paes para o clássico “Johnny B.Goode”, de Chuck Berry, gravada por Ney Matogrosso no disco “Mato Grosso” (1982). A letra da versão brasileira descreve um Fla-Flu num domingo de sol…
PROGRAMAÇÃO
7 e 8 fevereiro
Sombrinha e Carlinhos Vergueiro
Sombrinha marcou época no Grupo Fundo de Quintal, onde ficou 11 anos, com sua voz inconfundível, seu cavaquinho singular e suas belas composições. Em 92 gravou seu primeiro disco, recebendo o Prêmio Sharp como melhor artista revelação. Três anos depois formou a dupla de samba Arlindo Cruz e Sombrinha, que durou sete anos e rendeu cinco discos. Seu mais novo álbum Matéria Prima, foi produzido por Alindo Cruz e com participações de Chico Buarque, Zeca Pagodinho, Hamilton de Holanda, Velha Guarda da Mangueira, Arlindo Cruz e seu irmão Sombra.
Carlinhos Vergueiro tornou-se conhecido do grande público ao vencer o Festival Abertura em 1975 na Rede Globo de Televisão, com sua música Como um Ladrão. Artista contemporâneo que sempre valorizou suas raízes, é parceiro de Paulo César Feital, Vinicius de Moraes, Chico Buarque, Toquinho, Sueli Costa, Paulo César Pinheiro, Elton Medeiros, João Nogueira, Paulinho da Viola, entre muitos outros, e tem mais de 150 músicas gravadas.
14 e 15 fevereiro
Kleiton e Kledir e banda Bate Bola
Kleiton e Kledir lançaram, com mais três amigos, a banda Almôndegas, nos anos 70, que foi um marco na história da música do Rio Grande do Sul. Foram quatro discos e muitos shows. Em 1980 saiu o primeiro disco da dupla K&K, sucesso imediato e apresentações que arrastavam um público enorme por todo o Brasil. Lançaram vários discos (inclusive em espanhol) – o que lhes rendeu disco de ouro e shows nos EUA, Europa e América Latina – e trouxeram definitivamente a nova música gaúcha para a cultura brasileira, eternizando um sotaque diferente, uma maneira própria de falar e cantar, com termos até então desconhecidos como “deu pra ti” e “tri legal”. Transformaram-se em símbolos do gaúcho contemporâneo, do homem moderno do sul do Brasil, o que fez com que o Governo do Estado lhes conferisse o título de “Embaixadores Culturais do RS”.
O Bate Bola é formado por craques da bola e da música, com uma seleção imbatível de canções da nossa MPB. O resultado dessa mistura está no CD homônimo, uma homenagem à maior paixão nacional de todos os brasileiros: o futebol. Os “técnicos” Ruy Faria e Afonso Machado são craques incontestáveis: Ruy, cantor, compositor e diretor musical, ajudou a fundar o grupo MPB 4 em 1964, do qual se desligou em 2004. Afonso Machado é compositor, bandolinista e integra o lendário Galo Preto. Ambos “escalaram” seus filhos, os talentosos Francisco Faria e Thiago Machado para juntos recriarem canções como Um a zero (Pixinguinha, Benedito Lacerda e Nelson Ângelo), Linha de Passe (João Bosco e Aldir Blanc), Aqui é o País do Futebol (Milton Nascimento e Fernando Brant), Na cadência do Samba (que bonito é) (Luis Bandeira) e a pouco conhecida O Futebol (Chico Buarque), entre outras canções. “Jogadores” como Chico Buarque e Carlinhos Vergueiro entram em campo em canjas especialíssimas.
21 e 22 fevereiro
Teresa Cristina e Rogê
Teresa Cristina nasceu no bairro de Bonsucesso e foi criada na Vila da Penha, subúrbio do Rio de Janeiro. Inicialmente apareceu no quintal da Tia Surica, em Madureira, cantando sambas de Jair do Cavaquinho, Argemiro da Portela, Casquinha e Monarco. Este último costumava dizer: “Esta menina é coisa nossa, coisa muito séria”. Trabalhou em várias casas cariocas, entre elas Centro Cultural Carioca e o Carioca da Gema, também na Lapa, no Rio de Janeiro. Sobre Teresa Cristina declarou Paulinho da Viola: “É uma figura jovem e cativante, excelente cantora de samba. A gente está precisando de cantoras assim, porque hoje em dia não tem gente interpretando samba como ela”.
Rogê lançou em 2003 seu primeiro CD solo homônimo, que produziu ao lado de Alexandre Castilho, com composições de Duani, Seu Jorge, Gabriel Moura, Jovi Joviniano, entre outros. Compôs Tatu Bom de bola, música oficial do mascote da Copa do Mundo do Brasil FIFA 2014, em parceria com Arlindo Cruz e Arlindo Neto. Participou do show de gravação do DVD Batuques do Meu Lugar, de Arlindo Cruz, interpretando a música Suingue de Samba, ao lado de seu Jorge, e Quero Balançar, ambas de sua autoria em parceria com Arlindo, assim como a faixa-título do disco. No ano passado gravou seu primeiro DVD, Baile do Brenguelé, no Teatro Tom Jobim/RJ, repetindo a parceria com o produtor Kassin e com participação de músicos, como Lincoln Olivetti, Armando Marçal, Serginho Meriti, Arlindo Cruz e Wilson das Neves. Rogê compôs, ao lado de Arlindo Cruz e Arlindo Neto, a canção-tema do Rio de Janeiro para as Olimpíadas de 2016, Os grandes deuses do Olimpo Visitam o Rio de Janeiro. Além disso, foi escolhido pelo canal de esportes americano ESPN para ser o embaixador da Copa do Mundo de 2014 na transmissão para os EUA.
Período: de 07 a 23 de fevereiro de 2014 – às sextas e sábados
Horários: dia 07/02, sexta, às 22hs e os demais dias às 21hs
Local: Tenda do CCBB na Praça dos Correios
Endereço: Rua Primeiro de Março, 66 – Centro
Preços: R$ 5,00 e R$ 10,00
Formas de pagamento: dinheiro e cartões Mastercad, Redeshop e Visa
Bilheteria: de quarta a segunda, das 9h às 21h
Classificação: Livre
Capacidade: 500 lugares
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