A trajetória de sete crianças que moravam na mesma rua em 1964, encenada nos palcos pela primeira vez em 1983 sob título de Bailei na Curva, tornou-se um dos retratos mais marcantes do Brasil sob o signo do golpe militar. Com três décadas de existência, o espetáculo, com autoria e direção de Julio Conte, integra parte do currículo escolar e é, atualmente, a peça mais montada do país. Com o passar dos anos, o sucesso permaneceu, conquistando novas gerações.
Foi pensando nisso que os entusiastas do projeto e a gaúcha Opus Promoções se reuniram novamente para encenar essa história totalmente remodelada que comemora os 30 anos. O espetáculo chega ao Rio de Janeiro em 23 de janeiro, quinta, no Teatro Bradesco, e segue depois para o mesmo teatro em São Paulo no dia 24/01.
Em 1º de outubro de 1983 Bailei na Curva fazia sua primeira apresentação no Teatro IPE, em Porto Alegre. Desde a versão inicial, a montagem rapidamente se tornou um sucesso. Já em parceria com a Opus Promoções, a primeira turnê do espetáculo realizou 280 apresentações para um público de 150 mil pessoas só no Rio Grande do Sul. O grupo ainda partiu para outras cidades do Brasil como Rio de Janeiro, São Paulo, Brasília e Campo Grande. Simultaneamente, a montagem foi encenada por outros grupos teatrais em locais como Belo Horizonte, João Pessoa, Recife e Campinas. Bailei também foi convidada por Eva Sopher para festejar os dez anos da reabertura do Theatro São Pedro, em 1994. Novas remontagens foram feitas em 2000 e em 2008.
A nova encenação mantém a essência e vitalidade da montagem original, mas foi repaginada para os grandes palcos dos teatros por onde passará. O cenário, além das clássicas cadeiras, conta com projeções de imagens e um trabalho gráfico ao fundo, para produzir um registro iconográfico e facilitar a compreensão do espetáculo para as novas gerações. No elenco, os jovens atores – Catharina Conte, Cíntia Ferrer, Eduardo Mendonça, Érico Ramos, Guilherme Barcelos, Leonardo Barison, Melissa Dornelles e Patrícia Soso – contracenarão com os veteranos de sua estreia, Márcia do Canto, Lucia Serpa, Flávio Bicca Rocha e Cláudia Accurso, que também assinam o texto final junto com Júlio Conte, Regina Goulart e Hermes Mancilha. E Julio, por sinal, sai de trás das cortinas para se juntar ao grupo no palco.
“Bailei na Curva é uma peça feita no frescor dos anos, na energia da juventude e na eletricidade do amanhã”, comenta Julio. “Um elenco novo manteve a peça ao longo destes últimos anos. O público também mudou a cara, e por isso, novas cenas foram reescritas e foram usadas imagens, fotos, filmes da época, clipes dos anos 60, 70 e 80, a fim de dar aos mais jovens o retrato da passagem do tempo e situar os novos espectadores. O público agora é formado pelos filhos do público que lotou o teatro nos anos 80 e 90”.
Ele completa: “A estética desta quarta versão foi repaginada, novas produções de imagens, um dinamismo que corresponde às necessidades estéticas do nosso tempo e, por fim, os atores que mantiveram a peça em cartaz nesta última década, poderão, nesta nova versão, contracenar com atores do elenco original. Um momento que promete ser muito emocionante, pois teremos um encontro de gerações tanto na plateia quanto no palco”.
Sinopse
Bailei na Curva mostra a trajetória de sete crianças, vizinhas na mesma rua em abril de 1964. Como pano de fundo, impõe-se uma forte realidade. Um golpe militar num país democrático da América Latina. A peça desenha, ao mesmo tempo, um quadro divertido e implacável da realidade. Divertido sob o ponto de vista da pureza e ingenuidade das personagens que, durante sua trajetória, enfrentam as transformações do final da infância, adolescência e juventude. E implacável em função das consequências de um Golpe Militar que vai refletir na vida adulta desses personagens.
Durante o desenvolvimento da história, vai se desenhando um painel dos usos, costumes e pensamentos da sociedade brasileira na segunda metade do século XX. As brincadeiras de colégio, as aulas de educação sexual, as matinês no cinema, as reuniões dançantes nas garagens, os namoros no carro – uma juventude que opta pela guerrilha e clandestinidade em contraste à outra juventude que abraça as drogas e cai na estrada e, finalmente, adultos que optam pelas conquistas individuais na negação do passado em contraste com aqueles que lutam para resgatar as memórias dos anos de chumbo. Uma geração que encontra sua maturidade nos movimentos de anistia e abertura Política. E que encerra todas as suas esperanças no mandato de Tancredo Neves para presidente da república.
Sem perder a ternura, a peça inicia sua história em 1º de abril de 1964 e a encerra no dia oficial da morte de Tancredo Neves, em 1985, quando um bebê, representando o futuro, é embalado em cena ao som da música Horizontes.
Data: dia 23 de janeiro de 2014 – quinta
Horários: 18 e 21hs
Local: Teatro Bradesco
Endereço: Av. das Américas, 3.900- – Shopping Village Mall – Barra da Tijuca
Preços: Frisas: R$ 40,00; Balcão Nobre: R$ 50,00; Plateia Alt: R$ 80,00; Plateia Baixa: R$ 90,00 e Camarote: R$ 100,00; – com meia entrada para estudantes, menores de 21 anos, idosos eprofessores da rede pública municipal
Capacidade: 1060 lugares
Duração: 2h10min
Classificação: 12 anos (menores de 12 anos somente acompanhados de pais ou responsáveis)
www.teatrobradescorio.com.br
Vendas:
Ingresso Rápido – Call Center – 4003-1212 (segunda a sábado, das 9h às 22h, e domingo, das 12h às 18h ) e *Site www.ingressorapido.com.br (compra até duas horas antes do evento)
Bilheteria Teatro Bradesco – Av. das Américas, 3.900 / Loja 160. (terça a domingo, das 13 às 19hs)
*As informações são de responsabilidade de seus organizadores e estão sujeitas a alterações sem aviso prévio.