Plinio Profeta lança a trilha sonora de “Sessão de Terapia” no Studio RJ

As duas temporadas de “Sessão de Terapia”, adaptação dirigida por Selton Mello para o GNT da série israelense “Be Tipul”, escrita por Hagai Levi, trouxeram uma subjetividade e direção cuidadosa raras à TV brasileira, como se cada capítulo fosse feito à mão.

Sua trilha sonora original, confeccionada pelo produtor Plinio Profeta e milimetricamente utilizada em cena, dá vazão às diferentes nuances da psique que transbordam na câmera, ora densa, colada aos atores, ora singela, por trás de uma janela, ou apenas vislumbrada pela luz de um abajur, uma poltrona vazia, o reflexo de um espelho.

O lançamento acontece em 25 de novembro, segunda, no Studio RJ, às 21h30, com a trilha tocada ao vivo por Plinio (piano rhodes e guitarra), Lucas Vasconcellos (guitarra), Luciano Correa (violoncelo) e Jam da Silva (percussão).  Após o show festa com discotecagem de Nepal e Nado Leal.

Selton comenta o processo de criação: “O trabalho com Plinio vem de longa data. Começou no cinema e se estendeu à série. Nosso desafio conjunto era encontrar os tons de cada personagem. Como ser comovente sem ser melodramático? Como tocar o espectador com uma trilha sonora sensível, mas que não exagere no ponto? Uma vez que passamos ao largo do que seria uma trilha melosa, chegamos no terreno da delicadeza. Nesse terreno ele é faixa preta”.

Plinio assina as trilhas sonoras de seus trabalhos desde a estreia como diretor, na peça “Zastrozzi”, incluindo seus dois longas, “Feliz Natal”, de 2009, vencedor dos prêmios de Melhor Trilha Sonora no Festival de Cinema de Curitiba e FestCine, de  Goiânia, e o “O Palhaço”, de 2011, com o qual ganhou o Grande Prêmio do Cinema Brasileiro e o Prêmio Contigo de Cinema, entre outros.

Um dos mais requisitados produtores musicais contemporâneos, ele, que é multiinstrumentista – em “Sessão de Terapia” toca piano, violão, guitarra, baixo, teclados e programações, adicionados ao cello de Luciano Correa -, vem se especializando cada vez mais nos efeitos da junção música e imagem. Entre seus outros trabalhos para cinema estão o blockbuster “Cilada”, de José Alvarenga, “É aí comeu?”, com texto de Marcelo Rubens Paiva, o documentário “As divinas divas”, de Leandra Leal, “Minha mãe é uma peça”, de Paulo Gustavo, “Julio Sumiu” de Roberto Berliner, “Vendedor de Passado”, de Lula Buarque, e “Os homens são de marte…”, com Monica Martelli, esse três últimos a serem lançados em 2014.

Sócio da casa de shows Studio RJ, palco da música independente no Rio de Janeiro, Plinio alterna produções de artistas mainstream com o que há de novo. Com “Falange Canibal”, de Lenine, ganhou o Grammy Latino de melhor álbum. Produziu faixas também de “Na Pressão”, álbum anterior do pernambucano e alguns outros artistas que passaram pelas suas mãos são Lobão, Tiê, Pedro Luís, Lucas Santtana e O Rappa. Tem composto também para instalações de artistas visuais como Raul Mourão e Maria Lynch.

“O processo da trilha de ‘Sessão de Terapia’ aconteceu ao inverso do habitual, com a edição feita em cima da trilha pronta”, conta Plinio. “Já tinha visto a versão americana, sou viciado em séries, então a linguagem já me era próxima. Tudo no trabalho foi regido pela sutileza. Entrei no universo de cada personagem, que são muito reais, optando por uma linha minimalista. A combinação do piano, o instrumento mais completo no terreno do singelo, com suas notas fortes e agudas, com o cello, propõe uma variação de dinâmica, em que as pausas são tão presentes quantos as notas. A música é um complemento da realidade exposta sem enfeites, e a trilha sonora tinha que seguir esse caminho, como as notas estivessem soltas no tempo e espaço”.

Ele continua: “Cada personagem tem um tema especial. O do Breno, da primeira série, um policial de elite, tinha uma agressividade sutil. Já para o Daniel, um garoto levado à terapia em função da separação dos pais que aos poucos vai deixando visível a fragilidade sobre a imagem que tem si mesmo, busquei tons delicados, com pouquíssimos elementos e notas espaçadas. Sem correções de computador, procurava a próxima nota em um lugar inesperado, melodias desconstruídas, um lugar onde a imperfeição é bem-vinda. Em um momento em que o álbum físico fica cada vez menos frequente, quis resgatar a poesia das trilhas sonoras lançadas em álbum, em que o ouvinte guarda consigo a memória das atmosferas do que viu – sentiu – na tela”, finaliza.

SERVIÇO
Lançamento trilha sonora Sessão de Terapia
Data: 25/11, segunda, às 21h30
Endereço: Av. Vieira Souto, 110, 1º andar, Arpoador/Ipanema, Rio de Janeiro
Telefone: (21) 2523-1204
Site: www.studiorj.org
Capacidade: 300 pessoas
Classificação: 18 anos / Formas de pagamento: dinheiro, cheque e todos os cartões de crédito e débito.
Preço: R$ 20,00

*As informações são de responsabilidade de seus organizadores e estão sujeitas a alterações sem aviso prévio.

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