Mais uma peça do Museu Imperial/Ibram está sendo restaurada. Desta vez, os cuidados do laboratório de restauração estão voltados para o trono de d. Pedro II. A intervenção, que está sendo realizada através de recursos próprios da instituição, começou este mês e deverá ser concluída até janeiro de 2014, período de grande visitação.
O item faz parte do circuito de exposição permanente do MI. A peça foi escolhida para receber os reparos devido a problemas estruturais, como conta Eliane Zanatta, responsável pelo setor de Conservação e Restauração. “Ele apresenta problemas estruturais, por ser de madeira, além de uma alteração cromática muito grande na parte têxtil, que já não é original e está prejudicando os bordados a fio de prata do espaldar.” – explicou Eliane.
Em dezembro de 2012, o Museu Imperial concluiu o restauro da berlinda de aparato de d. Pedro II, que hoje está exposta em uma cúpula temporária acompanhada de uma tela onde os visitantes podem ver como foi realizado todo o processo. Assim como a restauração da berlinda, a do trono de d. Pedro II também está sendo realizada às vistas do público na Galeria de Restauro, sala anexa ao Pavilhão das Viaturas criada para permitir que os interessados possam acompanhar o trabalho dos técnicos.
A equipe do Instituto Nacional de Tecnologia (MCTI) e do Museu de Astronomia e Ciências Afins (MAST), parceiros do MI no que diz respeito às pesquisas direcionadas para o estudo da biodeterioração, controle e detecção de espécies microbianas em áreas selecionadas do trono de d. Pedro II e do ambiente no qual ele está exposto, já estiveram no Museu Imperial para coleta de amostras de micro-organismos.
O Trono
Feito em talha dourada com estofo de veludo verde no assento, nos braços e no encosto em medalhão oval guarnecido de estrita moldura. No centro, com uma estrela acima, a sigla P II I. (Pedro II Imperador) está entre duas palmas atadas por um laço; tudo é bordado a fios de prata.
O medalhão é ligado ao bastidor do assento por um suporte de folhas do espaldar e, acima, partindo das mesmas hastes, folhagens de acanto em voluta sustentam sobre o friso, o dragão de Bragança sentado. Os braços do assento são formados pelas asas de duas esfinges que repousam sobre dois pedestais unidos por um travessão, que representam os pés dianteiros do trono.
Com 1,75 m de altura, 1,04 m de comprimento e 0,66 m de largura, o trono pertenceu ao Paço da Imperial Quinta de São Cristóvão e foi transferido do Museu Histórico Nacional para o Museu Imperial na década de 1940. Além deste, são conhecidos mais dois tronos imperiais, ambos em exposição no Museu Histórico Nacional. Um deles, igual ao do Paço de São Cristóvão, mas sem as iniciais no encosto, pertencia ao Supremo Tribunal Militar, e o outro, de talha dourada, ficava no Salão das Sessões do Senado do Império.