Clássico dos clássicos do terror e um dos precursores do gênero no cinema, Nosferatu, Uma Sinfonia de Horror, lançado em 1922, encerra a série ‘Música & Imagem’ de 2013, no Theatro Municipal do Rio de Janeiro – espaço da Secretaria de Estado de Cultura, dentro da programação artística elaborada pelo Maestro Isaac Karabtchevsky. O concerto com a projeção do filme mudo dirigido por Friedrich Wilhelm Murnau será apresentado de 19 a 22 de setembro, com o Coro e a Orquestra Sinfônica do Theatro Municipal, sob a regência de Tobias Volkmann, Maestro Assistente da OSTM. A música desta cópia, com edição do instituto alemão European Filmphilharmonic, foi composta por Pierre Oser, em 2012.
“Esta é uma excelente oportunidade para ver ou rever esta obra imortal do cinema mundial, exemplar do expressionismo alemão. Principalmente, porque exibiremos com a qualidade do Blu-Ray uma versão restaurada e colorizada com os mais modernos recursos técnicos”, comenta Carla Camurati, presidente da Fundação Theatro Municipal do Rio de Janeiro.
Na época de seu lançamento, em 1922, o filme foi recebido positivamente pelos críticos, que se renderam ao talento do jovem cineasta alemão Friedrich Wilhelm Murnau, à fotografia de Fritz Wagner e ao impressionante desempenho de Max Shreck, no papel-título, tão verossímil que rendeu especulações de que seria um vampiro de fato. As tomadas alternadas de três ações que aconteciam, simultaneamente, em lugares distintos, revelavam ainda uma técnica de edição bastante inovadora para a época. Mesmo com o sucesso, o filme enfrentou problemas. O roteiro de Henrik Galeen foi baseado de forma livre em Drácula, de Bram Stoker, de 1897, sem que, no entanto, seus direitos fossem adquiridos legalmente, gerando disputas com a viúva do escritor. Os nomes dos personagens haviam sido trocados, como o de Conde Drácula para Conde Orlok, outros papéis secundários foram eliminados e a ação passou de Londres para Bremen. Ainda assim, as mudanças em relação ao livro foram insuficientes e o filme foi condenado por plágio. A sentença exigia a destruição das cópias, o que foi evitado em sua totalidade graças à distribuição internacional do filme. Quando as cópias restantes foram restauradas, os herdeiros legais de Stoker já haviam morrido e o filme voltou a ser exibido. Em 1979, o clássico ganhou uma remontagem de Werner Herzog, com Klaus Kinski no papel principal, que também recebeu grande reconhecimento de público e crítica.
Sinopse
Thomas Hutter é um agente imobiliário que é enviado aos Cárpatos para vender uma casa a um conde. Uma vez que ele se aproxima do castelo do Conde Orlok, percebe que esta não será uma viagem normal de negócios. Hutter descobre que seu anfitrião é um vampiro, quando se fere com uma faca. O Conde se lança sobre ele e Hutter desperta na manhã seguinte com duas marcas inexplicáveis no pescoço. Ao ver uma foto da esposa de seu visitante Orlok rapidamente ruma para a residência de Hutter, em uma viagem de navio, levando consigo uma terrível peste. Ao mesmo tempo, Hutter faz uma desesperada viagem de volta por terra para tentar chegar até sua casa antes do vampiro. Nosferatu tenta conquistar a bela e ingênua mulher do agente através de seus poderes. Ela oferece a si mesma, como se estivesse sob hipnose, e Nosferatu esquece o tempo. Pego de surpresa, o brilho do sol nascente faz com que ele se desintegre em fumaça. Misteriosamente, a peste também acaba.
F.W. Murnau (1888-1931), diretor
Nasceu em Bielefeld, na Alemanha, em 1888. Depois de estudar história da arte em Heidelberg, trabalhou como ator e depois como assistente de Max Reinhardt. É um dos mais importantes cineastas do cinema mudo, mais particularmente do expressionismo alemão. Seus filmes mais conhecidos sãoNosferatu (1922), A Última Gargalhada (1924) e Fausto, uma Lenda Popular Alemã (1926). Mudou-se para os Estados Unidos na segunda metade dos anos 1920, onde realizou Aurora (1927), um dos primeiros filmes com som direto, e Tabu (1931), seu último trabalho como diretor antes de sua morte trágica em um acidente de carro.
Pierre Oser, compositor
Vive e trabalha em Munique, na Alemanha, como compositor, músico e maestro. Formou-se na Escola de Jazz de Munique (Jazz School Munich) e cursou piano clássico em Mainz e Munique, dando continuidade a seus estudos no Richard Strauss Conservatoire Munich. Trabalhou no Teatro de Viena (Schauspielhaus Wien) e no Teatro do Estado da Bavária em Munique (Bayerische Staatsschauspiel München). Compôs trilhas sonoras para o cinema e para a TV, além de peças radiofônicas e teatrais. Gravou CDs e DVDs em diferentes países da Europa e nos Estados Unidos. Organizou e produziu espetáculos com projeção de filmes e execução de trilha sonora ao vivo em festivais internacionais e em salas de concerto europeias. Criou novas partituras para clássicos como Michael (1924), de Carl Theodor Dreyer, Aurora (1927), de F. W. Murnau, e A Morte Cansada (1921), de Fritz Lang.
Tobias Volkmann, regente
Gaúcho de São Leopoldo, Tobias Volkmann teve duas importantes conquistas no Concurso Internacional de Regência Jorma Panula, na Finlândia, em 2012: o Segundo Prêmio e ‘A Escolha da Orquestra’, uma honraria atribuída pelos grupos participantes. Também impressionou o público russo neste ano, como convidado do Festival Musical Olympus de São Petersburgo, ao reger a Orquestra Sinfônica Estatal do Museu Hermitage. Nesta edição de 2013, recebeu o Prêmio Especial na categoria Preferido do Público. No Brasil foi o vencedor do Concurso Carlos Gomes de Regência Orquestral, realizado pela Sinfônica Municipal de Campinas em 2010. Estudou com importantes mestres emmasterclasses internacionais, destacando-se os maestros Isaac Karabtchevsky (em Riva del Garda, Itália), Kurt Masur, Jorma Panula, Guillermo Scarabino e Fabio Mechetti. Entre 2009 e 2011, atuou como assistente de Ronald Zollman junto às orquestras da Universidade Carnegie Mellon de Pittsburgh (EUA), onde concluiu o mestrado em regência orquestral sob sua orientação. Conduziu importantes orquestras em concerto, entre elas a Sinfônica do Porto / Casa da Música (Portugal), a Sinfônica do Chile, a Lyatoshinsky de Kiev (Ucrânia), as Sinfônicas de Vaasa e de Jyväskylä (Finlândia), a Jovem Estatal da Armênia, a Filarmônica de Minas Gerais, a Petrobras Sinfônica, a Sinfônica do Theatro Municipal do Rio de Janeiro, a Sinfônica Nacional – UFF, a Sinfônica de Porto Alegre, a Sinfônica Municipal de Campinas e a Sinfônica da UFRJ. Os compromissos futuros incluem o retorno à Casa da Música como convidado da Orquestra Sinfônica do Porto em 2014. Desde 2012 é Maestro Assistente da Orquestra Sinfônica do Theatro Municipal do Rio de Janeiro.
Série Música & Imagem
Coro e Orquestra Sinfônica do Theatro Municipal
Direção: Friedrich Wilhelm Murnau
Música: Pierre Oser (2012)
Elenco: Max Schreck, Greta Schröder-Matray, Gustav Von Wangenheim
Regência: Tobias Volkmann
Data: 19, 20 e 21 de setembro, às 20h
Data: 22, às 17h
Theatro Municipal do Rio de Janeiro
Endereço: Praça Floriano, s/nº – Centro
Classificação etária: Livre
Duração: 94 minutos
Preços:
- Frisas e camarotes – R$ 420,00
- Plateia e balcão nobre – R$ 70,00
- Balcão superior – R$ 50,00
- Galeria – R$ 18,00
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