A partir do dia 04 de setembro a Sede das Cias recebe a Cia em Obra para estrear seu primeiro espetáculo. A peça, “Não há melhor lugar do que a nossa casa”, que aborda a importância da família, do afeto, do aconchego doméstico, tem texto e direção de Pedro Emanuel, jovem representante de uma nova geração nos palcos cariocas, recém-saída da faculdade (no caso, o curso de teatro da UniverCidade), e já atuante – um time que joga nas onze, atuando, dirigindo, produzindo, levantando seus projetos autorais.
Em cena, um casal recém-casado chega à sua nova casa e toma consciência de que o amor não é suficiente para levar adiante a relação. No mesmo espaço físico, três irmãos, que seriam a projeção dos filhos que esse casal, diante do distanciamento iminente, não será capaz de ter. “Esses irmãos procuram uma pista, algum documento que comprove a existência de seus pais”, explica o autor e diretor, que para o seu ‘debut’ em palcos profissionais como dramaturgo buscou inspiração em sua própria família. “Lembro de ficar olhando fotos do casamento dos meus pais e nunca fui capaz de entender como aqueles jovens, tão felizes naquelas imagens, iriam, no futuro, acabar se separando. Não houve culpados, apenas pessoas apaixonadas incapazes de sustentar as amarras que o matrimônio impunha a elas”, analisa Emanuel.
O autor e diretor tem como meta investir em novos textos acerca da composição do universo familiar e está em cartaz, como ator, no espetáculo ‘Memória Inventada no Sonho de Alguém’ (em cartaz de 11 a 29 de setembro no Tempo Festival, que ocupa o Teatro Glaucio Gill).
A encenação busca a sensação do vínculo afetivo, remetendo a imagens, sensações e memórias. “A família sempre foi algo que me inquietou. Seu poder e sua influência na vida de um indivíduo. Na peça, o que acontece é que os irmãos são praticamente uma extensão do casal, uma projeção deste desejo de maternidade. Ao longo da narrativa, percebe-se que tanto os irmãos, quanto o casal, coabitam o mesmo espaço físico, a mesma casa, mas em tempos diferentes, em lógicas diferentes, e ainda assim simultaneamente”. Para ele, o espetáculo trata essencialmente da dependência direta que há entre os membros de um núcleo familiar, principalmente, no núcleo mais estreito que a peça aborda: pais e filhos.
Ícaro Salek vive Claudio, o marido, figura que, de tanto se ausentar de casa, acaba obrigando a mulher, Elisa (Marcéli Torquato) a viver uma interminável espera. Iuri Krushewsky vive Paulo, o filho mais velho, empenhado em vender a casa após o sumiço dos pais; Julia Mendes interpreta Gisele, a filha mais nova, ainda esperançosa da volta dos progenitores; por fim, Eduardo Parreira dá vida a Daniel, o atordoado filho do meio. “A cena apresenta as fantasias e expectativas de um casal ao entrar em sua nova casa até a degradação de seu matrimônio, com o definhamento deste casamento. Os irmãos, possíveis filhos, se distanciam de qualquer possibilidade de existir”, explica o diretor.
Temporada: de 04 de setembro a 03 de outubro
Horário: quartas e quintas, às 20h
Local: Sede das Cias – Escadaria Selarón
Endereço: Rua Manuel Carneiro 12 – Lapa
Informações: 2137-1271
Ingressos: R$20,00
Bilheteria: a partir das 19h
Classificação: 12 anos
Capacidade: 60 lugares
Duração: 60 minutos
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