O Museu Afro Brasil, instituição da Secretaria de Estado da Cultura, convida o público para um momento de deleite em sua varanda com a exposição “Varanda do Museu”, que pode ser visitada a partir de sábado, dia 10 de agosto.
Com curadoria de Judith Pottecher, a mostra tem como objetivo celebrar e promover a convivialidade cidadã, além de demonstrar o papel do design na criação de espaços e equipamentos urbanos.
O espaço da varanda é apresentado como uma área de convivência presente e representativa da cultura de viver e morar brasileira. Essa representação adquire uma dimensão ainda maior inserida em um dos espaços mais importantes de convívio democrático, o Parque Ibirapuera, e de cultura, o Museu Afro Brasil – uma instituição de peso que acolhe todas as formas de expressão e criatividade.
O projeto “Varanda do Museu” foi apresentado no calendário do evento Design Weekend, que celebra as diversas formas de manifestação do design. O Museu Afro Brasil, como agente promotor das artes e dos movimentos culturais do nosso tempo, será uma “Casa” de excelência a ser habitada pelo público.
Sobre o projeto
É sob o ângulo das referências culturais – no processo da criação em geral e do design de objetos em particular, que essa exposição ganhou forma. Sua materialização eficaz e vibrante insere o objeto como produto identitário dinâmico e contemporâneo. Um testemunho por excelência da importância do fato cultural. Aquele que distingue e ao mesmo tempo une os diferentes povos, criando pontes, estabelecendo diálogos, permitindo uma abertura e uma percepção fundamental na comunicação entre nossas sociedades.
A idealização da “Varanda do Museu” se vale das simbologias, tanto espacial – a varanda, quanto de inspiração, ao se referir e explorar o universo mitológico afro-brasileiro, se apropriaando das formas, cores e signos do guardião das cidades, das casas, dos “templos” de culto e do Axé, simbolizado por Exu.
Exu representa o movimento. A palavra Èșù em yorubá significa “esfera”. É essa busca incessante de evolução, de dinamismo e de transformação permanente que tão apropriadamente simboliza os processos criativos e as conquistas civilizatórias. É um comunicador por excelência. Incorporá-lo, fazê-lo tomar forma, manipular suas simbologias no campo de experimentos formais, produz um resultado dos mais contundentes. Contribuir com essa dinâmica de entendimento e de aquisição de conhecimento, provocar uma reflexão e instigar um diálogo, derrubando preconceitos ou falsos “mitos”, visa construir alicerces para uma sociedade plural, apta a valorizar seus legados culturais.
Especialmente criadas pelo designer Rodrigo Almeida, quatro peças compõem o conjunto da exposição. A partir de cilindros e telas em aço inox, ele trama fios e cordas, insere miçangas e couro. Transita pelo universo de referências e cria poltronas, banco e luminária. As representações simbólicas onipresentes revelam e reinterpretam as ambivalências e oposições tão características do orixá Exu. A sensualidade das formas e das suas associações, dos materiais e detalhes se declinam ora em peças complexas, ricas, como verdadeiros elementos de aparato. Carregadas e excessivas. Ora depuradas ao extremo, mas nem por isso menos representativas. Ao contrário, é desnudando de seus códigos ornamentais que se alcança a síntese e a representação mais intensa de sua essência. Dualidade, ambiguidade, leveza e aparato, jogo de oposições, é esse território que tão bem traduz a simbologia do mais humano dos orixás, aquele “…que tem as qualidades dos seus defeitos”, como descrever o escritor Pierre Verger na obra “Orixás”.
Curadoria de Judith Pottecher
Abertura: 10 de agosto de 2013
Museu Afro Brasil
Endereço: Av. Pedro Álvares Cabral, s/n – Parque Ibirapuera – Portão 10
Fone: 55 11 3320 8900
Funcionamento: de terça a domingo, das 10h às 17h (com permanência até as 18h)
Entrada Gratuita
www.museuafrobrasil.org.br
*As informações são de responsabilidade de seus organizadores e estão sujeitas a alterações sem aviso prévio.