Projeto Teatro Mínimo do Sesc Ipiranga apresenta o monólogo “Eu vi o sol brilhar em toda a sua glória”

Projeto Teatro Mínimo – Série de monólogos baseados essencialmente no trabalho de interpretação do ator, trazendo textos de autores consagrados e de novos dramaturgos, que tenham como foco o trabalho de expressividade do intérprete.

O projeto iniciou-se no Sesc Ipiranga em meados de 2011 com a proposta de apresentar trabalhos, principalmente monólogos, de caráter intimista. Temporadas regulares no Auditório da unidade, que permite ao público uma aproximação maior com o trabalho dos atores.

De 06 de abril a 25 de maio (sábados, às 19h30, e às 21h15), o público poderá assistir no Sesc Ipiranga a peça Eu vi o sol brilhar em toda a sua glória, monólogo com o ator João Paulo Lorenzon. Indicado ao Prêmio Shell de melhor ator, Lorenzon inspirou-se no universo e em textos do escritor argentino Jorge Luis Borges para construir a peça.

Apoiado em imagens de contos e fragmentos da vida do escritor, o texto – escrito pelo ator em dois anos de pesquisas com supervisão do crítico literário e tradutor Davi Arrigucci Jr. – estabelece um diálogo reflexivo com Borges sobre memória e esquecimento, luz e cegueira, sonho e realidade, finitude e imortalidade.

O público não vê necessariamente Borges, mas um homem perdido em uma terra devastada onde tempos e espaços se misturam. “Este homem pode ser Borges, mas pode ser também seu personagem, assim como os outros que virão: Beatriz, Argos – o troglodita, Demócrito de Abdera, o tigre – todos presentes em sua obra”, completa Lorenzon.

João os interpreta em meio a 200 blocos de concreto escolhidos para compor a cenografia do espetáculo, com referências em telas apocalípticas do pintor e escultor alemão Anselm Kiefer e nos contos de Borges, particularmente em três deles: ‘A Escrita do Deus, O Imortal e As Ruínas Circulares’, o que também vale para a caracterização de Lorenzon.

Antigos mestres e parceiros artísticos do ator o ajudaram na construção do espetáculo. São eles: Lucia Chedieck (indicada ao Shell de melhor iluminação), parceira emMemória do Mundo (2008) e O Funâmbulo (2009); Antonio Januzelli, seu mestre em De Verdade (2010) e que tem cuidado da sua preparação como ator, desde o primeiro solo; Davi Arrigucci Jr., tradutor de Borges pela Cia. das Letras e especialista na obra do autor; Isabel Setti, atriz e professora da Escola de Arte Dramática da USP, para quem o ator dedica o espetáculo e com quem aperfeiçoou as técnicas vocais; Karim da Hora, que assina a co-direção; além de Tomate Saraiva, na operação de luz; Manuel Pessoa, música original; Atílio Beline Vaz, maquiagem; Uiedson Aparecido Torres, cenotécnico; e Joana Dória, na supervisão artística.