Texto inédito no Brasil, o espetáculo O CASAL PALAVRAKIS, da dramaturga espanhola Angélica Liddell, reestreia dia 6 de abril, sábado, às 21h, no TEATRO STUDIO HELENY GUARIBA (antigo STUDIO 184), onde fica em cartaz até 28 de abril. Peça conta a cruel história do casal Elsa e Mateo Palavrakis, vítimas de maus tratos na infância, que vive a tragédia de ter sua filha Chloé assassinada.Obra aborda temas como pedofilia e incesto. Montagem do Teatro Kaus, tem direção de Reginaldo Nascimento e reúne no elenco os atores Amália Pereira, Angelo Coimbra e Lauanda Varone.
Elsa e Mateo levam uma vida monótona em um bairro, onde participam de concursos de baile, os quais perdem sistematicamente. Unidos pelo rancor comum por seus pais, o casal revê sua história mediante uma estrutura de flash-backs, conduzida por uma Narradora. “A peça fala da violência e abusos que criam feridas que não cicatrizam, apavorando homens e mulheres que, angustiados, tentam reproduzir nos filhos a vida que não tiveram. É a busca por algum sentido que possa redimir uma infância sem cor, sem luz”, afirma o diretor Reginaldo Nascimento.
Montagem apresenta uma linguagem hibrida, com uma série de quadros fragmentados que, alheios a qualquer lógica de tempo e espaço, vai costurando uma complexa trama. “O foco é no trabalho dos atores, que transitam com as contradições das personagens, apresentando um relato visceral de suas verdades, medos e mentiras. Trabalhamos com o onírico para acentuar o estado de sonho e realidade que se confrontam o tempo todo na peça”, finaliza o diretor, que também assina o cenário e sonoplastia.
A cenografia apresenta ambientes dispersos no espaço demarcado por duas cadeiras que simbolizam o patriarcalismo, a mesa posta da família feliz, e por transições de luz. Os figurinos, do Teatro Kaus, remetem ao cotidiano de pessoas comuns. A música transita com o sublime, o sagrado e o profano, e em alguns momentos sons desconexos aparecem para acentuar a dramaticidade. A Iluminação, de Vanderlei Conte, trabalha com silhuetas, sombras e recortes e vai iluminado os espaços do sonho e da realidade que acentuam a narrativa da peça
O texto O CASAL PALAVRAKIS estreou em agosto de 2012, no SESC CONSOLAÇÃO, Sala Beta, e faz parte do Tríptico da Aflição, que reúne também as peças Once Open a Time in West Asphixia eHysterica Passio. Em outubro passado fez temporada no TEATRO VIGA, Sala Piscina.
Angélica Liddell: Pseudónimo de Angélica González (Figueres, Girona, Catalunha, Espanha, 1966) é produtora, encenadora, atriz, escritora, poetisa e dramaturga. É licenciada em Psicologia e Arte Dramática. Iniciou em 1988 a sua trajetória no teatro e esse ano, recebe o Premio Cidade de Alcorcón pela obra Greta quiere suicidarse. Em 1993, fundou, juntamente com Gumersindo Puche, a companhia Atra Bilis Teatro (bílis negra), onde produz, dirige e interpreta seus próprios textos. A sua obra compreende narrativa, poesia, performance e ações, além de textos teatrais, dos quais muitos foram já encenados na Espanha, Colômbia, Bolívia, Portugal, Alemanha, Chile e República Checa. Suas peças abordam temas como a decadência da instituição familiar, o lado negro do ser humano, a morte e o sexo. Escreveu os textos: O Tríptico da Aflição, que reúne as peças O Casal Palavrakis, Once Open a Time in West Asphixia e Hysterica Passio; La Falsa Suicida; Actos de Resistência Contra a Morte; Las Condenadas, El Jardín de Madrágoras e El año de Ricardo, entre outras. Suas obras estão traduzidas para português, alemão e francês.
Reginaldo Nascimento: Ator e Diretor Teatral em constante atividade desde 1990. Fundou fundador o Teatro Kaus Cia Experimental em 1998. Participou de diversos cursos de formação e aprimoramento com diversos e importantes profissionais. Desde 1993 se dedica especificamente a Direção Teatral e a pesquisa do teatro de grupo, tendo assinado a direção de mais de 20 espetáculos entre eles: O Grande Cerimonial, de Fernando Arrabal, Infiéis, de Marco Antonio de la Parra, A Revolta, de Santiago Serrano, El Chingo, de Edílio Peña, Pigmaleoa, de Millôr Fernandes, Cala a Boca Já Morreu, de Luís Alberto de Abreu, A Boa, de Aimar Labaki, Vereda da Salvação, de Jorge Andrade, Homens de Papel e Oração para um pé de chinelo, ambas de Plínio Marcos, entre outros. Vêm realizando desde 1994, várias oficinas e cursos em prefeituras, secretarias de cultura e instituições privadas pelo interior do Estado, na capital e outros estados. Organizou e Editou o Livro CADERNOS DO KAUS – O Teatro na América Latina. Em agosto de 2009, idealizou e executou juntamente com o Grupo Kaus e em parceria com o Instituto Cervantes a Mesa de Debates Um Certo Arrabal, evento que trouxe a São Paulo o Dramaturgo Fernando Arrabal, um dos mais importantes da cena Mundial.
Teatro Kaus Cia. Experimental: Radicado em São Paulo desde outubro de 2001, o Teatro Kaus Cia Experimental da Cooperativa Paulista de Teatro foi criado em dezembro de 1998, na cidade de São José dos Campos, pelo ator e diretor Reginaldo Nascimento e pela atriz e jornalista Amália Pereira. Na capital paulista, a Cia. encenou as peças O Grande Cerimonial, de Fernando Arrabal (2010/201), A Revolta, do argentino Santiago Serrano (2007), El Chingo, do venezuelano Edilio Peña (2007), Infiéis, do chileno Marco Antonio de la Parra (2006/2009), Vereda da Salvação, de Jorge Andrade (2005/2004) e Oração para um pé de chinelo,de Plínio Marcos (2002). Participou em Julho de 2007 como convidado do XVIII Temporales Internacionales de Teatro, em Puerto Montt e da Lluvia de Teatro de Valdivia, ambas no Chile, apresentando o EspetáculoA Revolta, realizando três apresentações, com o texto original em espanhol. Em novembro de 2007, lançou o livro Cadernos do Kaus – O Teatro na América Latina, um registro documental sobre todas as ações do projeto Fronteiras – O Teatro na América Latina, realizado pelo grupo durante o ano de 2006 e 2007, em parceria com o Instituto Cervantes e beneficiado pela Lei de Fomento ao Teatro para a Cidade de São Paulo.
Reestreia: dia 6 de abril de 2013, sábado, às 21h
Horário: Sábados, às 21h. Domingos, às 20h
Temporada: Até 28 de abril
TEATRO STUDIO HELENY GUARIBA (antigo Studio 184)
Endereço: Praça Franklin Roosevelt, 184 – Consolação
Duração: 80 minutos
Recomendação: 16 anos
Ingressos: R$ 30,00 (inteira) e R$ 15,00 (+60 anos, estudantes e professores da rede pública de ensino)
tel: 3259-6940
Capacidade: 50 lugares
Bilheteria abre uma hora antes do espetáculo. Bar. Acesso para deficientes. Aceita dinheiro e cheque. Estacionamento ao lado.
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