Uma provocadora tensão sobre os limites existentes entre a pintura, a escultura e a arquitetura. No dia 21 de março, às 20h, acontece a abertura da exposição coletiva Forma e Presença, na Simões de Assis Galeria de Arte. De acordo com o curador da mostra, Marcus Lontra, trata-se não apenas de tornar permeáveis as fronteiras físicas desses três elementos, mas também, e não menos importante, seus limites conceituais. “Os objetos e instalações concebidas pelos artistas se situam nas fronteiras do que chamamos de arte e vida”. Lontra é ex diretor do Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro e atual curador do Museu de Arte Moderna da Bahia.
Cinco grandes artistas compõe Forma e Presença. Em seus objetos, Angelo Venosa associa materiais e imagens do mundo natural aos artigos e processos industriais. O artista concebe obras curvilíneas que remetem, em sua maioria, a estruturas ósseas. Já Elisabeth Jobim estuda exaustivamente as pedras irregulares que encontra no Rio de Janeiro e as converte em pintura sob a forma de belas composições geométricas.
A relação entre arquitetura e escultura aparece claramente na obra de Iole de Freitas, com trabalhos que se afirmam no dinamismo visual de formas curvilíneas habilmente desconstruídas pela artista no espaço. Em José Bechara, destaque para a exploração e diversidade de novos processos e materiais: lonas de caminhão, pele bovina, chapas ferruginosas ou ainda artigos do mobiliário doméstico são convertidos em aparatos artísticos. A exposição fica completa com os objetos de Manfredo de Souzanetto, que dialogam tanto com a tradição da pintura quanto da escultura e das artes utilitárias. Suas obras remetem às artes gráficas e ao design e arquitetura modernistas.
De acordo com o curador todos esses artistas têm a compreensão do real papel do espectador na arte contemporânea, o de figura ativa, interlocutor ou recodificador de significados, não apenas um receptor de mensagens. “Suas obras geralmente desempenham uma presença teatral, que solicita do público uma interação sensorial e temporal mais ampla”, comenta Lontra. Ele destaca, ainda, que esses artistas estabelecem uma sensível ponte entre os tempos. “Eles compreenderam o legado oriundo do passado como base e alavancaram para projetar esteticamente obras comprometidas com a inquietude e com a velocidade do mundo contemporâneo”.
Data: 21 de março a 20 de abril de 2013
Horário: De segunda à sexta das 09:30 às 19:00h. Aos sábados das 10:00 às 18:00h
Curadoria: Marcus Lontra
Artistas: Angelo Venosa, Elisabeth Jobim, Iole de Freitas, José Bechara e Manfredo de Souzanetto.
Local: Simões de Assis Galeria de Arte
Endereço: Alameda Dom Pedro II, 155, Batel
Tel: 41- 3232-2315
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