Nesta sexta-feira, a Frequência Não Modulada retoma um assunto que interessa a muita gente: a Música Clássica. O plano inicial era de escrever sobre um compositor clássico uma vez por mês. Depois de Tchaikovsky, o plano foi abandonado sem razões aparentes. Até agora. Pelo menos uma vez por mês, um compositor clássico será o assunto aqui. E esta semana é a vez de Antonio Vivaldi, que representa como ninguém a música barroca italiana.
Conhecido como “o padre ruivo”, Antonio Lucio Vivaldi, o primogênito dos sete filhos, nasceu em Veneza em 04 de março de 1678. Seu pai, barbeiro e também um violinista fantástico, o ajudou a ingressar na carreira musical, o inscrevendo na Basílica de São Marcos, onde se destacou como o melhor violinista de sua geração. Aos 25 anos de idade, tornou-se padre, mas devido a asma, não exerceu a função por muito tempo. Então, se dedicou ao ensino do violino na Ospedalle della Pietà, um orfanato veneziano famoso por seu conservatório musical, onde compôs a maioria de suas obras e se consolidou como compositor e maestro.
Em 1705 publicou “Doze Sonatas para Dois Violinos e Baixo Contínuo” e em 1712 lançou o “Estro armonico”, uma coleção de 12 concertos, que teve grande impacto em toda a Europa. Tanto que Johann Sebastian Bach reproduziu vários destes concertos. Em 1713, Vivaldi se envolveu com o Teatro de Santo Angelo e foi lá que ele reproduziu suas primeiras óperas: “Outtone in villa”, “Orlando Furioso” e o concerto “La Stravaganza”.
Em 1723, Vivaldi publicou o Opus 8, onde está presente sua obra mais conhecida, “As Quatro Estações”, quatro concertos para violino acompanhados de quatro sonetos que descrevem a música e cada uma das estações. De acordo com Marc Pincherle, grande estudioso da vida de Vivaldi, os sonetos não teriam sido escritos pelo veneziano e sim por um fã. Mas nada disso é confirmado. Eis um dos mistérios de sua carreira. Independente disso, esses concertos marcaram a era barroca e não tem uma pessoa que não reconheça de cara este trabalho. Ouça abaixo As Quatro Estações completinhas da silva:
Em 1727 publicou a Opus 9, a obra “La Cetra”, foi composta para o imperador da Áustria, Carlos XI. Em 1728 publicou o Opus 10, os “Seis Concertos para Flauta”. Sua mais célebre serenata, “La Sena Festeggiante”, foi composta para o Rei Luix XV em 1729. A partir deste ano, parou de publicar suas obras e passou a vender os manuscritos a compradores particulares. Durante os anos de 1730 e 1731, morou em Praga e compôs inúmeras óperas e duas sonatas. Ouça abaixo a obra “La Cetra”:
De sua obra conservam-se 456 concertos, 73 sonatas, 44 motetos, três oratórios, duas serenatas, cerca de 100 árias, 30 cantatas e 47 óperas. Seus originais, encadernados após sua morte em 27 volumes e vendidos a particulares, foram redescobertos somente na segunda década do século XX. Como muitos compositores clássicos, terminou sua vida na miséria. As preferências musicais haviam mudado rapidamente em Veneza com a chegada do classicismo, fazendo com que ele vendesse um manuscrito seu por um preço caro para migrar-se para Viena, capital da Áustria, onde viveu até os seus 63 anos. Vivaldi faleceu em 28 de julho de 1741.
Sua importância e influência o tornou um dos compositores mais respeitados no mundo inteiro, apesar de ter sido esquecido durante dois séculos depois de sua morte. Provavelmente já disse isso por aqui, em outro texto ou sei lá, mas faço questão de repetir: aqui a música fala por si só. Para finalizar, ouça abaixo outra de suas obras mais conhecidas, “Glória em Ré Maior RV589”:
Um dos maiores genios da música!
As obras desse mestre são maravilhosas, é uma pena que a humanidade se perdeu no decorrer das gerações e hoje já se torna dificil ver nascendo mestres como Vivaldi.