A Fundação D. Luís I – Centro Cultural de Cascais, em Portugal, exibe, entre 21 de setembro de 2012 a 27 de janeiro de 2013, a exposição Charles Landseer: desenhos e aquarelas de Portugal e do Brasil – 1825-1826. Trata-se da maior exposição individual das imagens feitas por Landseer como artista oficial da missão diplomática britânica – chefiada por Charles Stuart – que tinha o objetivo de negociar o reconhecimento, por parte de Portugal e da Grã-Bretanha, do recém-independente Império do Brasil. As 178 obras da exposição, que integram o acervo iconográfico do Instituto Moreira Salles, já foram exibidas ao público brasileiro nos centros culturais do IMS do Rio de Janeiro, São Paulo e Poços de Caldas.
Charles Landseer (1799-1879) é considerado um dos mais importantes artistas viajantes que visitaram o Brasil nas duas décadas posteriores a 1808 – como Nicolas Antoine Taunay, Jean-Baptiste Debret, Thomas Ender, Johann Moritz Rugendas, Augustus Earle e o botânico William John Burchell, este também integrante da missão Stuart.
Durante os três meses que passou em Portugal, Landseer fez mais de 90 desenhos e aquarelas dos mosteiros, igrejas, palácios e castelos de Lisboa e das localidades vizinhas, assim como do povo das ruas lisboetas: marinheiros, barqueiros, camponeses, trabalhadores, mendigos, padres e frades.
Já no Rio de Janeiro, onde permaneceu por cinco meses, o artista produziu mais de uma centena de desenhos e aquarelas. Ali foi a natureza tropical o que mais o impressionou, assim como a escravidão urbana – os cativos africanos que trabalhavam como criados domésticos, carregadores e artesãos.
Landseer também acompanhou Stuart em viagens pelo litoral, ao norte e ao sul do Rio de Janeiro, e registrou as paisagens e os moradores das cidades por onde passaram: Recife e Olinda, Salvador, Vitória, Desterro (Florianópolis), Santos e São Paulo. Por fim, na viagem de regresso à Inglaterra, fez ainda vários desenhos dos Açores e de sua população.
Sobre Charles Landseer
Landseer recebeu rigorosa formação de seu pai, o gravador John Landseer, de professores particulares e na Academia Real em Londres. Os mais de 300 desenhos (a lápis, tinta e carvão) e aquarelas realizados durante a missão Stuart a Portugal e ao Brasil, guardados em um grande caderno de desenhos encadernado em couro, são um tributo à seriedade e à diligência com que realizou sua tarefa como artista oficial.
De volta à Inglaterra, sir Charles Stuart insistiu em ficar com o caderno de desenhos de Landseer, alegando sua condição de chefe da missão. O caderno permaneceu então sob a guarda da família Stuart, no castelo de Highcliffe, por quase um século. Somente em 1926 seria adquirido pelo empresário e colecionador carioca Guilherme Guinle, que, antes de morrer, em 1960, presenteou o sobrinho – o banqueiro Cândido Guinle de Paula Machado – com o que se tornara conhecido como Álbum Highcliffe. Em 1999, o álbum foi incorporado ao acervo do Instituto Moreira Salles.
Exposição: de 21 de setembro de 2012 a 27 de janeiro de 2013
Local: Fundação D. Luís I – Centro Cultural de Cascais
Endereço: Avenida Rei Humberto II de Itália – Cascais – Portugal
Terça-feira a Domingo, das 10h00 às 18h00
http://www.fundacaodomluis.com/
*As informações são de responsabilidade de seus organizadores e estão sujeitas a alterações sem aviso prévio.