A partir do dia 27 de julho (sexta-feira), os visitantes do Instituto Moreira Salles do Rio de Janeiro poderão conferir a conclusão do restauro do painel de azulejos criado por um dos mais importantes paisagistas brasileiros, Roberto Burle Marx (1909-1994). O painel foi criado em 1949 e faz parte do projeto paisagístico para a então residência do embaixador Walther Moreira Salles, hoje sede do Instituto Moreira Salles no Rio de Janeiro. A casa tem projeto arquitetônico de Olavo Redig de Campos.
A obra – tombada pelo patrimônio histórico –, embora tenda ao abstrato, apresenta certo formalismo, com figuras de lavadeiras e de peixes. É pano de fundo de um jardim aquático cheio de carpas. “O padrão cromático da azulejaria faz menção à azulejaria portuguesa do século XVIII, predominantemente de tonalidade azul e branca”, explica o arquiteto Wallace Caldas, da Velatura Restaurações Ltda., empresa responsável pelo restauro. Quando projetado, no final da década de 1940, o painel foi executado pelo Atelier Osirarte, empresa criada para produzir os azulejos desenhados por Candido Portinari para o Ministério da Educação e Saúde no Rio de Janeiro.
O painel do Instituto Moreira Salles foi um dos primeiros de autoria de Burle Marx. Em 1936, quando o arquiteto Le Corbusier foi ao Rio de Janeiro para ver os planos do Ministério da Educação e Saúde (MES), Burle Marx foi convidado para participar da equipe que se formava, elaborando o paisagismo do prédio. Os jardins desenvolvidos para esse prédio, em 1938, e para o conjunto da Pampulha, em 1942, aproximaram Burle Marx de Portinari, seu professor na Escola Nacional de Belas Artes, que era autor do desenho e responsável pela execução dos painéis de azulejo do MES e do painel em ”afresco” na igreja de São Francisco de Assis. Burle Marx foi convidado para auxiliá-lo, como aprendiz, na execução dos painéis do prédio no centro do Rio. A partir dessa época, começou a elaborar seus próprios painéis, que ficaram marcados por sua criatividade e pelo seu traço moderno, e que foram integrados aos jardins das arquiteturas modernistas da época. Seus primeiros painéis de azulejo foram criados na cor azul sobre fundo branco. Depois, vieram os afrescos, os painéis de pastilhas de vidro mais coloridos, os de concreto armado, com ou sem plantas, e os de cerâmica.
Burle Marx criou cerca de 100 painéis de azulejos, entre eles o dos jardins do Instituto Moreira Salles, o do jardim da Fundação Oswaldo Cruz; o da residência de Arnaldo Aizim; o da sede náutica da Lagoa do Clube de Regatas Vasco da Gama; o do Instituto de Puericultura e Pediatria da UFRJ; o do sítio Santo Antônio da Bica; e o do Edifício Ceppas. Além dos jardins e dos painéis, Roberto Burle Marx desenvolveu trabalhos em quase todos os meios de expressão: pinturas a óleo e acrílico, litografias, serigrafias, águas-fortes, silk-screens, trabalhos em técnica mista, desenhos a nanquim, guache e aquarela, tapeçarias, tecidos para vestuário, desenhos para camisetas, toalhas de mesa, almofadas para decoração, lenços de pescoço, vidros, esculturas em bronze, em ferro e em pedra, cenários de óperas e peças teatrais, além de outras formas de manifestação artística. Sem dúvida alguma, foi um artista de múltiplas artes.
Mais sobre Roberto Burle Marx:
Roberto Burle Marx nasceu em São Paulo em 4 de agosto de 1909, de pai alemão e mãe pernambucana. A família se mudou em 1913 para o Rio de Janeiro, e o pequeno Roberto logo criou gosto por jardinagem. Mas foi em Berlim, em 1928, que percebeu a riqueza artística das plantas brasileiras. Em 1932, a convite do arquiteto Lucio Costa, projetou seu primeiro jardim – o início de uma rica trajetória de criação que durou até sua morte, em 4 de junho de 1994.
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os projetos dele são incriveis muito bom!!!!!!!!!!
esta bem