O Museu Imperial concorre, pela segunda vez, ao Registro Nacional do Programa Memória do Mundo, da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco), equivalente ao título de Patrimônio da Humanidade. Em 2010, o Museu recebeu a titulação com o “Conjunto documental relativo às viagens de d. Pedro II pelo Brasil e pelo mundo” e, desta vez, enviou a candidatura da Coleção Carlos Gomes do Museu Imperial.
A coleção reúne 286 documentos, incluindo fotografias, documentos textuais, gravuras, desenhos, livros, periódicos, folhetos e uma partitura. Entre as raridades, está um álbum de recordações que possui mensagens de grandes nomes da época dedicadas a Carlos Gomes, como um desenho de Pedro Américo, um desenho e uma poesia de Victor Meirelles e uma dedicatória de Manuel Araujo Porto Alegre.
Também merecem os cenários da ópera Il Guarany, em aquarelas de Carlo Ferrario, cenógrafo do Teatro alla Scala de Milão, Itália, e a partitura manuscrita de um hino composto para o primeiro centenário da Independência norte-americana, encomendado pelo imperador d. Pedro II e por ele oferecido ao presidente Ulysses Grant na Exposição Universal da Filadélfia, em 1876.
O acervo foi doado ao Museu Imperial em duas partes, em 1946 e 1950, por Ítala Gomes, filha do maestro. Além dos documentos que compõem o conjunto que concorre à titulação da Unesco, a doação contemplou outros itens, como um piano de Carlos Gomes. Contudo, devido à restrição do prêmio, que se refere apenas a documentos, os objetos não foram inseridos na candidatura.
O Programa Memória do Mundo foi criado pela Unesco, em 1992, devido à consciência crescente do lamentável estado de conservação do patrimônio documental e do deficiente acesso em diferentes partes do mundo. O objetivo é dar maior visibilidade a esses documentos e despertar a consciência coletiva sobre a importância de sua preservação.
O programa é composto por três registros – nacional, regional e internacional –, concedidos de acordo com a abrangência da importância da documentação. Todos os registros são equivalentes, para documentos, ao título de Patrimônio da Humanidade, que é concedido pela Unesco a patrimônios arquitetônicos.
O Museu Imperial foi agraciado com o Registro Nacional em 2010, concedido ao conjunto que reúne documentos sobre as viagens de d. Pedro II, como diários, correspondências e notícias de jornais. Em 2012, o mesmo conjunto documental concorre ao Registro Internacional, pois a relevância dessa documentação excede a história do Brasil e torna-se importante para estudos sobre o contexto mundial da época. Agora, a instituição busca também seu segundo Registro Nacional com a coleção de Carlos Gomes.