A música de dois artistas singulares da música brasileira se encontra no palco do Espaço Furnas, em 06 e 07 de julho: A História do Bem e do Mal, novo show de Jards Macalé, reverencia a obra de Nelson Cavaquinho.
Fã de vozes com identidade – o baiano João Gilberto, não por acaso, é uma referência para ele –, Jards foi amigo de Nelson e teve na sonoridade ímpar de sua voz e violão “roucos” outra de suas grandes influências no modo de tocar e cantar. Em História do Bem e do Mal, o cantor, compositor, arranjador, ator e violonista carioca apresenta pela primeira vez um show dedicado às pérolas do mestre, a quem já havia homenageado no CD Jards, lançado no ano passado pela Biscoito Fino, com a regravação do grande sucesso Juízo Final.
Nelson Cavaquinho (1911-1986) criou um momento particularíssimo na história da música brasileira. Suas letras de cunho dramático, às vezes humorado, podem fazer rir como também chorar. Como os grandes teatrólogos, as letras de Nelson revelam o que existe de mais profundo na alma humana. Compositor extraordinário, admirado por grandes músicos, traz a mais profunda tradição do samba, compondo letras e melodias que levam a caminhos surpreendentes. “Nelson vai ao cerne da dor”, diz Macalé, para quem o mestre não era um homem triste. “Ele mesmo dizia que tristeza só na música”, conta o cantor, lembrando que a dor de cotovelo é um sentimento universal.
Cristóvão Bastos, parceiro de Macalé há mais de 20 anos, assina a direção musical. No roteiro, clássicos como A Flor e o Espinho (com Guilherme de Brito, seu parceiro mais frequente), Rugas (com Ary Monteiro e Augusto Garcez), Notícia (com Alcides Caminha e Nourival Bahia), Palhaço, Eu e as Flores e Vou Partir. Macalé também mostra músicas suas em parceria com Wally Salomão inspiradas em Nelson Cavaquinho: Rua Real Grandeza, Senhor dos Sábados, Dona de Castelo e Anjo Exterminado. Lançadas em 75 no LP Aprender a Nadar, sob o conceito de “morbeza romântica” – um neologismo de Wally que soma “morbidez” com “beleza” – quando ambos retomaram sob nova dimensão a dor-de-cotovelo e Macalé reinventou a maneira de interpretar e tocar violão no formato cantor-compositor.
Cristovão Bastos (direção musical, arranjos e piano), Jorge Helder (abaixo acústico e elétrico), Fernando Pereira (bateria e percussão) e Dirceu Leite (sopros) o acompanham.
Local: Espaço Cultural Eletrobrás Furnas – Rua Real Grandeza, 219 – Botafogo – Tels: 21 2528-5166 (segunda a sexta-feira) e 21 9237-8631 (sábados, domingos e feriados)
Datas: 06 e 07 de julho (sexta e sábado)
Horários: 20hs
Capacidade: 192 lugares
Classificação: livre
ENTRADA FRANCA
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