O Instituto Moreira Salles realiza no dia 14 de junho (quinta-feira), às 20h, show do sambista Roberto Silva, que cantará as 12 faixas de seu primeiro LP Descendo o Morro, de 1958. O jornalista e crítico musical Tárik de Souza vai acompanhar a apresentação, que contará com a presença dos músicos Paulão Sete Cordas (direção musical e violão), Márcio Almeida (cavaquinho), Alexandre Maionese (flauta) e Netinho Albuquerque(pandeiro). Os ingressos já estão à venda o IMS-RJ e custam R$ 30 (inteira) e R$ 15 (meia). A venda de ingressos é limitada a dois por pessoa.
Em 1951, quando trabalhava na Rádio Tupi, Roberto Silva foi chamado pelo radialista Carlos Frias de “príncipe do samba”, apelido que carrega até hoje. Em Descendo o morro, lançado pela gravadora Copacabana, o cantor e compositor reuniu alguns dos melhores sambas que haviam aparecido até então, desde a década de 1930. Pertencem a esse disco gravações inesquecíveis, como por exemplo, “Juracy” (de Antônio de Almeida e Cyro de Souza), que depois Roberto Silva gravou com Caetano Veloso, e “Falsa baiana” (de Geraldo Pereira), que foi gravada posteriormente por João Gilberto com clara influência do intérprete.
Para o jornalista Lucio Rangel (1914-1979), autor do texto publicado na contracapa do disco de 1958, Roberto Silva não pretendia, em Descendo o morro, apresentar o samba carioca em todas as suas modalidades. O disco foi uma autêntica coleção dos melhores sambas do passado numa interpretação sincera e brasileira. “Roberto Silva canta com naturalidade, com voz apropriada para o samba de estilo leve e gracioso; sabe valorizar a letra dos diversos números e possui aquilo que é indispensável a um cantor que seja, ao mesmo tempo, um intérprete do samba – a “bossa”, qualidade indefinível, misto de ritmo e graça, de malícia e de malandragem, impossível de precisar, mas que se “sente” na interpretação de um verdadeiro cantor de samba”.
São vários os autores das composições apresentadas, todos nomes consagrados, como João de Barro, Alcebíades Barcelos (Bide), Wilson Batista, Cyro de Souza, Ataulpho Alves, Geraldo Pereira, Mario Lago, Zé Keti, entre outros. Para a gravação deste LP não foram escritor arranjos formais. Os músicos – Altamiro Carrilho (flauta), Raul de Barros (trombone), Canhoto (cavaquinho), Meira e Dino (violões), José Américo (baixo), Jorge Silva (pandeiro), Gilson de Freitas (tamborim), Décio Paiva (afoxé) e Rubens Bassini (ganzá) –, depois de um rápido ensaio, passavam a acompanhar o cantor, sentindo perfeitamente as melodias e ritmos que interpretavam.
Roberto Silva nasceu no dia 9 de abril de 1920, em Copacabana, na Ladeira Coelho Cintra. Iniciou sua carreira de músico aos 18 anos, no programa Canta mocidade, da rádio Guanabara. De lá, Roberto foi para a Rádio Mauá, que funcionava no Ministério do Trabalho, perto do Café Nice, onde ele passava a tarde batendo papo com Lamartine Babo, Ataulfo Alves, José Maria de Abreu, Mario Lago. Na cobiçada Rádio Nacional, ficou apenas um ano, convencido pelo ator/animador Paulo Gracindo a mudar-se para a Tupi, onde viveu seu melhor período. Gravou 87 discos de 78 rotações entre 1947 e 1964 e sete compactos simples na década de 1960. No total, foram 19 LPs e 3 CDs. Especialista na interpretação do samba carioca, Roberto Silva influenciou e ainda influencia importantes músicos de diferentes gerações, como Paulinho da Viola e Roberta Sá.
Este é o segundo espetáculo de 2012 da série organizada pelo IMS Grandes discos da música brasileira, que já relembrou Galos de briga (1976); A arte negra de Wilson Moreira e Nei Lopes (1980); Monarco (1976); O Grande Circo Místico (1983); Acabou chorare (1972); Pobre Menina Rica (1964) e Sidney Miller (1967).
Data: 14 de junho de 2012, às 20h
Ingressos à venda na recepção do IMS-RJ a partir de 05/06
R$ 30 (inteira) e R$ 15 (meia) – venda de ingressos é limitada a dois por pessoa
Endereço: Rua Marquês de São Vicente, 476, Gávea
Tel.: (21) 3284-7400/ (21) 3206-2500
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