Fundação Clóvis Salgado apresenta SEGUE-SE VER O QUE QUISESSE: a vida cotidiana de Minas Gerais refletida em sua produção fotográfica

A Fundação Clóvis Salgado apresenta de 23 de maio a 14 de julho a exposição SEGUE-SE VER O QUE QUISESSE, um registro da vida cotidiana de Minas Gerais, feito por meio de produções fotográficas, incluindo um recorte dos anos 40, 50 e 60 e a produção contemporânea. Com curadoria do fotógrafo e diretor do Centre de la Photographie Genéve (Suíça) – um dos principais espaços dedicados à imagem na Europa – Joerg Bader, as cerca de 470 obras expostas apresentam-se sobre as mais variadas formas – impressões digitais, cartazes, papéis de parede, projeções de arquivos digitais, áudios, livros, etc – e poderão ser vistas na Grande Galeria Alberto da Veiga Guignard e nas Galerias Arlinda Corrêa Lima e Genesco Murta, no Palácio das Artes, e no Centro de Arte Contemporânea e Fotografia. Dentre os 39 fotógrafos, projetos e coletivos – profissionais e amadores, artistas, fotojornalistas, artistas gráficos, grupos comunitários e outros profissionais da área – selecionados para a mostra, estão nomes reconhecidos no cenário nacional, como Rivane Neuenschwander, Rosângela Rennó, Mabe Bethônico, Cao Guimarães, Pedro Motta, Caio Reisewitz e André Hauck.

SEGUE-SE VER O QUE QUISESSE busca enfatizar as representações mais diversas de Minas Gerais, em visões diferenciadas do que é retratado em panfletos turísticos e cartões-postais, vistos, normalmente, como símbolos identificadores do estado. A variedade dos suportes em que as imagens estarão dispostas equipara-se à diversidade dos temas tratados, como a vida de moradores do Vale do Jequitinhonha, pássaros em Belo Horizonte, moradores de uma favela ou um casal de namorados nos bancos da cidade. Pode ser, ainda, um apartamento para locação divulgado na internet, a descoberta de infrações à lei do trabalho nas minas, casamentos suntuosos da elite ou propagandas comerciais em áreas de prostituição na cidade. A mostra passa, também, por espaços urbanos deteriorados e populações que são raramente representadas, como os sem-teto ou os Maxacalis – grupo indígena brasileiro -, e as jaulas de animais de abatedouros, abrindo um panorama sobre este que é um dos estados mais ricos do Brasil.

Longe da homogeneização da cultura contemporânea, com o fenômeno mundial dos shopping centers e salas de ginástica, SEGUE-SE VER O QUE QUISESSE busca desenhar o retrato da região de Minas Gerais e de Belo Horizonte na atualidade, com suas possíveis diferenças, destacando a rica variedade dos modos de vida de seus habitantes. Assim, a mostra nos coloca em contato com a cena rock-punk dos anos 80, corpos-máquina de atletas olímpicos brasileiros, a chegada da eletricidade numa região negligenciada do norte de Minais Gerais, os moradores de um hospital psiquiátrico ou a fotografia da Serra do Gandarela.

SEGUE-SE VER O QUE QUISESSE nos permite embarcar em uma viagem por algumas regiões e bairros pouco visitados, de onde surgem perguntas ligadas à ecologia, à etnografia, à arquitetura, à sociologia, ao urbanismo, à economia e à cultura. Neste recorte, é importante destacar, ainda, registros de intervenções e performances na cidade de Belo Horizonte, durante o dia ou à noite, em pontos turísticos conhecidos por cada mineiro.

O curador Joerg Bader destaca o fato de que o desejo de propor a exposição ultrapassa o de deliciar-se com os temas por razões estéticas ou restringir-se somente a uma produção de arte local. “Buscamos uma maneira de abordar o meio fotográfico de um modo contemporâneo, criando uma ênfase sobre o conteúdo, no objetivo de captar os diversos aspectos da vida antropológica, social, cultural ou urbana, possibilitando a abertura de outros caminhos na produção fotográfica atual”. O fato de a região de Minas Gerais ter uma pequena presença nos trabalhos dos fotógrafos estrangeiros, sendo abordada sempre pelo viés turístico, é um segundo fator relevante, segundo o curador.

Gerente de Artes Visuais da Fundação Clóvis Salgado, Fabíola Moulin afirma que “SEGUE-SE VER O QUE QUISESSE revela um olhar atento da instituição para a produção em artes no estado de Minas Gerais e procura mostrar ao público a potência das experimentações existentes no campo da fotografia”. Ela destaca, ainda, o fato da mostra aproximar criadores e manipuladores de imagens ao propiciar o encontro de diversos olhares e estabelecer intercâmbios simbólicos enfatizando a pluralidade de representações de um estado. “Assim, a Fundação Clóvis Salgado cumpre o papel fundamental de apoiar a criação cultural, fomentar, produzir e difundir as artes e a cultura”, conclui.

As galerias podem ser visitadas de terça a sábado, das 9h30 às 21h; e aos domingos, das 16h às 21h. A entrada é gratuita.

SERVIÇO
Exposição SEGUE-SE VER O QUE QUISESSE
Curadoria: Joerg Bader
Data: De 23 de maio a 14 de julho de 2012
Local: Grande Galeria Alberto da Veiga Guignard, Galerias Arlinda Corrêa Lima e Genesco Murta (Palácio das Artes -Avenida Afonso Pena, 1537 – Centro – Belo Horizonte – MG) e Centro de Arte Contemporânea e Fotografia (Avenida Afonso Pena, 737 – Centro – Belo Horizonte – MG)
Entrada gratuita
Horários de funcionamento
Terça a sábado, das 9h30 às 21h
Domingo, das 16h às 21h
Informações para o público: (31) 3236-7400

*As informações são de responsabilidade de seus organizadores e estão sujeitas a alterações sem aviso prévio.

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