Muitos dizem que os jovens de hoje perderam os sonhos e as esperanças e não têm vontade de mudar o mundo. Mas poucos sabem o que realmente acontece na vida de cada um deles. No espetáculo “QUARTO DE ESTUDANTE”, escrito pelo psicanalista, dramaturgo, escritor e jornalista Roberto Freire, que estreia no dia 4 de abril de 2012, no Espaço dos Satyros I, na Praça Roosevelt, podemos perceber que o texto encenado pela primeira vez em 1974 no Teatro Oficina não perdeu o vigor, nem nas palavras, nem na força da própria juventude. E que eles ainda têm muito a dizer. A direção desta montagem é de Néia Barbosa e Marcelo Medeiros, que, juntos já dirigiram “Performances”, de Murilo Dias César; “Game Over”, de Wilson Fumoy e “Rapunzel” de Walcyr Carrasco.
Os atores Mariana Boccara e George Gottheiner, em atuação intensa, exploram as emoções, sentimentos, as inseguranças e incertezas, geradas a partir das pressões que a sociedade exerce sobre o jovem, quase sempre vulnerável à incompreensão e intolerância. São dois universitários que enfrentam “aquelas pessoas da sala de jantar, preocupadas em nascer e morrer”, assim como foi eternizada o conceito de família pelo grupo Mutantes, e vão fazer valer o sonho de serem atores, a contragosto dos pais, que alimentam forte preconceito contra o exercício das artes cênicas como profissão.
A história acontece dentro de um quarto, onde dois estudantes de arquitetura ensaiam um espetáculo, interpretando os palhaços “Chuleta e Chupeta”. O trabalho no teatro se mistura às situações reais de vida dos dois personagens: o abandono do curso na faculdade para seguirem a vocação artística, a amizade, o amor. “Para chegarmos à essência dos personagens utilizamos experiências reais de vida, vivencias pessoais, pois moramos sozinhos na vida real”, explica a atriz Mariana Boccara. Para compor os personagens, uma experiência que é cara da juventude: os dois se vestiram de palhaço e foram às ruas da cidade de São Paulo “ver a reação das pessoas e levar o palhaço que existia dentro nós mesmos”, explica Boccara.
O uso da linguagem circence como o malabares, também ganha destaque no espetáculo, que tem como pano de fundo um apartamento com a cara e a personalidade de um jovem morador de uma grande cidade: decorado com cores fortes e material reciclado: móveis de papelão, baratos, um costume “importado” dos jovens europeus. Outras características que trazem o texto para a atualidade são as gírias comuns utilizadas pelos de hoje, a questão das drogas, masturbação e o fato de um homem e uma mulher morarem juntos, fato contemporâneo e comum aos dias atuais.
Teatro dos Satyros I
Endereço: Praça Roosevelt n° 214 – Tel: (11) 3258 6345
Temporada: 04/04 a 30/05 – Quartas-feiras – 21h
Ingresso: R$ 20,00 (meio ingresso R$ 10,00)
Duração: 60 minutos
Classificação: 16 anos
Gênero: Comédia Dramática
Capacidade do teatro: 75 lugares
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