Exposição Poéticas do Mangue no Museu Lasar Segall

O Museu Lasar Segall recebeu no último sábado (31)exposição Poéticas do Mangue  que pode ser vista pelo público até 17 de junho.

O Mangue foi a grande zona da prostituição no Rio de Janeiro e, segundo Manuel Bandeira, teve o seu auge, quando era frequentado por sambistas, intelectuais e artistas. “Aquilo era uma cidade dentro da cidade, com muita luz, muito movimento, muita alegria.” 

A exposição Poéticas do Mangue aborda a atração que o Mangue, com seus prostíbulos, bares e cabarés, exerceu sobre os diversos artistas. Lasar Segall lançou o álbum Mangue em 1944, com reproduções de desenhos realizados entre os anos 1925 e 1943. Nas obras sobre a prostituição, Segall volta-se, sobretudo, para questões sociais, preocupa-se com a situação de solidão e miséria. Retrata os ambientes como observador atento e não como um cliente, um usuário.

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Di Cavalcanti, ao contrário de Segall, frequentou o Mangue como artista e para se divertir em grandes noitadas. Di evitava ser um observador distante, um artista que vê o mundo como espectador. Nas cenas de bordéis, seus desenhos revelam intensa proximidade e, até mesmo, certa promiscuidade com os assuntos tratados. Sua arte flui como experiência vivenciada, o desenho surge como um ato de intimidade amorosa. No álbum Fantoches da meia-noite, publicado em 1921, retrata figuras notívagas, com grã-finos, poetas e prostitutas.

Nesse mesmo ano, ainda vivendo na Alemanha, Segall publicou o álbum Bubu, no qual, pela primeira vez, aparece em sua obra a figura de uma prostituta. O expressionismo alemão, já nos primórdios do século XX, abordava com frequência temas da vida boêmia, para criticar a decadência dos costumes burgueses.

Alguns contemporâneos de Segall, como Otto Dix, George Grosz, Otto Lange e Walter Jacob , foram incluídos nesta exposição, por terem exercido influência sobre toda uma geração de artistas brasileiros, inclusive sobre desenhos de Di Cavalcanti, realizados nos anos 1930.

Entre os muitos artistas que frequentaram o Mangue, reunimos obras de Cícero Dias, Antonio Gomide, Manoel Martins, Poty Lazzaroto, Guido Viaro e Maciej Babinski. A diversidade desses olhares mostra a riqueza das Poéticas do Mangue.

SERVIÇO
Exposição Poéticas do Mangue
Abertura: 31 de março, sábado, às 17h00
Exposição: De 31 de março a 17 de junho de 2012
Horário: diariamente das 11h00 às 19h00
Fechada às terças-feiras

*As informações são de responsabilidade de seus organizadores e estão sujeitas a alterações sem aviso prévio.

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