Dupla Rafael Cardoso e Pedro Macedo vence Mapa Cultural Paulista

Atibaia ganhou destaque no Mapa Cultural Paulista também na área da música. Depois do sucesso obtido por Marco Aqueiva na categoria “Poesia”, a dupla Rafael Cardoso e Pedro Macedo venceu a fase regional na categoria “Música Instrumental”. Rafael, que mora em Atibaia, e seu companheiro Pedro concorreram com instrumentistas de outras 17 cidades que compõem a região de Campinas. As apresentações aconteceram na sala Glória Rocha, em Jundiaí. O sucesso no concurso não foi inédito: no ano passado, eles também venceram a competição, nessa mesma categoria.

 

A dupla tem uma característica sui generis: Rafael toca violão e Pedro contrabaixo – uma formação, no mínimo, rara nas salas de concerto. Tanto que, como os próprios músicos contam, há pouquíssimas obras compostas para os dois instrumentos juntos. Se por um lado isso é “ruim”, por outro é um desafio interessante: os próprios músicos acabam se dedicando nas transcrições de peças escritas para outras formações. “Temos a chance de conhecer a fundo as músicas, o que acaba sendo bom para conhecermos melhor os instrumentos e nossa capacidade como instrumentistas”, conta o violonista Rafael Cardoso.

 

Na fase regional do Mapa Cultural Paulista, o duo apresentou “Tango em Skaii”, de Roland Dyens, “El diablo suelto”, de Heraclio Fernandez, e “Jorge do Fusa”, do compositor e violonista paulista Aníbal Augusto Sardinha – o “Garoto”. O fato desta última obra ser composta por um paulista atendeu a um pré-requisito da competição. “Pelas regras, tínhamos que executar uma peça paulista. Escolhemos ‘Jorge de Fusa’ por sua beleza e originalidade”, explicou o violonista de Atibaia.

 

Segundo a dupla, o Mapa Cultural Paulista valoriza os artistas e sua proposta está cada vez mais clara. “O evento tem sido um grande incentivo. Prova disso é a concorrência que vem aumentando e a aparição de artistas de cidades menores”, revelou o contrabaixista Pedro Macedo. “Houve evolução em relação às edições passadas. Percebemos que as apresentações foram exclusivamente acústicas, o que valoriza o trabalho de grupos de câmara”, contou Rafael Cardoso.

 

Os projetos do inusitado duo continuam. Em 2012, os músicos irão se apresentar com a Orquestra Sinfônica Jovem de uma maneira especial: irão executar um concerto do compositor mineiro Edmundo Villani Cortes, dedicado especialmente a eles. “Ele escreveu a obra justamente para nossa formação violão-contrabaixo. Será uma honra executá-la com a orquestra de Atibaia”, disse, com entusiasmo, Rafael Cardoso. A dupla pretende, também no próximo ano, gravar algumas composições próprias em CD.

 

RAFAEL CARDOSO

 

Natural do Guarujá e com residência posterior em Atibaia, interior de São Paulo, Rafael sempre esteve ligado à música popular brasileira, participando de rodas de choro e encontros de músicos. Foi aluno de violão popular na ULM. Mais tarde graduou-se em violão erudito na FAAM, sob orientação do violonista Henrique Pinto.

 

Em 2004, como um dos fundadores da banda À BRASILEIRA, realizou turnês por todo o Estado ampliando suas projeções dentro da música popular e chegando a divulgar em 2006 nossa música em turnês pela Europa.

 

Em maio de 2010, juntamente com Rafael Schimidt, realizou uma série de concertos em Düsseldorf e Köln – Alemanha.

 

Lançou recentemente o CD “SUR” em parceria com Pedro Macedo, resultado de uma longa pesquisa da música latino-americana para violão solo, lançando em janeiro de 2011 pelo selo “Cooperativa”.

 

PEDRO MACEDO

 

Natural de São Paulo, contrabaixista com mais de vinte anos de experiência. Foi aluno de Cláudio Bertrami, Sandor Molnar, Ricardo Busato, Alexandre Rosa e Henrique Autran Dourado, este último na Escola Municipal de Música de São Paulo e, posteriormente, no Departamento de Música da Escola de Comunicações e Artes da Universidade de São Paulo, onde cursou bacharelado em contrabaixo erudito.

 

Foi bolsista da Orquestra Sinfônica Juvenil do Estado de São Paulo, tendo participado neste período dos vários concertos comemorativos dos dez anos da mesma, como a primeira audição no Brasil da ópera Hércules, de Händel. Ainda com a OSJESP, acompanhou Tom Jobim, Chico Buarque e Milton Nascimento no concerto de inauguração da Universidade Livre de Música Tom Jobim. Nessa época, integrou vários grupos de câmara e pequenas orquestras, como Cordas& Cia e Nossa Filarmônica.

 

Participou como músico acompanhante dos musicais Somos Irmãs e Na bagunça do teu coração, em montagens paulistanas. No espetáculo Mãe Gentil, de Ivaldo Bertazzo atuou como ensaiador e bailarino, tendo ainda colaborado na criação da trilha sonora. Acompanhou, nesses mais de vinte anos de carreira, vários cantores, compositores e instrumentistas, em apresentações e gravações pelo Brasil e exterior. Destacam-se: Suzana Salles, Eliete Negreiros, Ceumar, Péri, Rita Ribeiro, Virgínia Rosa, Marcelo Quintanilha, Roberto Sion Big Band, Sá Rodrix & Guarabyra, Cláudio Roditi, Renato Consorte, entre muitos outros. Com o percussionista Eduardo Contrera e o violonista Camilo Carrara, formou o Setó, semifinalista do 7º Prêmio Visa de Música Brasileira, versão instrumental. Ainda com Eduardo Contrera, lançou o CD Estudos, trabalho conceitual que propõe a música gravada como outra coisa que não música propriamente dita. Atualmente, termina o bacharelado em contrabaixo erudito, sob orientação de Alexandre Rosa, na FAAM.

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