O cinema de Tomu Uchida na Cinemateca Brasileira

Fruto de parceria entre a Cinemateca Brasileira e a Fundação  Japão, a mostra apresenta parte significativa da filmografia do realizador em  cópias em película vindas diretamente do acervo da Fundação Japão, em Tóquio.  Ainda que tenha sido autor de verdadeiras obras-primas do cinema moderno, e  apesar de sua importância como artista, Uchida é um dos autores japoneses  menos conhecidos no Ocidente. Suas obras são raramente exibidas e muitas delas  permanecem distantes do olhar do público mesmo no mercado de DVDs. Em São  Paulo, alguns de seus filmes foram projetados nas antigas salas do bairro da  Liberdade, sobretudo no Cine Niterói, nos anos 1960, causando impacto sobre a  cinefilia local e conquistando a admiração de críticos como Rubem Biáfora e  Jairo Ferreira, e de diretores como Carlos Reichenbach.

 

Nascido em 26 de  abril de 1898, Uchida começou sua carreira cinematográfica no início dos anos  1920, trabalhando como assistente de câmera e de direção para os estúdios da  Nikkatsu. Como diretor, estreou em 1927 na comédia silenciosa Três dias de  disputa. Nos anos 1930, conquistou popularidade adaptando textos  literários a partir de um olhar realista e manifestando suas convicções  políticas de esquerda. Durante a Segunda Guerra, sob pressão do governo  japonês que se esforçava em propagar ideais nacionalistas, dirigiu alguns  filmes sintonizados com este discurso. Logo depois, seguiu em viagem para a  Manchúria ocupada pelas tropas de seu país e colaborou com a consolidação da  indústria cinematográfica chinesa. De acordo com historiadores, a experiência  na China foi fundamental para que Uchida inaugurasse uma nova fase de sua  filmografia no pós-guerra. No início dos anos 1950, de volta ao Japão,  ingressou na produtora Toei e realizou alguns de seus mais célebres filmes,  como A lança ensanguentada e a série Miyamoto musashi, obras  impregnadas de niilismo e desencanto. Do filme de samurai ao thriller  baseado nos gângsteres da yakuza, Uchida foi um exímio cultor de  diferentes gêneros cinematográficos, reelaborando as narrativas clássicas a  partir de um olhar original, flertando com o experimentalismo, sempre em  diálogo com as tradições culturais de seu país e em sintonia com as demandas  de seu tempo.

 

::: Serviço :::

O CINEMA DE TOMU UCHIDA
23 de novembro a 4 de dezembro de 2011

Local: 
Cinemateca Brasileira

Sala Cinemateca PETROBRAS
Sala Cinemateca BNDES
Largo Senador Raul Cardoso, 207
Vila Clementino

Tel: (11) 3512-6111 (ramal 215)

ENTRADA FRANCA

Classificação: a partir de 14 anos

Realização
Fundação Japão
Cinemateca Brasileira

Apoio
Consulado Geral do Japão em São Paulo

Sites
www.cinemateca.gov.br
www.sp.br.emb-japan.go.jp
www.fjsp.org.br

Cinemateca Brasileira

Outras informações: (11) 3512-6111 (ramal 215)

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