Instituto Moreira Salles lança ZUM, revista semestral de fotografia contemporânea

Em outubro, chega às livrarias e às principais bancas do país ZUM, a nova revista de fotografia contemporânea do Instituto Moreira Salles. Para marcar o lançamento, que acontece no Rio de Janeiro (6 de outubro, quinta, às 20h, no IMS-RJ) e em São Paulo (8 de outubro, sábado, às 11h, no Teatro Eva Herz), o IMS traz ao Brasil Peter Galassi, curador-chefe do Departamento de Fotografia do Museu de Arte Moderna de Nova York entre 1991 e 2011. Também será apresentada uma entrevista com o fotógrafo Robert Frank – que tem imagens publicadas nesta primeira edição da ZUM –, gravada em vídeo por João Moreira Salles em 1989.

 

A semestral ZUM – sai em outubro e abril – pretende mostrar a amplitude do universo fotográfico, publicando ensaios inéditos ou pouco conhecidos de importantes fotógrafos brasileiros e estrangeiros, acompanhados de entrevistas, artigos e textos históricos. O objetivo da ZUM é divulgar a fotografia, estimular a reflexão crítica e fazer com que esse universo se relacione com outras áreas artísticas, como o cinema, a literatura e as artes plásticas.

 

Ao tratar de fotografia contemporânea, ZUM não poderia deixar de publicar em seu primeiro número trabalhos (dois deles inéditos) do canadense Jeff Wall, analisados um a um pelo especialista Craig Burnett. Com imagens de grandes dimensões, Jeff Wall ajudou a abrir as portas dos museus para a fotografia, possibilitando que essas obras pudessem dividir espaço com pinturas e esculturas.

 

A nova publicação do IMS também traz em sua primeira edição dez imagens do fotógrafo Robert Frank, que se afastou do mundo e da imagem perfeita depois de publicar The Americans. As fotografias, feitas em polaroide, são comentadas pelo professor de história da fotografia em Nova York, Luc Sante.

 

O escritor e jornalista inglês Geoff Dyer escreve sobre fotógrafos de rua que não saem de casa para trabalhar. Dyer tem como ponto de partida a menção honrosa que o fotógrafo alemão Michael Wolfrecebeu em um dos mais importantes prêmios de fotojornalismo do mundo (World Press Photo) por uma série de imagens que fez diante da tela do computador, fotografando cenas que aparecem no programa Street View, captadas pelos carros do Google. Geoff Dyer também comenta os trabalhos de Jon Rafman e de Doug Rickard, fotógrafos que, cada um a seu modo, fazem um trabalho parecido com o de Michael Wolf.

 

No maior ensaio fotográfico da revista, o crítico de cinema José Carlos Avellar conta como Jorge Bodanzky incluiu o cinema em sua carreira de fotógrafo.

 

Quinze fotografias de Miguel Rio Branco, quase todas inéditas, estão na primeira edição da ZUM. Para o crítico de arte Rodrigo Naves, em texto que sucede as imagens, nessas fotos “os objetos mantém uma relação generosa com o espaço. (…) Uma planta marítima levada pelas ondas, algumas conchas, restos de uma fogueira, tudo fala com lirismo de uma realidade amena, com a qual é possível conviver de modo suave.”

 

A praia de Ramos, no Rio de Janeiro, foi fotografada por Julio Bittencourt sem retoques. “Aqui só vêm os nativos e todos falam a mesma língua, os mesmos sinais de que, preto ou branco, gordo ou magro, o importante não é sair bem na foto, mas sentir o sol na pele, beber uns gorós, tentar a sorte com alguém e chutar o tempo para longe”, escreve o jornalista Joaquim Ferreira dos Santos.

 

Ainda no grupo dos brasileiros, a ZUM#1 apresenta uma série que Luiz Braga vem construindo desde 2006, com imagens resultantes de experiências com o infravermelho de uma câmera digital na floresta amazônica. As fotografias são acompanhadas pelo comentário do escritor Joca Reiners Terron.

 

O número inaugural da nova revista do IMS traz também fotografias do japonês Kohei Yoshiyuki. Entre 1971 e 1979, o fotógrafo frequentou três parques de Tóquio (Shinjuku, Yoyogi e Ayoama) durante a noite. Trabalhou no escuro, sem ser identificado, com um filme especial e flash infravermelho. Yoshiyuki flagrou cenas de casais praticando sexo e, na maioria das vezes, sendo observados. O escritorBernardo Carvalho analisa as imagens e fala sobre o voyeurismo.

 

Já o ensaio de Henri Cartier-Bresson, publicado pela primeira vez em 1952 como abertura de seu livro Images à la sauvette, mostra que ele era tão talentoso escrevendo quanto fotografando. Hoje, quase 60 anos depois, o texto ainda guarda todo seu poder de provação. Cartier-Bresson convida a entender a câmera e a foto como propiciadores de um encontro com o mundo.

 

ZUM publica ainda uma entrevista feita pelo alemão Ulf Erdmann Ziegler com Bernd e Hilla Becher, concedida em 2000. O casal que influenciou a fotografia contemporânea fala do projeto que os ocupou por 50 anos: fotografar e classificar as estruturas industriais que seguem desaparecendo da paisagem moderna.

 

Fábio D’Almeida conta como os estudos sobre fotografia e movimento do americano Eadweard Muybridge em 1872 foram parar na pintura histórica de Pedro Américo.

 

Editada por Thyago Nogueira e com direção de arte de Elisa von Randow, ZUM tem uma seção fixa, Retícula, onde são publicadas resenhas de publicações sobre fotografia.

 

ZUM #1

180 páginas

ISSN: 2237-2059

Formato: 21 x 26 cm

R$ 38

 

::: Serviços :::

Lançamento da revista ZUM / conferência com Peter Galassi

 

Rio de Janeiro

Instituto Moreira Salles – RJ

6 de outubro, quinta-feira, às 20h

Rua Marquês de São Vicente, 476 – Gávea, Rio de Janeiro, RJ

Tel.: 21 3284-7400/ 21 3206-2500

Lugares limitados à lotação das salas

Tradução simultânea

 

São Paulo

Livraria Cultura Conjunto Nacional

Teatro Eva Herz

8 de outubro, sábado, às 11h

Av. Paulista, 2073 – Bela Vista. São Paulo, SP

Tel.: 11 3170-4059

Lugares limitados à lotação das salas (retirada de senhas a partir das 10h)

Tradução simultânea

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