O festival Back2Black, pioneiro na valorização da cultura negra mundial no Brasil, crescerá em sua edição 2011, firmando-se como um dos mais completos eventos culturais do país. De 26 a 28 de agosto, a centenária Estação Leopoldina servirá novamente como plataforma para shows, debates, exposições e intervenções artísticas, divididos em quatro espaços diferentes, com mais de 20 atrações musicais.
Pela primeira vez, o local terá um mega palco montado exclusivamente para receber um dos maiores nomes do pop mundial, o multi-instrumentista Prince, que volta a tocar no Brasil após 20 anos, no dia 27. O início da venda de ingressos acontece na segunda quinzena de julho, em data a ser confirmada.
“O Back2Black é um projeto nascido da urgência em refazer pontes, devolvendo a África ao Brasil. Ninguém contesta a forte matriz africana da cultura brasileira, embora ela tenha sido ignorada durante algumas décadas”, defende Connie Lopes, uma das idealizadoras do festival, ao lado de Julia Otero, que completa: “A ideia é mostrar a influência africana na nossa cultura contemporânea. O festival é uma celebração ao ritmo, ao som, à consciência social e econômica, às cores e aos estilos de um mundo pop e novo”.
O palco Oi Estação, localizado dentro do edifício principal da ferroviária, será ocupado por atrações majoritariamente internacionais, de diversos estilos, nacionalidades e gerações.
O espaço será inaugurado na sexta, dia 26, pela cantora de fado portuguesa Ana Moura. Em seguida, entra o grupo Tinariwen, composto por tuaregues (grupo étnico de nômades do Saara), apelidada pela mídia especializada de ‘os Rolling Stones do deserto’. A cantora de R&B e atriz americana Macy Gray fecha a noite. No sábado, a cantora malinesa Oumou Sangaré, que mistura música africana com sons arábicos, esquenta o tablado para o show do fenômeno do soul e funk dos anos 70, Chaka Khan, detentora de dez prêmios Grammy , de um total de 22 indicações. No último e terceiro dia, o público poderá conferir o suinge e soul do cantor Aloe Blacc, nova sensação da música negra dos EUA, do brasileiro de voz imponente Seu Jorge e da cantora nigeriana ASA.
Além dos shows, o espaço terá ainda programação de debates e palestras, com curadoria do renomado escritor angolano José Eduardo Agualusa. Os nomes dos conferencistas e temas serão divulgados à medida que forem confirmados.
O autor também fará a palestra de inauguração da versão especial do evento – realizado pela primeira vez fora do Rio de Janeiro – em São Paulo, no dia 30 de agosto. A casa escolhida foi a Bourbon Street, que recebe ainda as apresentações de Aloe Blacc e Tinariwen.
O palco Compacto Petrobras hospedará exclusivamente atrações nacionais, com shows da banda Tono e de Nikolas Krassik e os Cordestinos (26); da dupla Moreno Veloso e Domenico Lancelotti (27); do cantor Qinho com Jards Macalé e do encontro do grupo Paraphernalia com BNegão (28). O espaço tem curadoria de Mauricio Pessoa, que entrevistará todos os participantes para o blog Compacto Petrobras .
A tenda Circo, por sua vez, será reservada à discotecagem e live PA, representados por grandes nomes das pistas brasileiras e internacionais, como os DJs Badenov (da festa Combo) e Eduardo Christoph Diogo Reis (da festa Moo) e Kenna, artista de origem etíope radicado nos EUA, entre outros. Como parte da tradição do festival de prestar tributo aos sons da periferia do Rio e de São Paulo, o local sediará ainda o Bailão Black, regado ao som de funk, charme e break, organizada pelo produtor Michel Jacob, da Black de Elite, e comandada pelos DJs Marlboro (funk), Corello (charme), Fernandinho (charme), e CIA (break).
O sucesso extraordinário das primeiras edições do festival demonstrou o interesse dos brasileiros pelos ritmos, artes e pensamentos produzidos na África, e em todos os territórios de matriz africana no mundo. Passaram pela Leopoldina nos últimos dois anos quase 30 mil pessoas, que tiveram a oportunidade de ouvir a música ou os ensinamentos de grandes figuras do mundo contemporâneo, como o criador do Live Aid Bob Geldof, a escritora africana Dambisa Moyo, o rapper MV Bill, o diretor de cinema Gavin Hood, o poeta Breyten Breytenbach, Banda Black Rio, Ed Motta, Dona Ivone Lara, Gilberto Gil, Erykah Badu, Angélique Kidjo, Seun Kuti, Vieux Farka Touré e Carlinhos Brown, entre outros, além de encontros musicais inéditos, como o de Marisa Monte com Youssou N’Dour e o de Arnaldo Antunes com Toumani Diabaté.
PROGRAMAÇÃO