Tendo como fio condutor as canções de Rita Lee, Rita, o Musical, estreia no Teatro Bradesco, em temporada dias 02, 03 e 04 de maio, sexta a domingo. Uma comédia musical com texto e direção geral de Flávia Faria Lima que trata das questões da juventude contemporânea, com leveza e descontração.
Rita é uma jovem de família de classe C repleta de questionamentos existenciais. Apaixonada pelo céu e a sabedoria ancestral, quer cursar astrofísica a contragosto da mãe, que não vê futuro na escolha. Idealista e sonhadora, com um mundo próprio rodeado de livros de mitologia e distante da cultura de massa, sente-se uma outsider no colégio, mas, como qualquer jovem, não deixa de se sentir seduzida quando Mauricio, o garoto mais cobiçado da escola, se aproxima. De outro lado está Luis, um garoto misterioso, que não se sabe bem de onde veio. Participante de manifestações, grafiteiro e repetente, é considerado o bad boy da classe, mas, ainda sim, alguém que consegue enxergar e admirar Rita como ela é.
Ao longo da peça, o que há de verdade em cada um, além dos estereótipos, vem à tona. “Gosto de me debruçar sobre as questões humanas e, de um tempo para cá, tenho me ocupado com os ideais e a resiliência dos sonhos dos jovens ao meu redor. Observei que a nossa juventude brada por muitas bandeiras, mas quantos permanecem no front, quando precisa oferecer mais que um hashtag ou um post de consternação?”, comenta a diretora e autora.
E Flávia completa: “percebo que a maioria dos jovens, e até muitos adultos, estão sedentos por mudança, mas confusos entre teorias vazias que lhes foram passadas e o desejo de um mundo melhor. As pessoas sabem o que não querem para si e para o mundo, mas quantos têm o que propor? Quero levantar esta discussão e, quem sabe, reinserir no diálogo valores como honra, ideal, palavra e ação.”
No elenco estão Lívia Dabarian (Rita), Miguel Arraes (Miguez, irmão de Rita), Cristiana Pompeu (mãe de Rita e Eva, a periguete), Marcelo Ferrari (Maurício), Victor Maia(grafiteiro) e Laura Lobo (a amiga Manu). O figurino é assinado pelo por Marcello Borges, os vídeos e edição por Pedro Paulo Carneiro e a iluminação por Ricardo Formiga. Os arranjos vocais são de Wladmir Pinheiro e a direção musical é de Marco Campos, que também está na banda que compõe no espetáculo (violão de 10 cordas) ao lado de Marcello Guimarães (teclado) e Tamir Case (bateria).
As canções de Rita Lee conduzem e costuram as cenas, com funções intrínsecas, num espetáculo alegre e divertido, assim como Rita Lee. “Só de você”, por exemplo, é cantada duas vezes, em contextos opostos, mostrando que o amor, tanto o verdadeiro como o ilusório, podem ter o mesmo discurso, e o que os diferenciará são as atitudes que acompanham as palavras. Entre os hits da cantora/compositora estão no espetáculo “Panis et Circenses”, “Nem Luxo nem Lixo”, “Cor de Rosa Choque”, “Baila Comigo”, “Balada do Louco”, “Caso Sério”, “Mania de Você” e “Ovelha Negra”, entre outros.
A escolha de Rita Lee é uma homenagem da autora e diretora à ex-integrante dos Mutantes. “Sua escolha como trilha sonora condutora do espetáculo foi fundamental para o processo de criação. Ela, que esteve sempre à frente do seu tempo, hoje, estaria ambientada. Acho que nenhuma cantora brasileira refletiria melhor as questões existenciais dos jovens. Rita Lee para mim é, assim como a personagem: sobram-lhe personalidade e verdade”. “Dói em mim”, composição inédita de Marco Campos com letra de Flavia Faria Lima, completa o repertório.
Música e dramaturgia dialogam com outro elemento da cultura jovem: o grafite. Nas telas que formam o cenário, será projetado um vídeo que simulará o ato de grafitar um muro. Os atores, em tempo real (vídeo mapping), recriarão em cena as telas de Marcelo Melo – artista urbano escolhido no concurso “Grafite o Mundo da Rita”, feito entre os grafiteiros do Rio de Janeiro. O mesmo acontecerá em cada cidade por onde a temporada passar, resultando, ao final, em uma exposição itinerante formando um painel da arte urbana brasileira, com todas as similaridades e peculiaridades da cada região do País.
Em uma das cenas, uma jornalista pergunta a Luis, ex-grafiteiro, agora um arquiteto bem-sucedido. “Como seus dois lados, de arquiteto e artista visual, dialogam?” Ao que ele responde – “Muito simples. Quando faço meus projetos arquitetônicos não deixo quem eu sou de lado. Meus ideais e a minha arte entram em cada traço”.
“Se me perguntassem qual a mensagem principal que quero passar com a peça”, finaliza Flavia, “eu diria: ‘Respeite os seus sentimentos e sonhos, mas não menospreze a razão. Se a cabeça está acima do coração, é para orientar nossas emoções. Então, a receita é esta, cuide do que põe na cabeça e viva intensamente o que você traz no coração.”
Data: 02, 03 e 04 de maio de 2014 – sexta a domingo
Horários: sexta: 21h30; sábado: 21hs e domingo: 19hs
Local: Teatro Bradesco
Endereço: Av. das Américas, 3.900- – Shopping VillageMall – Barra da Tijuca
Preços: Frisas: R$ 80,00; Balcão Nobre: R$ 80,00; Plateias Alta e Baixa: R$ 100,00 e Camarote: R$ 100,00; – com meia entrada para estudantes, menores de 21 anos, idosos e professores da rede pública municipal
Capacidade: 1060 lugares
Duração: 1h30
Classificação: 14 anos – menores somente acompanhados dos pais
www.teatrobradescorio.com.br
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