Espetáculo inédito Parlour Song – Tudo Está Desaparecendo estreia no Teatro Augusta

Texto inédito do dramaturgo inglês Jez Butterworth, a comédia PARLOUR SONG – TUDO ESTÁ DESAPARECENDO, estreia dia 5 de outubro, sexta-feira, às 21h30, no TEATRO AUGUSTA, Sala Experimental. Peça fala de relações e identidades que estão desmoronando. Encenada pela Cia do Ator Careca montagem tem direção de Einat Falbel e reúne no elenco os atores: Mônica Granndo, Alberto Guiraldelli, Jaques Bento e Marcela Grandolpho (Stand-in).

Na peça, Ned é um especialista em demolições que passa o dia revendo os vídeos de suas melhores implosões. Atormentado por um pesadelo horrível, ele acredita que seus objetos pessoais estão desaparecendo. Joy, a esposa de Ned, observa o seu progressivo desmoronamento com um olhar de cruel ironia. Depois de 11 anos de um casamento sufocante, também ela sonha em fugir de tudo seduzindo seu vizinho Dale, que despreza a própria rede de lava-rápidos que gerencia, mas não tem coragem suficiente para abandonar o conforto de sua vida medíocre.

É Dale que conta essa história de casais que moram em condomínios de casas todas iguais, fazendo as compras todos no mesmo shopping, indo e voltando do trabalho para casa, de casa para o trabalho todos os dia. Ele conta como ajudou Ned a fazer exercícios físicos, deu dicas para o vizinho melhorar sua vida sexual e, enfim, descobriu a terrível violência do pesadelo de Ned.

“É uma daquelas peças cujo enredo é simples, mas em que a forma de desdobrá-lo diante do público é instigante. O trabalho de encenação prioriza dar sustentação para a construção que os atores fizeram de seus personagens. Essa é uma comédia muito especial, não fundada na obrigatoriedade do riso, mas no que é risível nas inseguranças e atitudes das pessoas. Embora haja momentos francamente cômicos, também exploramos o olhar crítico sobre a vida cotidiana”, firma a diretora Einat Falbel.

Na encenação a proximidade com o público favorece a sutileza e o calor do jogo teatral. “O autor insinua muitos simbolismos na peça. Os prédios que são destruídos para dar lugar a outros, a cidade que é construída sobre uma floresta devastada, as peças do jogo de Scrabble, e outras tantas imagens. Usamos a movimentação cênica em conjunto com a iluminação, a sonoplastia, cenário e figurinos para trazer a tona esses símbolos sem excessos”, finaliza a diretora.

Fábio Jerônimo assina o cenário e a iluminação em parceria com Eder Soares. A cenografia dialoga com a iluminação por meio de luzes embutidas e sombras estudadas e procura expressar a fragmentação dos personagens, compondo apenas parte dos ambientes de uma casa. A iluminação, com recursos simples e intimistas, particulariza os ambientes das casas dos personagens. Os figurinos, de Mônica Granndo, apresentam roupas leves e coloridas, que refletem o verão em que se passa a peça. A trilha sonora, de Reinaldo Guiraldelli, tem como base o blues e o ragtime na forma como foram utilizados pelas “Músicas de Salão”, as Parlour Songs, no século XX.