“Contaminação Cromática” – Intervenção do paisagista Fernando Limberger na Praça Victor Civita

Com abertura no dia 9 de maio (sábado), das 11h às 15h, o projeto Contos [Visuais] Contemporâneos de Florestas e Suas Memórias, com curadoria de Andrés Hernández, volta a ser exibido na Praça Victor Civita em sua 5ª etapa para apresentar o trabalho do artista visual e paisagista Fernando Limberger.

O público poderá visitar todo o processo do projeto “Contaminação Cromática”, desde a criação até a exposição, que ocorrerá em dois ambientes da praça. Na área externa, Limberger fará intervenções nos canteiros de plantas da praça. Já no prédio do antigo incinerador o artista terá trabalhos expostos na base da chaminé e na sala expositiva do 1º andar, esta última com instalações, esculturas, desenhos, maquetes e projetos, executados ou não.

Limberger traslada a arte para o real ao colocar areia pigmentada em algumas áreas dos canteiros já existentes na Praça, provocando assim alterações cromáticas e compositivas na estrutura rotineira do espaço público e modificando as particularidades morfológicas da vegetação já existente. O “novo adubo” nos canteiros e a nova matéria na parte inferior da chaminé contaminam as possibilidades sensórias que oferecem ao articular os elementos plásticos da arquitetura com as obras numa concepção de arte total.

Na produção do artista, a memória é um elemento protagonista e ele explora a sensorialidade dos suportes tradicionais e a subjetividade da arte. Em todas as obras, os contrastes entre variações cromáticas e texturais intensificam a tensão entre os planos e espaços em formas e estruturas geométricas. Isso se vê já nas séries em que utiliza madeira reciclada com vestígios de fogo, o que evoca e reforça a consciência ecológica de maneira processual, a partir de uma ação plástica, bem como o compromisso de re-elaboração na própria pesquisa que faz dos elementos da natureza: as ciências e a arte e suas conexões.

A partir do uso de materiais cotidianos, ao mesmo tempo o artista elimina a representação clássica da escultura, num questionamento do pedestal a partir da ideia de objeto que media a relação da escultura com a realidade.

Essa nova contaminação se expande além da referência à função original do local – um antigo incinerador de lixo cujos espaços o artista provê de novas funções/tarefas –, assim como a posição do público perante essas alterações.

Além de observar a criação da obra de arte desde seu início, o espectador também pode participar gratuitamente das oficinas oferecidas pelo projeto ao ar livre na praça, nas quais os temas estão relacionados diretamente com a criação do artista. Inscrições pelo email educativo@portodasartes.com.