C. Tangana libera videoclipe de “Pa Que Brille” protagonizado pelo dançarino El Yiyo

Quanto de flamenco há em ÍDOLO? Como se já não houvesse suficiente reviravolta na rotulagem do som de C.Tangana, agora o artista se inspira no flamenco para colocar imagens em uma das faixas mais românticas e íntimas do álbum: Pa Que Brille.

Realizado por BRBR Films e com C. Tangana praticamente fora de todas as cenas, o vídeo abre mais uma porta para as influências – indiretas – do artista, trabalhando a interseção entre o flamenco e o novo rap. Um trabalho no qual a aliança contínua entre C. Tangana e a nova onda de criadores emergentes de diferentes disciplinas.

O videoclipe – que teve estreia exclusiva no El País e foi exibido pela primeira vez no evento da apresentação do álbum em Madri há algumas semanas – foi dirigido por Luis Rojo e Nacho A. Villar. O coletivo de criações audiovisuais BRBR, muito próximo da atual cena de músicos underground, que já produziu vídeos para Dellafuente, Cálido Lehamo e Emelvi, também foi responsável pelo mini documentário La Construcción del Ídolo que acompanha o álbum. A produtora audiovisual, além disso, já colaborou com C. Tangana antes de sua chegada ao mainstream com obras como o premiado “Madrid en David” (2015) e a realização do videoclipe “Lo Hace Conmigo” (2016).

O rap underground do qual C. Tangana vem, compartilha semelhanças com a essência do mundo do flamenco de onde vem El Yiyo, talento emergente de 20 anos já posicionado como o novo codinome da dança. Ambas músicas vêm do mesmo ponto: a rua, a periferia; algo que facilita o entendimento entre as duas linguagens. “Para mim, o mais importante do flamenco é que é uma cultura popular de qualidade, são coisas realmente boas que encontram seu ponto de partida nas pessoas. O flamenco me influencia principalmente pelas letras, mas o que mais me interessa é que tem essa parte da cultura popular que não é indústria” (C. Tangana).

C. Tangana e El Yiyo também estão unidos por essa visão ampla que vai além de um rótulo e prefere jogar com vários, para provocar encontros entre influências e gêneros. O dançarino, formado em dança clássica e contemporânea, já compartilhou o palco com nomes como Eva la Yerbabuena, Estrella Morente, Joaquín Cortés e Duquende.

A música chega – mais uma vez– pelas mãos de Alizzz, que assina uma versão da faixa diferente da que aparece no álbum e em que podemos ver que o estilo futurista e o toque maximalista dialogam perfeitamente com elementos típicos do flamenco, tanto na trilha sonora como nas imagens. ‘Pa Que Brille’, como obra audiovisual, é uma lição magistral em versatilidade em todos os níveis.

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