Personagem “Porteiro” não é novidade para Lino, pois como migrante nordestino considera que esta é uma das possibilidades reais para aqueles que buscam uma chance na “cidade dos sonhos”. Mas se na vida real ele nunca exerceu esse ofício nas artes está se tornando um especialista.
Integrando o elenco da série “A cara do pai”, em que interpreta o porteiro Gilmar, com estreia prevista para outubro na Rede Globo e já disponível no Globo Play, viveu outro porteiro numa campanha publicitária, interpretou um tipo similar na peça “Domésticas”, com a qual lhe rendeu a indicação ao Prêmio Ítalo Rossi, e no cinema, no longa metragem “Apaixonados” (2016), com direção de Paulo Fontenelle, que se tornou a partir desse encontro, um entusiasta para a realização dessa parceria no teatro.
Depois do sucesso de crítica e público do monólogo Lady Christiny o ator Alexandre Lino decidiu que sua trajetória solo nos palcos seria em formato de trilogia para concluir o ciclo que intitulou “teatro de um homem só”. Depois de viver uma travesti conservadora foi o momento de voltar novamente às origens. Percurso que o artista pernambucano faz questão de fazer em sua trajetória entre um trabalho e outro. O espetáculo “O Porteiro” que estreia dia 8 de setembro no Teatro II do Sesc Tijuca, 19h, conta histórias reais, coletadas através de entrevistas, de vários porteiros nordestinos que deixaram sua cidade natal em busca da realização de seus sonhos no Rio de Janeiro. Diante do não comparecimento do síndico do prédio em que Waldisney (Alexandre Lino) trabalha, o porteiro assume o comando da reunião de condomínio.
Com sessões de sexta a domingo, pode-se dizer que O Porteiro não é uma peça propriamente dita, é uma experiência interativa em que os espectadores são convidados a participar de um grande e divertido encontro de condôminos. Montagem cumpre temporada até o dia 1º de outubro.
É Paulo Fontenelle quem assina texto e direção da comédia que considera feita sob medida para o ator que, segundo ele, conhece muito bem os limites entre a realidade e a ficção e sabe dosar a sensibilidade e humor necessários para esses personagens incríveis.
Segundo Lino, é uma relação de afeto com essas pessoas, tão necessárias nas nossas vidas, que o faz nunca percebê-los da mesma forma quando vai interpretá-los. No entanto, se o ciclo de monólogos será concluído no próximo ano com um texto estrangeiro, que ator prefere não revelar, a saga de os porteiros nos palcos se despede com essa comédia documental.
O Porteiro dá sequência à linha investigativa da Documental Cia, que nasceu em 2012 com a peça Domésticas e passa por grandes sucessos como O Pastor (2013), Acabou o Pó (2014), Nordestinos (2015), Volúpia da Cegueira e Lady Christiny (2016), que têm como um de seus pilares, um compromisso com o real e a perspectiva do pertencimento para suas obras.
“No meio de nossa sociedade existe um Brasil notado por poucos. Um grupo formado por pessoas que apesar de conviver conosco, até frequentar nossa casa e fazer parte de seu dia a dia, é como se não estivesse lá. O espetáculo O Porteiro inverte tudo isso, e são eles, os porteiros, os protagonistas. Com sua irreverência e muito humor, deixam a invisibilidade para apresentar a realidade como um grande parque de diversão. Afinal, invisível não são as pessoas, invisíveis são suas histórias.” Conclui Lino
Estreia: Dia 08 de setembro de 2017
Temporada: De 08 de setembro a 01 de outubro
Local: Teatro Sesc Tijuca- Teatro II
Endereço: Rua Barão de Mesquita, 539 – Tijuca
Telefone: (21) 3238-2167
Capacidade: 50 Lugares
Preço: R$ 6,00 (COMERCÁRIO) R$ 12,00 (Meia) R$ 25,00 (INTEIRA)
Horários: De sexta a domingo – 19h
Classificação: 16 anos
Duração: 60 minutos
Gênero: Comédia
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