Homem de traços fortes que usa os gestos como ferramenta de trabalho, o ator Chico Diaz vai agora apresentar para o público mais um de seus talentos: a pintura. E faz isso graças ao incentivo dos amigos. Desde o dia 17 de março, sexta-feira, seus quadros estão expostos na galeria da Casa do Paulo Branquinho, que acaba de completar um ano de existência na Rua Morais e Vale, nº 8, térreo, na Lapa. A mostra, gratuita, vai até o dia 8 de abril, aberta sempre de terça a sábado, das 15h às 19h.
“Ainda tenho muito o que estudar. Nessa altura do campeonato, com tantos trabalhos feitos, mostrar meus quadros é uma graduação, uma possibilidade. As imagens chegam e tento trabalhar as ideias possíveis. Elas vêm e trabalho para transmiti-las”, revela o artista que se deixa levar pela sensibilidade: “o que acontece é que no embate com a matéria, com o material ou com o imaterial, as cores, as manchas, as camadas passam a exigir um significado. Aí está a graça! Procurar ver que imagem ganha o direito de emergir”.
Formado em Arquitetura pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Chico Diaz aproveitou a facilidade com riscos e traços no hobby que o acompanha há mais de 20 anos, numa aventura entre telas e pincéis.
Entre os amigos que mais incentivaram Chico Diaz a expor suas obras com tinta acrílica em tela, papel e madeira, estão o artista plástico Xico Chaves, que assina a curadoria da mostra, e o produtor de artes visuais e galerista Paulo Branquinho, que logo abraçou a proposta de expor pela primeira vez ao público as pinturas de Chico.
Xico é um entusiasta do trabalho do colega e xará. “A pintura de Chico Diaz nasce de uma abstração aleatória, como se fosse uma nuvem de pinceladas que vai adquirindo forma ao longo do tempo, em um processo de climas superpostos. Dessa argamassa em movimento, emergem figuras e personagens que sugerem uma transmutação contínua, como se procurassem uma feição definitiva, mas que, em sua natureza mutante, revelam certa impermanência. Ou deixa em aberto sua própria metamorfose, a natureza de sua gênese não definitiva, mas que ao final assume seu protagonismo. Para ele, certamente não existe obra acabada (como toda obra de arte). Existe, sim, um estado de conclusão, um desfecho temporário que sugere continuidade a qualquer instante. Poderá surgir outra nova fisionomia e outra interpretação sobreposta ou intermitente, mimetizada na turbulência pictórica, ou calcada com absoluta evidência. Afinal, essas figuras nascidas do imaginário são incorporações que parecem não ter fim e dão a impressão de que traduzem infinitas expressões simultâneas”, Não é possível estabelecer uma classificação formal para sua pintura, mas há em sua obra uma coerência comportamental e estética na aplicação de cores e distribuição intensa da tinta sobre a superfície, de forma singular, resultando em uma anárquica harmonia, fluida, gestual e incisiva, ora com suavidade e organicidade, ora etérea e drástica, ao se apropriar de associações figurativas e simbólicas” escreveu, entusiasmado, Xico Chaves no texto de apresentação da mostra.
Data: De 17 de março a 8 de abril
Inauguração: Dia 17 de março, sexta-feira, das 19h às 22h.
Casa do Paulo Branquinho
Endereço: Rua Morais e Vale, 8, térreo – Lapa
Visitação de terça a sábado, das 15h às 19h
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