Brincadeiras com bastões e jogos em dança ditam o ritmo da Improvisação Estruturada intitulada Do Verbo Jogar, criada pela Cia de Dança Palácio das Artes. Sob a direção de Cristiano Reis, diretor artístico da CDPA, e colaboração dramatúrgica de Ângela Mourão, professora do Centro de Formação Artística e Tecnológica da Fundação Clóvis Salgado – Cefart, a montagem integra a programação do FIDinho, braço do Fórum Internacional de Dança destinado às crianças.
A montagem tem como base coreográfica o universo comum para às crianças: o jogo. Por meio de movimentos coordenados e improvisações cênicas, os bailarinos jogam com bastões de bambu e criam diferentes imagens, ora uma figura geométrica, ora uma grande onda, conectando todo o grupo. “Esse trabalho é bem lúdico e isso nos aproxima das crianças. Elas se prendem aos detalhes da dança, podendo interpretar cada movimento dos bailarinos à própria maneira”, destaca Cristiano Reis. Ele ressalta, no entanto, que a montagem é para todas as idades, apesar de contar como elementos que integram o universo infantil.
A improvisação estruturada – Esse novo trabalho recebeu o nome de Improvisação estruturada porque foi montada de maneira coletiva entre os bailarinos e o diretor artístico da CDPA durante uma oficina com bastões. Como não foi definido inicialmente um script, como em uma coreografia, a proposta era estimular a concentração e a atenção do grupo. Após avançarem algumas etapas nessa atividade, os bailarinos perceberam que, a partir daquela brincadeira, era possível desenvolver uma nova montagem. Surgiu, então, Do Verbo Jogar.
Os bailarinos também participaram da escolha do figurino ao utilizar peças em tonalidades mais neutras de espetáculos anteriores da Cia de Dança e mesclar com roupas em cores primárias, como o amarelo, o vermelho e o azul.
Essa é o segundo espetáculo da Cia de Dança com classificação livre e, por isso, com uma linguagem que também é acessível para as crianças. “Os trabalhos da Cia de Dança não costumam habitar o universo infantil, para falar com elas nós precisávamos trabalhar de outra maneira. Tivemos que criar uma conexão com os bastões, jogar com esses elementos e criar imagens, para despertar o interesse das crianças e, assim, conseguirmos nos comunicar com elas”, destaca.
Do teatro para a dança – Para entender o bastão como um elemento cênico e reproduzir os jogos que norteiam a montagem, os bailarinos contaram com a parceria de Ângela Mourão. A proposta de Ângela foi trabalhar o tônus corporal dos bailarinos e levar, para a dança, técnicas que ela aplica no teatro para desenvolver a presença de palco dos atores.
“A minha proposição foi ajudá-los a ampliar a densidade corporal e criar uma conexão com o bastão, que também é um elemento cênico, e é fundamental para a dramaturgia desta montagem. Quando os bailarinos se conectam com o elemento, a plateia percebe essa interação e entra em estado de vigor, de atenção”, diz Ângela.
Cia. de Dança Palácio das Artes – A Cia. de Dança Palácio das Artes (CDPA), composta por 25 bailarinos, é reconhecida como uma das mais importantes companhias do Brasil e uma das referências na história da dança em Minas Gerais. O Grupo desenvolve hoje um repertório próprio de dança contemporânea e se integra aos outros corpos artísticos da Fundação Clóvis Salgado – Orquestra Sinfônica de Minas Gerais e Coral Lírico de Minas Gerais – em produções operísticas e espetáculos cênico-musicais realizados pela Instituição ou em parceria com artistas brasileiros. A Cia. de Dança Palácio das Artes foi fundada em 1971, iniciando seus trabalhos com um repertório clássico. Em 1999 houve uma ruptura do Grupo com a linguagem clássica e deu-se o início dos trabalhos com o método bailarino-pesquisador-intérprete, que propõe a legitimação do bailarino como sujeito de sua própria dança. Seus espetáculos estimulam o pensamento crítico e reflexivo em torno das questões contemporâneas. Em sua trajetória, já se apresentou em várias cidades do interior de Minas, capitais do Brasil e também em países como Cuba, França, Itália, Palestina, Jordânia, Líbano e Portugal.
Cristiano Reis – Integrante da Cia de Dança Palácio das Artes há 15 anos, Cristiano Reis, natural de Uberlândia/MG, é mestre em Artes Cênicas pela UFMG, gestor cultural pela Fundação Clóvis Salgado; Coreógrafo; Professor de Dança Contemporânea; Consultor Cênico; Preparador corporal de atores, e atua como jurado em festivais e bancas de seleção artística e técnica de projetos culturais. Decidido a integrar uma grande companhia profissional, participou de vários processos seletivos e optou pela Cia. de Dança Palácio das Artes, considerando as características únicas do corpo artístico da Fundação Clóvis Salgado.
Data: 8 de novembro
Horário: 16h
Local: Sala Klauss Vianna – Palácio das Artes
Endereço: Av. Afonso Pena, 1537 – Centro
Duração: 45 minutos
Entrada gratuita
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