No primeiro episódio dedicado ao Brasil, Minha Loja de Discos do Canal BIS, conta a história da loja ícone entre os aficionados de música de todo o País e ouve alguns dos incontáveis causos de quem participou da longa história de amor à música da família Calanca, que se confunde com a história da cena independente.
A declaração de Beto Bruno, do Cachorro Grande, um dos grupos entrevistados do episódio, é a tradução de grande parte dos aficionados por música brasileiros, para quem a Baratos Afins é, desde sua fundaçao, em 78, uma instituição. Igreja também seria outro nome adequado. Por trás do enorme volume de prateleiras que se mantém repletas de compradores em plena crise da indústria fonogrática, existe uma poção mágica: o amor por música de seu dono, Luiz Calanca, que deixou a profissão de farmaceutico quando a mulher estava grávida para o inusitado plano de montar uma loja com sua coleção de vinis. “Eu tinha praticamente um sapato e um jaleco, mas um monte de discos”. Uma família que evoluiu junto com uma loja: essa é a história da Baratos Afins, negócio tocado por ele, sua esposa e sua filha, nascida em berço de dezenas de milhares de discos. Uma loja que sempre foi notícia: seja por ser aquela que “tem tudo”, seja por se confundir com a história da música independente nacional e ser um de seus pilares, seja por ser a única que, desde o começo, rejeitou o formato CD. Uma loja que há três gerações atrai romarias de roqueiros de todas as partes do país. Uma loja que aposta no rock, lançando novidades ou relançando clássicos através de seu selo próprio, e é mencionada com profundo carinho por todos que a frequentam. “Ele sempre foi um herói”, diz emocionado outro gaúcho, o produtor Carlos Eduardo Miranda, que assim como os integrantes da Cachorro Grande contou com a ajuda de Calanca quando se mudou para São Paulo. Já Tulipa Ruiz e o pai, o guitarrista Luiz Chagas, falam do selo em que Calanca lançou discos que vão de Ratos do Porão a Itamar Assumpção e reeditou outros tantos, como a obra dos Mutantes. “Uma coisa muito bacana das reedições do Calanca é que ele é um cara muito apaixonado, então tem muito cuidado com tudo. Cuidado com a arte, cuidado com o som”, diz ela, que ouve falar da loja desde muito antes desde menina, quando começou a se interessar por música e ainda morava em Minas. Outros entrevistados do episódio: Kid Vinil, Lee Marcucci, Edy Star, Os Brutos e Fábrica de Animais Lista completa de episódios 06/09: Estocolmo – “Pet Sounds” 04/10: São Paulo 1 – “Baratos Afins” 11/10: Beirute – “Chico”
13/09: Lisboa – “Louie Louie”
20/09: Paris – “Balades Sonores”
27/09: Islândia – “Smekkleysa”
18/10: Berlim – “Hard Wax”
25/10: Rio de Janeiro – “Tropicália’
01/11: Tel Aviv – “Third Ear”
08/11: Bogotá – “RPM”
15/11: Buenos Aires – “Mercúrio”
22/11: Nova Granada – “Bora Bora”
29/11: São Paulo 2 – “Casa Brasilis