TEATRO GLÁUCIO GILL estreia espetáculo O MOÇO QUE CASOU COM A MEGERA

O Moço que Casou com A Megera, espetáculo infantil que a Cia de Teatro Medieval estreia no dia 01 de novembro no Teatro Gláucio Gill, é uma adaptação inédita de Marcia Frederico que mistura duas histórias: O Moço que Casou com Mulher Braba, um conto medieval do escritor espanhol Don Juan Manuel, e A Megera Domada, de William Shakespeare.

Com direção da Fabianna de Mello e Souza, diretora convidada, e no elenco Diego Braga, Marcia Frederico, Marnei Kaufmann e Rogério Freitas, ator convidado, a adaptação mistura as duas histórias e cria um terceiro espetáculo, tendo como tema central a transformação do comportamento humano, no caso de uma mulher braba, uma verdadeira megera, em uma mulher dócil como um carneirinho.

TEATRO GLÁUCIO GILL-O MOÇO QUE CASOU COM A MEGERA-25OUTUBRO2014

O espetáculo reflete sobre a ideia de transformação do humano e a ótica que cada época atribui a esta capacidade. No primeiro texto, tipicamente medieval, o modelo é mais simplista e o uso da “violência” é uma importante “arma” educativa. Neste caso, o moço faz um “teatro”, uma farsa e se finge de louco falando com os animais e os matando quando não o obedecem; diante da crescente violência, a mulher resolve atender às solicitações do marido antes que tenha a mesma sorte dos bichos Já o mesmo não se dá com a mãe da moça, que é muito pior que ela, pois, como dizia o Conde Lucanor: “Sê firme desde o início com as mulheres, senão, não poderás quando quiseres”… Ou seja, “é de cedo que se torce o pepino”, a ideia de que educação só é eficaz quando é constante desde a infância ou, neste caso, desde que se constrói uma nova relação.

No segundo texto, o de Shakespeare, os tempos eram outros; o renascimento trazia o homem para o centro do universo e o grande gênio da dramaturgia construía personagens com mais densidade psicológica e tridimensional, não apenas uma alegoria, um arquétipo, como nos tempos medievais. Neste caso, fica a dúvida no texto final de Catarina, a  megera domada, se ela de fato mudou, ou se também resolveu entrar no jogo da farsa criado por Petruccio, o moço, e assim ele pensa que está mandando e ela finge que obedece.

Com olhares mais românticos, alguns atribuem à força do amor à possibilidade de mudança do ser humano; ou seja, ocorreu entre o casal uma espécie de “amor à primeira vista” que teria dado ao moço a resolução de, mesmo contra todos, manter sua ideia de se casar com tal mulher, e,  a ela, mesmo sendo como é, agir de forma diferente para “manter” o casamento.

Para a criança fica a divertida brincadeira da farsa, que é o teatro dentro do teatro, em que ela percebe o jogo que um personagem faz, achando que está ludibriando o outro, e ela, como espectador, é cúmplice desta deliciosa brincadeira que é o teatro.

– “Quantas `Catarinas´ não encontramos por aí? Crianças consideradas geniosas, de temperamento forte, que deixam os pais enlouquecidos sem saber como “domar” essas pequenas “ferinhas”. Quantos pais não cansam de repetir que criaram iguais a todos os filhos e não entendem porque são tão diferentes? E quantos irmãos não escutam os adultos comparando um com o outro? Estas e muitas outras questões fazem com que a atualidade da peça O Moço que Casou com a Megera ofereça muitas reflexões, de forma muito divertida, é claro! – comenta Marcia Frederico.

A Companhia

A Companhia de Teatro Medieval comemora quase 25 anos de carreira. E, há mais de 25 anos atrás, Marcia Frederico, uma das integrantes da Cia., encenou um dos textos desta adaptação, a farsa medieval “O Moço que Casou com Mulher Braba”, ainda estudante da CAL, sob a batuta do crítico e professor de teatro Yan Michalski. Dizia ele que as farsas medievais serviram de inspiração para muitos autores como Shakespeare, Molière e tantos outros, e ela, bebendo nesta fonte, traçou sua trajetória.

De lá pra cá nasceu a Cia. que percorreu muitos caminhos e, nos últimos anos, se dedicou a levar o seu teatro a todos os cantos deste enorme Brasil. Agora, finalmente, fazem uma pausa nesta intinerância, aportando na cidade sede, para “reabastecer” e contribuir para que o público infantil possa alargar os horizontes, ampliar o repertório, expandir o vocabulário e seguir a caminhada. 

Composta por Marcia Frederico, Heloisa Frederico e Marcos Edom, a Companhia de Teatro Medieval, desde o início, não pensa um teatro que se convencionou para “crianças”; pensa em um teatro que possa trazer toda a família para uma experiência com a arte, com a cultura, com outras épocas e histórias.

Por coincidência, estreiam esta adaptação inédita justamente no ano em que é comemorado 450 anos de morte de William Shakespeare. Ano também que antecede as comemorações dos também 450 anos da cidade maravilhosa, o Rio de Janeiro.

Elenco

Diego Braga – ator coringa / Marcia Frederico – Catarina, a megera e mãe de Catarina / Marnei Kaufmann – Petrucchio / Rogério Freitas – Pai de Catarina 

Ficha Técnica: 

Texto: Marcia Frederico (adaptação das obras:  O moço que Casou com Mulher Braba, de Don Juan Manuel , e A Megera Domada, de William Shakespeare) / Direção e preparação corporal: Fabiana de Mello e Souza / Direção geral e produção: Marcia Frederico / Direção de Arte (cenário, figurino e adereços): Heloisa Frederico / Trilha sonora: Roberto Alemão Marques / Iluminação: Fábio Schuenke

SERVIÇO
Espetáculo: O Moço que Casou com a Megera
Texto: Marcia Frederico (adaptação das obras: O moço que Casou com Mulher Braba, de Don Juan Manuel , e A Megera Domada, de William Shakespeare)
Direção e preparação corporal: Fabiana Mello Souza
Elenco: Diego Braga, Marcia Frederico, Marnei Kaufmann e Rogério Freitas
Local: Teatro Gláucio Gill (Praça Cardeal Arcoverde, s/nº – Copacabana – 2332-7904)
Gênero: comédia
Estreia: dia 01 de novembro, sábado
Temporada: até 14 de dezembro
Horário: sábados e domingos às 17hs
Duração: 50min
Classificação: livre, recomendado para crianças a partir de 7 anos
Capacidade: 102 lugares
Preços: R$ 30,00 (inteira) e R$ 15,00 (mia entrada)
Bilheteria do teatro:  a partir das 16hs de sábado a segunda

*As informações são de responsabilidade de seus organizadores e estão sujeitas a alterações sem aviso prévio.

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