Paulo José, o grande homenageado do 21º Festival de Vitória, recebeu a láurea na última segunda (15) à noite, no histórico Theatro Carlos Gomes, lotado com mais de 700 pessoas que aplaudiram de pé um dos maiores atores brasileiros de todos os tempos. Com 77 anos de vida e 60 de carreira, Paulo José subiu ao palco para receber das mãos de duas de suas filhas, as atrizes Ana e Bel Kutner, o Troféu Marlin Azul e o Caderno do Homenageado, um livro editado pelo festival com a biografia e retrospectiva de sua carreira, além de fotos de seu acervo pessoal. O público também assistiu a um vídeo-homenagem, produzido pelo Canal Brasil, com cenas de filmes, entrevista e depoimentos de amigos, atores e cineastas.
No palco, ao lado dos apresentadores Leonardo Medeiros e Bruno Torres, Paulo José agradeceu a homenagem:
Ontem (quarta, 17) logo após a cerimônia de premiação do festival, será exibido o longa ‘Macunaíma’, de Joaquim Pedro de Andrade, protagonizado por ele e por Grande Otelo, que se dividiram no papel do personagem-título. Adaptação do livro escrito em 1929 por Mário de Andrade, o filme é um dos marcos do cinema nacional e conta a história do anti-herói brasileiro, safado, preguiçoso e sem caráter, que nasce preto e vira branco, e depois de adulto deixa o sertão para enfrentar seus inimigos na cidade grande. No icônico longa-metragem, Paulo José interpreta o Macunaíma branco e a mãe do herói. E contracena com Dina Sfat (1939-1989), mãe de suas três filhas (as atrizes Ana, Bel e Clara Kutner), com quem foi casado por 17 anos.
Com um currículo extenso, Paulo José começou no teatro amador aos 17 anos. De lá para cá, ele atuou em 31 peças de teatro e dirigiu 22 montagens. Nos palcos, ele também desenvolveu trabalhos de cenografia, figurino, iluminação, tradução e produção executiva. Sem contar a sua passagem como administrador do Teatro de Arena do Rio e de São Paulo na década de 1960. No cinema, participou como ator de 39 filmes. Ainda interpretou personagens em 21 novelas (a última foi ‘Em Família’, de Manoel Carlos) e 25 minisséries além de ter atuado na direção de 34 trabalhos para a telinha.
Paulo José foi o primeiro homenageado do Festival de Vitória na edição de 1998. Na época, o evento ainda não publicava o Caderno do Homenageado. “A homenagem deste ano é uma forma de celebrar a importância e de promover o merecido reconhecimento desse artista para a história da dramaturgia brasileira”, diz Larissa Delbone, produtora executiva e diretora de produção do festival.
Uma realização da Galpão Produções e do Instituto Brasil de Cultura e Arte (IBCA), o 21º Festival de Vitória anunciará os vencedores das mostras competitivas, em cerimônia no Theatro Carlos Gomes. Veja abaixo a lista dos filmes nacionais em competição e das categorias da premiação.
OS FILMES – 21º FESTIVAL DE VITÓRIA
4º Mostra Competitiva Nacional de Longas
– A história da eternidade, de Camilo Cavalcante (FIC, 120 min., PE)
– A vizinhança do tigre, de Affonso Uchôa (DOC, 95 min., MG)
– Batguano, de Tavinho Teixeira (FIC, 75 min., PB)
– Branco sai, preto fica, de Adirley Queirós (DOC/FIC, 93 min., DF)
– Cauby – Começaria tudo outra vez, de Nelson Hoineff (DOC, 90 min., RJ)
– Entreturnos, de Edson Ferreira (FIC, 82 min., ES) [exibição de estreia]
18º Mostra Competitiva Nacional de Curtas
– A Cor do Fogo e a Cor da Cinza, de André Felix (DOC, 23 min./ES)
– A Hora Azul, de Giovani Barros (FIC, 20 min./RJ) [exibição de estreia]
– Casa Forte, de Rodrigo Almeida (FIC, 11 min./PE)
– Cloro, de Marcelo Grabowsky (FIC, 18 min./RJ)
– Guerra Fria, de Paulo Sena (FIC, 17 min./ES) [exibição de estreia]
– Jardim Tókio, de Rodrigo Grota (FIC, 16 min./PR)
– La Llamada, de Gustavo Vinagre (DOC, 20 min./SP)
– Loja de Répteis, de Pedro Severien (FIC, 17 min./PE)
– Mundo Incrível Remix, de Gabriel Martins (FIC, 24 min./MG)
– Na Hora dos Morcegos…, de Richard Tavares (FIC, 16 min./RS)
– No Devagar Depressa Dos Tempos, de Eliza Capai (DOC, 25 min./ES-SP) [exibição de estreia]
– O Clube, de Allan Ribeiro (FIC, 17 min./RJ)
– O Completo Estranho, de Leonardo Mouramateus (FIC, 24 min./CE)
– Quinze, de Maurílio Martins (FIC, 25 min./MG)
– Vento Sul, de Saskia Sá (13 min./ES) [exibição de estreia]
– Viagem na Chuva, de Wesley Rodrigues (ANI, 13 min./GO)
CATEGORIAS DE PREMIAÇÃO DA MOSTRA COMPETITIVA NACIONAL
Mostra Competitiva Nacional de Longas
– Troféu Marlin Azul – Melhor Filme
– Troféu Marlin Azul – Melhor Direção
– Troféu Marlin Azul – Melhor Roteiro
– Troféu Marlin Azul – Melhor Interpretação (válido para atores e atrizes)
– Troféu Marlin Azul – Melhor Contribuição Artística (válido para categorias técnicas a serem apontadas pelo júri – fotografia, direção de arte, montagem, som, trilha sonora etc)
– Troféu Marlin Azul – Prêmio do Júri Popular
Mostra Competitiva Nacional de Curtas
– Troféu Marlin Azul – Melhor Filme
– Troféu Marlin Azul – Melhor Direção
– Troféu Marlin Azul – Melhor Fotografia
– Troféu Marlin Azul – Melhor Roteiro
– Troféu Marlin Azul – Melhor Concepção Sonora
– Troféu Marlin Azul – Melhor Montagem
– Troféu Marlin Azul – Melhor Direção de Arte
– Troféu Marlin Azul – Melhor Atriz
– Troféu Marlin Azul – Melhor Ator
– Troféu Marlin Azul – Prêmio Especial do Júri
– Troféu Marlin Azul – Prêmio do Júri Popular
Mostra Competitiva Nacional de Curtas
– Troféu Marlin Azul – Melhor Filme
– Troféu Marlin Azul – Melhor Direção
– Troféu Marlin Azul – Melhor Fotografia
– Troféu Marlin Azul – Melhor Roteiro
– Troféu Marlin Azul – Melhor Concepção Sonora
– Troféu Marlin Azul – Melhor Montagem
– Troféu Marlin Azul – Melhor Direção de Arte
– Troféu Marlin Azul – Melhor Atriz
– Troféu Marlin Azul – Melhor Ator
– Troféu Marlin Azul – Prêmio Especial do Júri
– Troféu Marlin Azul – Prêmio do Júri Popular