Crítica do filme Transformers: A Era da Extinção

Transformers Age of Extinction-Official Poster Banner PROMO XLG-21MAIO2014-01Transformers: A Era da Extinção
Direção.: Michael Bay
Roteiro.: Ehren Kruger
Gênero.: Ação | Aventura | Sci-Fi
Distribuidora.: Paramount Pictures
Elenco.: Mark Wahlberg, Nicola Peltz, Jack Reynor, Kelsey Grammer, T. J. Miller, Sophia Myles, Li Bingbing, Stanley Tucci, Han Geng, Titus Welliver e mais.

Avaliação
(1/10)

Depois de arrecadar bilhões em bilheteria ao redor do globo em seus três primeiros longas (respectivamente lançados em 2007, 2009 e 2011), o controverso cineasta e produtor estadunidense Michael Bay lança mais um capitulo da franquia Transformers, com o longa Transformers: A Era da ExtinçãoUsando a mesma fórmula apresenta na primeira trilogia, aonde os efeitos visuais e trilha sonora quase ensurdecedora tomam conta de boa parte da projeção, o longa não trás praticamente nada de novo apenas vemos alguns poucos pontos de vistas diferentes – mas nada que mereça real destaque ou até motivo para esta produção sair do papel (a não ser claro o lucro nas bilheterias).

O envolvimento e comprometimento de Michael Bay com a franquia Transformers é talvez, ao lado do lucro obtido para os cofres da Paramount, um dos poucos méritos que giram em torno dos longas. O cineasta vem trabalhando praticamente a 10 anos apenas nesta franquia, se calcularmos o início da pré-produção do primeiro longa, e neste período ele dirigiu apenas o fraco longa “Sem Dor, Sem Ganho” estrelado por Mark Wahlberg e Dwayne Johnson. Mas infelizmente o que vemos ao longo dessa jornada é que empenho, dedicação nem sempre esta diretamente relacionado a um resultado de qualidade – isso se enquadra perfeitamente quando analisamos a filmografia do cineasta. Com poucos trabalhos relevantes, deixando de lado talvez “Os Bad Boys” e “Pearl Harbor”, Bay praticamente não evolui em nada como realizador, cometendo os mesmo erros e não se utilizando de um grande segredo e qualidade encontrada apenas em cineasta mais aclamados – a forma de contar história se utilizando de sua criatividade. Assim como o Teatro é a arte do ator, o cinema é a arte do cineasta/diretor aonde, ou seja, significa que o realizador necessita transformar (apresentar) palavras (argumento/roteiro) em imagem visual, dando toda a narrativa e sentido para o que o roteiro necessita. E é neste exato ponto que identificamos as falhas e limitações evidentes em Bay, quando na falta dessas qualidades ele se vê refém a utilizar de elementos básicos do cinema entretenimento (blockbusters), cenas de ação (quase sempre sem sentido algum), muitas luzes e efeitos especiais (para confundir a visão das pessoas que assistem) e ainda uma trilha sonora bastante evidente (chegando ao ponto de ser tornar um grande ruido em nossos ouvidos). É claro que muitos podem dizer que Bay consegue fazer exatamente o que o cinema hollywodiano necessita, transformar ideias/projetos em lucros astronômicos, mas nesse caso temos também exemplos de sucesso de cineasta que conseguem conciliar de forma harmônica estes dois focos – lucro com cinema de qualidade – como Steven Spielberg, Ridley Scott e tanto outros.

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Muitos podem dizer que “quanto a fatos não existem argumentos”, no caso das produções de Bay o correto seria dizer “quanto a números não existem argumentos”, pois Transformers: A Era da Extinção mesmo antes de chegar em terras brasileiras já vem quebrando alguns recordes de bilheterias. O quarto filme da franquia se tornou agora a produção de maior arrecadação na China, conseguindo atingir a incrível marca de US$ 225,1 milhões ( 1.396 bilhão em moeda chinesa) em apenas 12 dias após a estreia, o longa ultrapassou o detentor do recorde anterior, AVATAR.

Parceiro dos dois último filme da série, o roteirista Ehren Kruger retorna ao cargo trazendo novamente uma história pouco convincente que se sustentante em muitas cenas de ação seguidos de efeitos visuais (CGIs) muito bem trabalhados – méritos para todos os filmes da franquia. A trama se desenrola após 4 anos dos acontecimentos em Chicago, aonde uma batalha épica deixou a cidade devastada, mas agora o mundo está salvo, teoricamente. Como a humanidade no comando, um grupo obscuro se revela em uma tentativa de tomar o controle, enquanto uma poderosa ameaça define a Terra como seu alvo. Com a ajuda de seres humanos, Optimus Prime e os Autobots se reúnem para encarar um desafio ainda maior e são levados a uma nova guerra do bem contra o mal. A narrativa em si do longa não chega a incomoda e nem é muito diferente de muitas outras produções, filmes catástrofes, que tem como foco trazer toda ambientação e cenário de guerra, mas o que causa muito desconforto a todo momento é sem dúvida a falta de carisma em todos os personagens apresentados. Nem mesmo a repaginada completa em diversos robôs, como Optimus Prime e Bumblebee (um Camaro Super Sport), que foram redesenhados conseguem trazer afinidade a eles, mesmo acrescentando novos personagens que no papel seriam muito engraçados, como por exemplo um Autobots acima do peso é que fuma um belo charuto, mas que na pratica se torna quase nulo – passando quase desapercebido.

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Nem mesmo o elenco de humanos, composto por novos personagens e atores, consegue atrair a atenção e nem se destacar, isso tudo devido aos inúmeros efeitos visuais e cenas confusas de ação desenfreada (bastante comum na franquia). Nos personagens centrais estão rostos conhecidos do grande público como Mark Wahlberg, Stanley Tucci e ainda o novo par romântico Nicola Peltz e Jack Reynor – que sinceramente desagrada bastante comparado os anteriores Shia LaBeouf e Megan Fox. Outro ponto bastante negativo do longa talvez seja seu tempo de projeção, que gira em torno de duas horas e meia, o que se torna um teste de resistência até mesmo para os amantes dos robôs alienígenas fictícios de uma franquia popular da Hasbro.

A direção de Michael Bay neste quarto filme da franquia consegue dificultar ainda mais o fraco roteiro, se perdendo constantemente em cenas de ação e planos sem sentido algum. Se já não bastasse esses problemas nítidos, o longa enfrenta ainda erros graves de continuidade, que chega a causar constrangimentos como elementos sumindo ou aparecendo em cena, personagens que somem de planos seguintes sem motivo aparente entre muitos outros. Muitas são as pessoas que não consideram um erro de continuidade como um erro, mas um ou outro erro até pode ser compreensível, tendo em vista alguns erros serem imperceptíveis, mas essa produção apela nos diversos erros, que acabam prejudicando ainda mais o desenrolar da história.

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Transformers: A Era da Extinção, sem dúvida é mais uma produção “Sanguessuga” de Michael Bay, que tem como proposta apenas arrecadar seus milhões nas bilheterias sem a responsabilidade de trazer algo realmente válido e as vezes até inovador, respeitando o milhares de fãs e seguidores. Publico este que apesar de muitos odiarem seus trabalhos, ainda sim insistem em acompanha-lo, tendo em vista produções visionárias em questão de arrecadação. Transformers, entra para a lista de piores filmes de 2014, porém o pior ainda pode estar por vir, lembrando que está em suas mãos também a produção de um filme nostálgico do início dos anos 90, o clássico Tartarugas Ninjas – que devemos esperar e rezar bastante para que sai algo proveitoso e digno deste longa.

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