Toque de Mestre (Grand Piano)
Direção.: Eugenio Mira
Roteiro.: Damien Chazelle
Gênero.: Suspense, Thriller, Mistério
Distribuidora.: Playarte
Elenco.: Elijah Wood, John Cusack, Kerry Bishé, Tamsin Egerton, Allen Leech, Don McManus, Alex Winter, Dee Wallace, Jim Arnold.
Sinopse.: Antes da apresentação que marca seu retorno, um pianista que sofre de medo do palco descobre um bilhete assustador em suas partituras. A ameaça afirma que ele terá que fazer o melhor concerto de sua vida, sem um único erro, se quiser salvar a si mesmo e também sua esposa.
Avaliação.: (3/10) |
Mesmo com os recentes cortes nos incentivos do governo espanhol, e por consequência a queda de produção, o cinema desse pais consegue ainda seguir em frente com suas produções focadas no mercado internacional. Conseguindo resultados muito variáveis e notáveis nos gêneros de terror/suspense, chega aos cinemas mundiais mais uma produção espanhola.
Produzido pelo conhecido Rodrigo Cortés, diretor do longa ‘Enterrado Vivo’ (2010), o suspense TOQUE DE MESTRE, utiliza como carro chefe um dos elementos mais aterrorizantes do gênero de suspense/terror, a voz ‘off’. Além disso o roteiro se sustenta na premissa, bastante interessante por sinal, de quais seriam as reações de um indivíduo (que passa por problemas na carreira) ao ser ameaçado por um desconhecido?
A partir dessa ideia inicial é que o roteiro escrito pelo jovem Damien Chazelle, responsável pelo fraco argumento de ‘O Último Exorcismo – Parte 2’, começa a ter seus problemas. Limitar uma produção a apenas uma locação, no caso do filme um teatro usado para apresentação, e ainda sem explorar quase nenhum personagem secundário, não é tarefa fácil. O que vemos neste thriller de suspense é uma tentativa, de utilizar ao longo da projeção diversos clichês do gênero, para dessa forma, esconder um roteiro irregular que traz inúmeras pontas soltas.
O longa acompanha Tom Selznick (Elijah Wood), um conceituado pianista que tem agendado o seu retorno aos palcos, mas não está tão seguro dessa volta. Durante sua apresentação, ele que sofre de medo do palco descobre um bilhete assustador em suas partituras. A ameaça afirma que ele terá que fazer o melhor concerto de sua vida, sem um único erro, se quiser salvar a si mesmo e também sua esposa.
Com um roteiro extremamente previsível e limitado, o cineasta Eugenio Mira, do longa Agnosia (2010), consegue ainda nos primeiros minutos do filme conduzir a trama de forma muito interessante. Com uma direção focada em acompanhar o seu protagonista em diversos momento, ele ainda se utiliza de elementos que enriquecem as atuações dos atores envolvidos, com planos sequências (apesar de curtos) são muito bem executados. Devido seu roteiro imaturo e sem desenvolvimento necessário, o cineasta acaba ficando extremamente limitado ao decorrer da projeção. Nem mesmo a locação consegue ser explorada pelo cineasta, utilizando-se de uma fotografia escura ao mostrar a plateia, perdemos dessa forma, a imersão do teatro. O longa cai nos mesmos erros do gênero, que neste caso é esconder seu antagonista, perdendo gradativamente seu ritmo e mostrando todas as falhas do roteiro.
Esta produção tenta equilibrar uma narrativa densa e suave (como amor que o protagonista sente pela sua esposa), mas infelizmente, fica nítido ao término da projeção que falta elementos para segurar a trama e enriquecer o roteiro. O que mais incomoda nesta produção é a falta de conteúdo do roteiro, que em nenhum momento tenta explorar outros personagens da trama. Deixando de lado até mesmo o próprio Tom Selznick (Elijah Wood), que pouco se sabe sobre sua história. Como coadjuvante da trama está o personagem vivido por John Cusack, Clem, que apesar de ser peça chave, pouco é explicado sobre ele.
Ao término do filme, saímos com a nítida impressão de que esta produção necessitava de um trabalho mais cuidadoso e mais bem elaborado (construído) em todo seu roteiro. Não estranha a história ser tão limitada depois do último trabalho de Damien Chazelle, provando que ele precisa desenvolver melhor seus trabalhos, visando deixar seu roteiro mais coeso e maduro. TOQUE DE MESTRE é um resultado negativo para produções, que vem se destacando ano a ano, do cinema espanhol.