SEXTA | 15 DE NOVEMBRO
16h00 : Um passaporte húngaro de Sandra Kogut (Brasil, 2001.72’)
No começo, uma conversa ao telefone. Quem fala é Sandra, ao mesmo tempo realizadora e personagem central deste documentário em torno de seu processo para conseguir um passaporte húngaro. O filme se propõe a discutir o que é e como se constrói uma identidade, passando aqui e ali, por pessoas radicalmente jogadas para um espaço não identificado no final da década de 1930, com uma letra K carimbada em seus passaportes.
18h00: Elena de Petra Costa (Brasil, 2012. 80’)
Como lembra a diretora, quando começou a fazer esse documentário “eram poucos os filmes brasileiros com enfoque familiar. Sabia da existência de 33, do Kiko Goifman, de Um passaporte húngaro, de Sandra Kogut, Person, de Marina Person, e de Diário de Sintra, de Paula Gaitán. Acho que foram o começo dessa safra, que hoje parece mais consolidada com os recentes exemplos de Otto, de Cao Guimarães, e Os dias com ele, de Maria Clara Escobar. Pensando em filmes estrangeiros, os que mais me tocaram foram As praias de Agnès, da Agnès Varda, e O nome dela é Sabine, da Sandrine Bonnaire. Todo artista coloca muito de si em sua obra, mesmo que não trate de uma pessoa da família. Mas, em um filme sobre alguém da família, essa delicadeza e essa subjetividade ficam ainda mais aguçadas. Creio que a tendência é termos mais e mais filmes desse tipo, e que isso venha a ampliar a reflexão sobre temas universais de afeto, luto e perda. Partindo de experiências pessoais temos a possibilidade de mergulhar com maior profundidade nesses temas e o cinema ganha muito com isso”.
20h00 : As praias de Agnès (Les plages d’Agnès) de Agnès Varda (França, 2008. 110’)
“Com 78 anos, quase chegando aos 80, eu via os números 8 e 0 que avançavam em minha direção como uma zoom ou como um trem e comecei a me dizer: ai, meu Deus! tenho que fazer qualquer coisa para os meus 80 anos”, comenta Agnès. “Lembrei que Montaigne, no fim de sua vida, escreveu: ‘creio que meus próximos, que vão me perder, gostariam de saber um pouco mais do que eu conheci’. Pensei mais ou menos isso com relação a meus filhos e netos. Não temos o hábito de perguntar tais coisas aos nossos parentes. Decidi então contar para eles como tudo começou, o que tinha na cabeça quando comecei a fazer filmes, falar dos amigos, das pessoas que encontrei, falar das coisas que fiz e falar também das pessoas que me fizeram. Só podemos falar do que vivemos, do que existe bem perto de nós. E eu tive muitas vidas. Fui fotógrafa. Fui cineasta. E depois, uma jovem artista contemporânea aos 72 anos. Gosto muito dessa terceira parte de minha vida, que me permitiu tentar outros encontros, noutros lugares, criar outras relações com os espectadores. O melhor de tudo é poder experimentar diferentes formas de criação. Mas, então: eu me aproximava dos 80 anos. Achei que deveria fazer algo. Nos lembramos sempre de passar por algum zero, mas quando era jovem jamais imaginei passar pelos 80. Oito e zero. Quando jovem eu achava que pessoas com 40 anos já eram velhas e os que tinham 50 então… Lembro que não me interessava por pessoas com mais de 50 anos e imaginava: acho que vou viver até os 45. Achava poético morrer jovem.”
SÁBADO | 16 DE NOVEMBRO
15h00 : Diário de Sintra de Paula Gaitán (Brasil, 87’)
“O filme propõe um percurso da memória involuntária, das experiências sensíveis que remetem ao passado. Imagens que ultrapassam a memória e comunicam apenas uma parte de seu segredo, transformam o tempo perdido em tempo redescoberto” – diz a realizadora. “Retorno a Portugal 25 anos depois. Retorno ao passado extinto, real e imaginário. As fotos de Glauber Rocha permanecem no tempo… Mas os acontecimentos são fluxos: o fluxo do rio, da árvore e do ar”.
17h00 : Com o meu coração em Yambo (Con mi corazón en Yambo) de María Fernanda Restrepo (Equador, 2011. 135’)
Um caso de violação de direitos humanos que traumatizou o Equador, o desaparecimento dos irmãos da realizadora María Fernanda Restrepo (Santiago, de 17 anos, e Andrés, de 14) em mãos da policía em 1988. O documentário transformou-se num acontecimento muito além das fronteiras do cinema e a partir dele a investigação judicial foi reaberta. A diretora trabalha num espaço íntimo, que é dela e de mais ninguém, sem se descuidar do componente histórico e político: “Em 8 de janeiro de 1988, quando eu tinha 10 anos, meus pais decidiram sair de férias e me deixaram sob os cuidados de meus irmãos Tiago, de 17 anos, e André, de 14. Naquele dia eu tinha uma festa infantil e eles deviam me buscar na parte da tarde. A noite chegou, veio a manhã seguinte, e eu continuei na janela, esperando. Nunca chegaram”.
20h00 : As praias de Agnès (Les plages d’Agnès)de Agnès Varda (França, 2008. 110’)
DOMINGO | 17 DE NOVEMBRO
16h00 : Avôs (Abuelos) de Carla Valencia Dávila (Equador, Chile, 2010. 93’)
Uma jornada pessoal em busca dos avôs. Duas histórias, uma próxima a outra enterrada. Remo, o avô paterno, desaparecido político na ditadura de Pinochet, e Juan, o avô materno, médico autodidata que dedicou sua vida à pesquisa. A paisagem árida do deserto chileno dialoga com os rios e o verde dos Andes. Um filme rico em metáforas visuais e em calorosos testemunhos. Dois sonhos que se refletem em duas paisagens, uma de montanhas verdejantes, a outra árida e desolada.
18h00 : Porto da memória (Port of Memory) de Kamal Aljafari (Alemanha, França, EUA, 2009. 63’)
A história do abandono de Jaffa, cidade portuária da Palestina de antes de 1948, e de seus habitantes. Os rastros da família de Salim, que recebeu ordem de despejo da sua casa em Ajami. Tornados ilegítimos em sua própria terra, essas pessoas foram demitidas, diminuídas e submetidas à repetição de gestos cotidianos. Uma reflexão sobre o absurdo de estar presente e ausente ao mesmo tempo.
O jardim de Raul (El jardin de Raul) de Sarasvati Herrera (México, 2013. 28’)
Sonho e realidade se entrelaçam na vida do pintor Raul, pai da realizadora, que depois de quase perder a vida num acidente decide restabelecer a relação com a filha que não via há mais de dez anos.
20h00 : As praias de Agnès (Les plages d’Agnès) de Agnès Varda (França, 2008. 110’)
TERÇA | 19 DE NOVEMBRO
16h00 : Construção de Carolina Sá (Brasil, 2011. 71’)
A observação é de Yvonne Maggie: “A história começa com uma menininha, Branca, que está em Cuba para conhecer a família de seu pai, músico cubano. Cuba estava comemorando o cinquentenário da revolução. Não é fácil viver em Cuba e Carolina descreve isso com muita perspicácia, com a câmera passeando pelas ruas, pelas casas e seus interiores, pela família do pai da menina. Bastava ter descrito esse encontro de Branca com seu meio-irmão cubano, sua avó cubana, os amigos de seu pai cubano e o cotidiano em Havana, e já teria feito um lindo filme. Mas Carolina quis mais: quis também falar de seu pai, Marcos Vasconcelos arquiteto, poeta, contista e compositor. O espectador se identifica com a fragilidade das relações porque Carolina transforma sua história pessoal em tema universal”.
18h00 : Diário de Sintra de Paula Gaitán (Brasil, 87’)
A observação é de Maria Campaña Ramia: “Mais de vinte anos depois da morte de Glauber, a cineasta retorna à cidade portuguesa em que viveu os últimos momentos com ele e seus filhos. Filmes em super 8, fotos do álbum de família, fragmentos de seus filmes, trechos dos livros do cineasta, funcionam como pequenos sinais do que existiu um dia, como pedaços de memória.
20h00 : Pulsações de Manoela Ziggiatti (Brasil, 2011. 73’)
Em encontros com a família e amigos, uma delicada narrativa sobre o sentido de estar vivo.
Luna e Cinara de Clara Linhard (Brasil, 2012. 14’)
A relação de poder e afeto entre Luna, a avó da realizadora e a empregada, Cinara. Clara se pergunta se é possível uma amizade entre aquelas duas mulheres.
QUARTA | 20 DE NOVEMBRO
15h00 : Pulsações de Manoela Ziggiatti (Brasil, 2011. 73’)
Em encontros com a família e amigos, uma delicada narrativa sobre o sentido de estar vivo.
16h30 : Diário de uma busca de Flavia Castro (Brasil, 2010. 104’)
“O filme começa com a morte de meu pai”, diz a diretora. “É uma tentativa de descobrir o que aconteceu, como ele morreu depois do exílio, em 1984. A busca é quase uma história policial. Mas ao longo do filme ela se torna uma busca da vida também. As viagens que faço ao longo da busca são para contar do meu ponto de vista, e com as cartas de meu pai, o que eu e meu irmão vivemos quando crianças. Durante muito tempo, pensar no meu pai, significava pensar em sua morte. Como se pelo seu enigma, e pela sua violência, ela tivesse apagado sua história. E apagado junto, parte da minha vida”.
18h30 : 33 de Kiko Goifman (Brasil, 2003. 74’)
Kiko sempre soube que era filho adotivo, e aos 33 anos, e por um prazo de 33 dias, se aventura numa experiência em que sua vida pessoal e de seus familiares passa a ser investigada: o diretor se propõe a encontrar a sua mãe biológica. Descobrindo pistas e levantando provas sobre a sua origem, o filme é como um diário que revela as iniciativas, angústias e incertezas do diretor. Misturando diversos gêneros cinematográficos – entre eles o film noir – trata do universo peculiar dos detetives, que atuam num terreno movediço entre o legal e o ilegal, o público e o privado.
20h00 : Um passaporte húngaro de Sandra Kogut (Brasil, 2001. 72’)
No começo, uma conversa ao telefone. Quem fala é Sandra, ao mesmo tempo a realizadora e a personagem central deste documentário em torno do processo que ela inicia para conseguir um passaporte húngaro. O filme se propõe a discutir o que é e como se constrói uma identidade, passando aqui e ali, por pessoas radicalmente jogadas para um espaço não identificado no final da década de 1930, com uma letra K carimbada em seus passaportes.
QUINTA 21
16h00 : 5 câmeras quebradas (5 Broken Cameras) de Emad Bornat e Guy Davidi (França, Holanda, Israel, Palestina, 2011. 94’)
Em 2005, uma pequena cidade na Cisjordânia foi dividida por um muro construído pelo governo israelense. Com o argumento de proteger um povoado das redondezas, eles prepararam o terreno para a tomada de posse de 150 mil judeus israelenses. O agricultor Emad, morador da região, decidiu armar-se de uma câmera e de formas pacíficas de protesto para tentar conservar suas terras.
18h00 : A música do pai (Nach der Musik) de Igor Heitzmann (Alemanha, 2007. 105’)
Pouco depois da queda do Muro de Berlim, o maestro austríaco Otmar Suitner foi obrigado a por um fim em sua longa carreira na Alemanha Oriental: suas mãos começaram a tremer por causa do parkinson. O condutor de fama mundial não podia mais controlar a batuta. A queda do muro trouxe também mudanças em sua vida familiar. Durante décadas Suitner teve duas vidas privadas, uma com sua esposa em Berlim Oriental e outra com a sua amante e seu filho, Igor, no outro lado da cidade dividida pelo muro. Nesse documentário Heitzman conta a história de uma reaproximação: com seu pai, com um país que desapareceu, e com os caminhos excepcionais de seus pais.
19h30 : Com o meu coração em Yambo (Con mi corazón en Yambo) de María Fernanda Restrepo (Equador, 2011. 135’)
SEXTA | 22 DE NOVEMBRO
15h00 : País de Outubro (October Country) de Michael Palmieri e Donal Mosher (EUA, 2009. 80’)
Uma família americana lutando para conseguir estabilidade, em meio aos fantasmas da guerra, de uma gravidez na adolescência, assistência social e abuso infantil. Graças à colaboração entre o cineasta e um membro da família, o documentário examina as forças que inquietam os trabalhadores pobres e a violência que se esconde sob a superfície de tranquilidade da vida americana. Toda família tem seus fantasmas, mas a família Mosher tem mais do que qualquer outra.
16h30: Papirosen (Papirosen) de Gastón Solnicki (Argentina, 2011. 74’)
Um retrato de família ao mesmo tempo épico e intimista construído com a organização de cerca de 200 horas de filmagens feitas ao longo de mais de uma década. Quatro gerações filmadas em feriados, reuniões de família e em pequenos momentos do dia a dia. Escavando os arquivos familiares e incorporando as experiências de sua avó Pola, sobrevivente do Holocausto, Solnicki produz uma afetiva meditação sobre o significado da família e o peso da história.
18h00 : Histórias que contamos (Stories We Tell) de Sarah Polley (Canadá, 2012. 108’)
Nesse documentário Sarah é tanto cineasta quanto detetive enquanto investiga os segredos de uma família de contadores de histórias. Descontraidamente ela entrevistas e interroga um grupo de personagens de variável confiabilidade, obtendo respostas simpáticas, sinceras, mas sobretudo contraditórias para as mesmas questões. Como cada um relata sua versão da mitologia da família, as lembranças surgem tingidas de nostalgia, saudades da sua mãe que partiu cedo demais, deixando um rastro de perguntas sem resposta.
20h00 : O diabo nunca dorme (El diablo nunca duerme) de Lourdes Portillo (EUA, México, 1994. 82’)
No início de uma manhã de domingo, a cineasta recebe um telefonema informando que seu tio, Oscar Ruiz Almeida, foi encontrado morto com um tiro na cabeça em Chihuahua, México. A viúva diz que ele se suicidou. A maior parte de sua família, no entanto, acredita que ele foi assassinado e aponta para um número de suspeitos, entre eles a própria viúva. Portillo retorna à terra natal para levantar a história de seu tio e investigar as circunstâncias de sua morte. Velhas histórias de traição, paixão, luxúria surgem enquanto seguimos a cineasta mergulhando na vida da família.
SÁBADO | 23 DE NOVEMBRO
15h00 : País de Outubro (October Country) de Michael Palmieri e Donal Mosher (EUA, 2009. 80’)
Uma família americana lutando para conseguir estabilidade, em meio aos fantasmas da guerra, de uma gravidez na adolescência, assistência social e abuso infantil. Graças à colaboração entre o cineasta e um membro da família, o documentário examina as forças que inquietam os trabalhadores pobres e a violência que se esconde sob a superfície de tranquilidade da vida americana. Toda família tem seus fantasmas, mas a família Mosher tem mais do que qualquer outra.
17h00 : Intimidades de Shakespeare e Victor Hugo (Intimidades de Shakespeare y Victor Hugo) de Yulene Olaizola (México, 2008. 83’)
Na esquina das ruas Shakespeare e Victor Hugo, na Cidade do México, encontra-se a casa de hóspedes de Rosa Carbajal, um abrigo que esconde uma história íntima e apaixonada. Vinte anos atrás, Rosa conheceu Jorge, um jovem inquilino com quem desenvolveu uma estreita amizade. Durante oito anos, ele morou na casa e conquistou a simpatia de todos, mas só depois de sua morte repentina veio à tona os traços mais escuros de sua personalidade.
18h30 : Papirosen (Papirosen) de Gastón Solnicki (Argentina, 2011. 74’)
Um retrato de família ao mesmo tempo épico e intimista construído com a organização de cerca de 200 horas de filmagens feitas ao longo de mais de uma década. Quatro gerações filmadas em feriados, reuniões de família e em pequenos momentos do dia a dia. Escavando os arquivos familiares e incorporando as experiências de sua avó Pola, sobrevivente do Holocausto, Solnicki produz uma afetiva meditação sobre o significado da família e o peso da história.
20h00 : Rua Birch, 51(51 Birch Street) de Doug Block (Alemanha, EUA, 2005. 90’)
Doug tinha todos os motivos para acreditar que o casamento de 54 anos dos seus pais era feliz. Mas quando sua mãe morre inesperadamente e seu pai rapidamente se casa com a ex-secretária, ele descobre que seus pais tiveram uma vida mais problemática do que ele poderia imaginar. Nesse documentário, uma questão humana universal: quanto queremos realmente saber sobre nossos pais?
DOMINGO | 24 DE NOVEMBRO
15h00 : Intimidades de Shakespeare e Victor Hugo (Intimidades de Shakespeare y Victor Hugo) de Yulene Olaizola (México, 2008. 83’)
17h00 : O diabo nunca dorme (El diablo nunca duerme) de Lourdes Portillo (EUA, México, 1994. 82’)
18h30: País de Outubro (October Country) de Michael Palmieri e Donal Mosher (EUA, 2009. 80’)
Uma família lutando para conseguir estabilidade, em meio aos fantasmas da guerra, de uma gravidez na adolescência,e de abuso infantil. Graças à colaboração entre o cineasta e um membro da família, o documentário examina as forças que inquietam os trabalhadores pobres e a violência sob a superfície de tranquilidade da vida americana. Toda família tem seus fantasmas, mas a família Mosher tem mais do que qualquer outra.
20h00: Histórias que contamos (Stories We Tell) de Sarah Polley (Canadá, 2012. 108’)
Sarah é tanto cineasta quanto detetive enquanto investiga os segredos de uma família de contadores de histórias. Descontraidamente ela entrevistas e interroga um grupo de personagens de variável confiabilidade, obtendo respostas simpáticas, sinceras, mas sobretudo contraditórias para as mesmas questões. Como cada um relata sua versão da mitologia da família, as lembranças surgem tingidas de nostalgia, saudades da sua mãe que partiu cedo demais, deixando um rastro de perguntas sem resposta.
TERÇA | 26 DE NOVEMBRO
16h30 : Pulsações de Manoela Ziggiatti (Brasil, 2011. 73’)
A realizadora sai a procura do que inspira e motiva nossas vidas. Em encontros com sua família e amigos, constrói uma delicada narrativa sobre o sentido de estar vivo.
Luna e Cinara de Clara Linhard (Brasil, 2012. 14’)
A relação de poder e afeto entre Luna, a avó da realizadora e a empregada, Cinara. Clara se pergunta se é possível uma amizade entre aquelas duas mulheres.
18h00 : 33 de Kiko Goifman (Brasil, 2012. 74’)
20h00 : Os dias com ele de Maria Clara Escobar (Brasil, 2013. 105’)
Uma jovem cineasta mergulha no passado quase desconhecido de seu pai. As descobertas e frustrações de acessar a memória de um homem e de uma parte da história que são raramente expostos. Ele, um intelectual brasileiro, preso e torturado durante a ditadura militar não fala sobre isso desde aquele tempo. Ela, uma filha em busca de sua identidade.
QUARTA | 27 DE NOVEMBRO
16h00 : Avôs (Abuelos) de Carla Valencia Dávila (Equador, Chile, 2010. 93’)
Uma jornada pessoal em busca dos avôs. Duas histórias, uma próxima a outra enterrada. Remo, o avô paterno, desaparecido na ditadura de Pinochet, e Juan, o avô materno, médico autodidata que dedicou sua vida à pesquisa. A paisagem árida do deserto chileno dialoga com os rios e o verde dos Andes.
18h00 : Porto da memória (Port of Memory) de Kamal Aljafari (Alemanha, França, EUA, 2009. 63’)
A observação é de Maria Campaña Ramia: “Embora possam ser encontradas em todo o mundo famílias em que o pessoal e o político não podem ser separados, em que a militância se transmite de geração em geração, existe hoje um lugar no mundo em que o político vai além de uma atitude ou de uma escolha individual. Na Palestina o político se impõe. Tornou-se impossível ali ser uma pessoa apolítica. E assim, com estilos muito diferentes entre si, tanto Porto da memória quanto 5 câmeras quebradas (filmes feitos na fronteira, entre Palestina e Israel, entre o documentário e a ficção) propõem uma reflexão sobre a construção de uma memória familiar e sobre a perda de raízes num território constantemente em perigo”.
20h00 : Elena de Petra Costa (Brasil, 2012. 80’)
QUINTA | 28 DE NOVEMBRO
14h30 : A música do pai (Nach der Musik) de Igor Heitzmann (Alemanha, 2007. 105’)
16h30 : Diário de uma busca de Flavia Castro (Brasil, 2010. 104’)
18h30 : Construção de Carolina Sá (Brasil, 2011. 71’)
A observação é de Yvonne Maggie: “A história começa com uma menininha, Branca, que está em Cuba para conhecer a família de seu pai, músico cubano. Bastava ter descrito esse encontro de Branca com seu meio-irmão cubano, sua avó cubana, os amigos de seu pai cubano e o cotidiano em Havana, e já teria feito um lindo filme. Mas Carolina foi além: falou também de seu pai, Marcos Vasconcelos arquiteto, poeta, contista e compositor. Carolina transforma sua história pessoal em tema universal”.
20h00 : Os dias com ele de Maria Clara Escobar (Brasil, 2013. 105’)